Capitulo 13

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Eram 19h33. Af, nem tá na hora de eu ir pra casa do meu pai ainda, pra que tudo isso?
— Lúcia: QUE PORRA É AQUELA NO SEU BANHEIRO?!?
— Roberta: O quê? — Fiz outra pergunta, sem entender o porquê da gritaria dela
— Lúcia: TEM UMA CAMISINHA USADA NO SEU BANHEIRO, ROBERTA!
— Roberta: Eu dei ontem — Disse uns segundos depois, quando acordei de verdade
— Lúcia: Pra quem? — Perguntou séria, de braços cruzados
— Roberta: Neguinho.
— Lúcia: Quando?
— Roberta: De tarde, na casa dele.
Menti a primeira parte, porque se eu contasse que era no baile, ela poderia pensar que eu dormi na casa do Neguinho e não na casa da Lays, como eu disse.
— Lúcia: Você usou camisinha, Roberta?
— Roberta: Usei. E hoje também, como você viu.
— Lúcia: Você deu pro Neguinho ontem e hoje?!?
— Roberta: Hoje foi pro TT — Respondi segurando o riso
— Lúcia: Cuidado pra não ficar igual às cachorras que você fala tanto! Igual ou pior! Vai ser um macho novo a cada dia?!?
— Roberta: Se eu quiser, se eu sentir vontade, vai.
— Lúcia: Roberta, tu pode ser maior que eu, mas eu ainda sou tua mãe, garota, e tu fica me tirando que eu rodo a mão na tua cara! — Disse com o dedo levantado no ar
— Roberta: Eu não tô tirando onda com a sua cara. Tô, simplesmente, lhe respondendo. Você fez uma pergunta, não fez?
— Lúcia: Tu toma conta dos teus dentes! — Disse boladona — Insuportável igual o pai — Resmungou baixinho enquanto saía do quarto
Mãe, me desculpa, mas agora eu entendo porque todo dia elas dão. Apaguei a luz do quarto e tentei voltar ao sono, porém minha mãe veio perturbar de novo.
— Lúcia: Como foi? — Perguntou com a cabeça na porta do quarto
— Roberta: Bom. Ele não me machucou.
— Lúcia: Se tivesse machucado, ia se ver comigo — Disse seca — Use camisinha! Não dê pra qualquer um! Sábado a gente vai no ginecologista, pra você começar a tomar remédio. Não quero ser avó antes dos quarenta e cinco, garota!
Do tom seco, passou pro protetor. Após falar isso, ela saiu do meu quarto. Ela é bipolar demais, nossa!

Como eu já tinha perdido o sono — parada difícil de continuar tendo após essa gritaria, né? —, eu fui conversar com meus friends pelo celular, e eu contei pra Marjorie que tinha dado. Coitada, só faltou ter um treco. Parece até que nunca vai dar. 21hrs, meu pai veio me buscar, e tipo, ele sempre fica esperando eu me arrumar na porta da minha casa, e ele sabe que eu falo com geral, mas quando ele vê, ou eu falo o nome de alguém, fica boladão. E foi isso que aconteceu hoje. Eu tava sentada na porta de casa com o Neguinho, o Capetinha e o GTA — vai saber o porquê desse apelido — quando meu pai chegou, e ao ver a cena, abaixou o vidro do carro e encarou a gente.
— GTA: Qual foi, tiozão? Perdeu alguma parada aqui? — Perguntou encarando-o de volta, com o dedo no gatilho da 9mm
— Roberta: Pára, é meu pai — Disse baixo, apertando o pulso dele
— GTA: Pode ser o papa, rapá! Coroa chega aqui na quebrada dos outros e ainda chega encarando?!?
— Wallace: Entrei obrigado, porque tenho que buscar minha filha — Disse pro GTA — Você tá pronta?
— Roberta: Tô. Vou avisar minha mãe que já vou.
Na verdade, eu não tava pronta, mas se eu fosse tomar banho e me trocar, ia ser o tempo pra acontecer uma briga ou algo mais sério. O GTA e meu pai ainda estavam se encarando.
— Neguinho: Deixa isso, ow, arrombado, é o pai da piveta!
— GTA: Podia ser o papa, carai!
— Capetinha: Calma, irmão, relaxe, cê tá muito estressadinho hoje! Bora colar lá no FB pra tu relaxar um pouquinho e esquecer dos teus b.o! — Disse em pé, puxando o GTA pela mão, fazendo-o ficar em pé também — Robertinha, té mais! Cuidado no asfalto, que num é de confiança, não! Qualquer caô, é nóis! — Disse me abraçando, e deu um beijo na minha bochecha
— Roberta: Você também sabe que aqui não é lugar de se confiar muito, e sabe que qualquer coisa, é só passar visão que eu colo aqui. Meu corpo tá em qualquer lugar, mas meu coração, cê tá ligado.
— Capetinha: Já é — Disse tocando na minha mão — Bora, mané — Disse passando o braço pelo pescoço do GTA e descendo a calçada — Aí, tu vai também? — Perguntou pro Neguinho
— Neguinho: Vou — Respondeu olhando-o, e olhou pra mim, enquanto levantava da calçada — Vou sentir saudade de tu — Disse me abraçando — Cola aqui sexta?
— Roberta: Vou tentar — Respondi rindo — Tchau, tenho que ir.
— Neguinho: Gostosa — Disse no meu ouvido, apertando minha bunda
Não respondi, mas a mordida no meu lábio inferior e a olhada que eu dei na bunda dele, que ele percebeu... Eles três subiram pra boca do FB. Meu pai continuava com o vidro abaixado, me encarando, e eu encarei-o de volta. Entrei em casa, me despedi da minha mãe com um beijo e um abraço e saí de casa.
— Lúcia: NÃO ESQUEÇA DA CAMISINHA! — Gritou enquanto eu fechava o portão

Índiazinha do Alemão - Pré História ✧ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora