Capítulo 42

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✧✧✧ NO OUTRO DIA ✧✧✧
Acordei às 11hrs com meu radinho apitando pra caralho. Era o Geré. Nem atendi, porque já sabia o que era: por que eu não tava lá na segurança? Enfim, tomei banho, me troquei, peguei meu radinho, meu celular, minha glock e meu 762 e fui saindo de casa comendo uma maçã. Eu ia almoçar em menos de 1hr, então pra que comer muito? Cheguei na boca do FB e o Geré me encarou dos pés à cabeça, mas não falou nada. Dei bom dia pra geral.
— Neném: "Boa tarde" seria mais adequado... — Debochou
— Roberta: Ainda são onze e vinte e oito — Respondi seca, após olhar a hora no meu celular
— Neném: Relaxe, porra! Falei zoando! — Disse rindo, tentando me abraçar
— Roberta: Sai, que eu tô puta da vida hoje! — Recusei seu abraço, afastando seus braços
— FB: Quando que tu não tá? — Perguntou seriamente
— Dudé: Sai de perto da Índiazinha que é treta na certa! — Disse enquanto o FB falava
— Roberta: Ainda bem que tu tá ligado — Disse ainda secamente
Ele levantou as mãos, rindo. Sentei do lado do lado do Geré, no sofá. Ele até tentou me puxar pra eu sentar em seu colo, mas empurrei as mãos dele pra longe também.
— Roberta: Desde que a mãe de um certo alguém me ensinou muito bem como ser puta! — Respondi a pergunta do FB olhando-o seriamente, assim como o tom da tua pergunta
— FB: Vai ver minha mãe aprendeu com a tua! Ensinou tão bem que ela conseguiu dar aula pá tu!
— Roberta: Exatamente! Depois uma ficava brigando pelo ponto com a outra!
— Geré: Pára, porra! Parece criança, caralho! — Disse encarando nós dois, antes que o FB respondesse — Qual bicho te mordeu, ein? — Perguntou encarando só a mim
— Roberta: O bicho do "dormir pouco", "acordar com o radinho apitando" e "comer pouco".
— Geré: Posso fazer nada se tu não acorda nove horas! A partir daí que eu acordo! Se colar oito horas lá na mansão, eu tô dormindo!
— Roberta: Tá, tá, já entendi — Disse após bufar
12h15, nóis da segurança foi com o patrão pra mansão. O braço-direito dele foi junto. Eu tava tão puta que não conseguia chamar ninguém pelo nome ou apelido que eu dei. Servi meu prato, sentei na mesa e comecei a comer enquanto mexia no celular. Os moleques nem deram bola pra mim. Se acharam que eu ia ficar mais bolada ainda, acharam errado, porque eu adorei ficar quietinha no meu canto. 12h30, o Neguinho chegou. Eu tava sentada sozinha na sala de estar.
— Neguinho: E aí, princesa — Disse por trás do sofá, depois que deu um beijo na minha cabeça
— Roberta: Oi — Respondi mexendo no celulaar
— Neguinho: Qual foi? — Perguntou ao sentar do meu lado
— Roberta: Nada.
— Neguinho: Tô falando com tu, porra! Olha pra mim! — Disse após pegar meu celular da minha mão
— Roberta: Me dá esse caralho! — Disse tentando pegá-lo de volta
— Neguinho: Não! — Disse em pé, com o braço esticado
Eu não ia conseguir pegar meu celular nem que eu pulasse, então eu sentei no sofá e fiquei com os braços cruzados. Ele sentou do meu lado novamente.
— Neguinho: Desembucha.
— Roberta: Eu acordei de mal humor. Só isso.
— Neguinho: Só?
— Roberta: Sim.
— Neguinho: Tem certeza?
— Roberta: Toda — Respondi encarando-o
Ele sorriu, alisando meu queixo. Por que ele sempre sorri quando eu tô bolada?
— Roberta: Você é um filho da puta — Disse rindo
— Neguinho: Cada um usa as armas que tem — Debochou — Já comeu?
— Roberta: Já. Deixaram almoço pra tu dessa vez.
— Neguinho: Eu comi em casa. Esses viado nunca deixavam, aí antes de eu colar aqui, eu como. Um dia nóis aprende, né? — Perguntou ironicamente, levantando do sofá e me devolvendo meu celular
Fiz que sim com a cabeça e a gente riu. Ele deu um beijo na minha testa e foi pra cozinha. Acompanhei-o com o olhar até ele sair da minha vista, e logo após escutei mó gritaria da cozinha. Paradas do tipo que ele conseguiu colocar a coleira em mim. HAHAHAH, atá! Só por uns tempos mesmo! Quando todos eles saíram da cozinha depois de uns 20min, a gente foi dar um rolê pelo morro. Nós, seguranças, não podemos sair do lado de quem protegemos nem por um minuto, mas eu não tava com nenhuma vontade de ficar andando por aí. Na verdade, de ouvir a voz de ninguém. E pra piorar, o Neguinho assumiu o lugar do Neném na segurança e ficou o tempo todo no meu pé. Finalmente, quando deu 17hrs, eu fui pra casa, sozinha. Tomei um banho mó relaxante, me troquei e me joguei na cama. Tentei dormir, mas assim que deitei, meu celular começou a vibrar. De mensagem importante, só tinha da Lays e do Zé Porrinha, e eu fui responder. Não respondi só eles, porque é mó filha da putagem tu entrar no whatsapp, ter várias conversas pra responder, tu responder só algumas e depois querer cobrar de alguém que te deixou no vácuo. Certo pelo certo, né? A última conversa que eu abri foi a do Zé Porrinha, e a gente começou a conversar.

XXX Início de conversa XXX
— Zé Porrinha (17h27): índiazinha?
— Roberta (17h33): eaí
— Zé Porrinha (17h35): tava boladona hoje pq?
— Roberta (17h36): acordei de mal humor
— Zé Porrinha (17h37): quer tomar açaí cmg?
— Roberta (17h37): amo açaí, mas nem pra sair de casa to c vontade kkkkk
— Zé Porrinha (17h38): eu levo aí na tua casa
— Roberta (17h39): pode pá então ♥♥♥
— Zé Porrinha (17h41): colo já aí
— Roberta (17h12): já é
XXX Fim de conversa XXX
Dei um jeito na minha cara e fiquei esperando-o. Eu tava de pijama, mas foda-se. Uns 20min depois, ouvi umas buzinadas no portão e fui atender. Sentamos no sofá e ele me deu meu copo.
— Roberta: Assim eu me apaixono!
— Zé Porrinha: Tu tá fechada com o Neguinho, ow! — Disse dando um tapinha na minha cabeça
— Roberta: Como tu sabe?
— Zé Porrinha: Tu tá ligada como que funciona aqui!
— Roberta: Às vezes eu me assusto — Disse uns segundos depois — Tu não comeu?
— Zé Porrinha: Não. Curto essa parada aí, não.
— Roberta: Não sei como alguém não gosta! É muito booom!
Tentei enfiar uma colher na boca dele, mas ele não deixou, então eu desisti.
— Roberta: De que nóis falar? Só me trazer um açaí que não foi!
— Zé Porrinha: B3 ontem tava falando de tu. Nóis ficou sem entender nada. Aí hoje, eu não aguentei de tanta curiosidade e vim pedir pá tu me explicar esse caô — Disse o final coçando a nuca
— Roberta: Fala com as palavras dele.
— Zé Porrinha: "Tava comendo a Índiazinha agora. Mó fácil e barato ganhar ela! Só pagar açaí!"
— Roberta: Ele disse isso? — O Zé fez que sim com a cabeça — Só não vou lá falar com ele agora porque tô com mó preguiça! Ninguém tira onda da minha cara! Relaxa que não vou meter teu nome.
— Zé Porrinha: Tu vai falar o que com ele?
— Roberta: Tu vai ver... Ou ouvir! Tu tá ligado como funciona as parada aqui — Imitei a voz dele na segunda frase
— Zé Porrinha: Pô, vai queimar o cara! — Disse rindo
— Roberta: Ele falou algo do Neguinho? — Ele fez que não com a cabeça — Ah bom. Porque fechei com o Neguinho de noite, e dei pro B3 antes.
— Zé Porrinha: Tô ligado. Sabia que se tu soubesse ia dar merda. Os cara nem teve coragem de vir te falar.
— Roberta: Eu vou ficar bolada com eles por quê? Quem falou foi aquele arrombado! Tu não veio me pagar um copo pra comer minha buceta, não, né? — Perguntei ironicamente
— Zé Porrinha: Tá me tirando, porra?!? Sou talarico, não, cumpade! Considero o Neguinho pra caralho, e considero tu também! Que cês sejam felizes juntos! Eu não desejo mal pra ninguém, até porque quando desejo, eu mermo vou lá e faço! Acha que vou esperar o cara se fuder, comigo podendo fuder ele?!?
— Roberta: Aí sim, menor! — Disse rindo
Ficamos conversando por um tempinho, e ele me chamou pra tirar foto, então quando ele foi embora, umas 18h15, eu postei a foto no facebook com a legenda "por mais pessoas como voceeee! ♡♡♡" e marquei ele. Aí fui dormir.
(Foto que a Roberta postou no facebook)

Acordei às 19h30 com minha mãe avisando que o jantar tava pronto. Gritando de lá da cozinha, na verdade. Jantei com ela, depois tomei banho e me troquei.
— Roberta: Mãe, tô saindo! — Avisei quase gritando, já que ela tava no banheiro
— Lúcia: VAI PRA ONDE? — Gritou de lá
— Roberta: Vou ali ter um papo com um otário!
— Lúcia: CUIDADO!
— Roberta: ELE QUE PEITE PRA CIMA DE MIM! — Gritei, já que tava do lado de fora de casa
Fechei o portão e fui descendo pra boca da 9, onde o B3 fica pela noite. Tava cheio de gente, nem gosto, HAHAHA!
— Roberta: Aí, seu arrombado, tu tava falando mal de mim pelas costas por quê?!? Tem coragem de falar na minha cara, não?!? — Disse alto, do topo da escadaria até entrar na boca
— Dinho: Ih, B3, fudeu pá tu, neguin! — Disse pro B3 e apontando pra mim
— B3: Tá falando comigo? — Perguntou após virar de frente pra mim
— Roberta: Contigo mermo! Não tem mais nenhum cuzão aqui na minha frente! — Respondi, ainda alto, com os braços cruzados
— B3: Cuzão por quê? — Perguntou de novo, dessa vez com o tom mais alto que o meu
— Roberta: TU NÃO GRITA, NÃO, PORRA! FALEI GRITANDO CONTIGO, POR ACASO?!?
— B3: AGORA TU TÁ GRITANDO!
— Roberta: TÔ GRITANDO PORQUE TU PEDIU, ARROMBADO! OQUE FALTA EM TU É DIGNIDADE E CORAGEM DE FALAR NA MINHA CARA OQUE TU FALOU ONTEM PARA OS MOLEQUES DO PÉ! FALA NA CARA, PORRA! É MAIS DIGNO! — Gritei o "fala na cara" enquanto dava tapinhas na minhas bochechas
— B3: IH, TU TÁ SE DOENDO PELO QUE EU FALEI ONTEM?!? QUALQUER MOLEQUE TE METE A VARA, ÍNDIAZINHA! PROCURA TEU LUGAR, CARALHO!
— Roberta: EI, EI, EI! "QUALQUER MOLEQUE", NÃO! SÓ OS MOLEQUES QUE EU QUERO QUE META! E TU QUER GRAÇA, NÉ? É GRAÇA QUE TU VAI TER! — Olhei pra geral — DE TODOS OS MOLEQUES QUE EU JÁ DEI, O B3 FOI PIOR, PAPO RETO! ME ARREPENDI PRA CARALHO! MOLEQUE BORRACHA FRACA DA PORRA, AGUENTA NEM DAR UMAZINHA NO PENTE BRABO! SE QUER ME CHAMAR PRA FUDER, CHAMA SÓ SE TIVER CORAGEM!
— B3: CARALHO, MOLEQUE, É AGORA QUE EU QUEBRO ESSA VAGABUNDA — Gritou pra si mesmo, vindo na minha direção

Índiazinha do Alemão - Pré História ✧ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora