Nisso, o Geré foi pegar a pistola que o Marinho tava, que tinha caído no meio da rua com o chute que o TT deu.
— Marinho: A única que eu quero passar é essa piranha — Disse me encarando feio
— Roberta: Tu acha que eu não quero, não?!? Só tô aqui sentada porque meu pé tá machucado! Tu tromba na minha frente amanhã mermo que eu acabo com tua raça! Acha que eu tenho medo de tu por que tu é homem?!?
— Geré: Que quê tu falou? — Perguntou "calmo", se aproximando do Marinho
— Marinho: A única pessoa que eu quero passar é essa piranha! — Repetiu, dessa vez encarando o Geré
— Geré: QUEM VAI MORRER AQUI É TU, FILHO DA PUTA DO CARALHO! NOS MEUS MORRO CROCODILAGEM NÃO SE CRIA, IRMÃO! SE TIVER QUE MORRER, MORRE NA MINHA MÃO, SEU VACILÃO!
Aí o Geré atirou cinco vezes no rosto do Marinho com a própria pistola que ele ia atirar — creio eu — em mim, cuspiu na sua cara e mandou os moleques se desfazerem dele.
— Geré: Bora — Disse seco, me levantando da cadeira pelo braço
— Roberta: Ai, ai, ai, Geré! — Gemi de dor, pulando com um pé só, tentando acompanhá-lo
— Geré: "Ai, ai, ai" teu cu! Cala boca e anda rápido!
Caralho, ele tava boladão comigo! Ele nunca ficou assim comigo. Eu não tava acompanhando-o pulando com um pé só, então eu fui andando normal — tirando o fato que estava mancando —, o mais rápido que eu podia. Ao chegar na casa de endolação da rua da frente, ele mandou as mulheres que embalam as drogas ficarem lá fora, e quando elas saíram, ele me jogou no sofá da casa e deu quatro tapas na minha cara, dois de cada lado.
— Geré: VIU O QUE TU ME FEZ FAZER, PORRA?!? CONTROLA ESSA TUA LÍNGUA, ROBERTA! EU NUM QUERO PASSAR TU, MAS SE PRECISAR, EU PASSO! NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE TU ARRUMA CAÔ NO COMPLEXO! EU JÁ TÔ CANSADO DE DAR O PAPO EM TU E TU NUM COLABORA, PÔ! TÁ PEDINDO PRA MORRER MEMO!
— Roberta: EU PEDI PRA TU BATER NELE?!? PEDI PRA TU MATAR ELE?!? POR QUE NÃO DEIXOU ELE ATIRAR EM MIM?!? ELE PODIA ESTAR NEURÓTICO DE ATIRAR EM MIM COMIGO SENTADA NO TEU COLO, MAS ATIRAR EM TU ELE NÃO IA!
— Geré: FALE BAIXO, PORRA! SOU TEU PAI, NÃO! — Gritou enquanto estapeava minha cara de novo — EU DEFENDI TU PORQUE TU É MINHA PROTEGIDA! CONSIDERO TU DESDE QUE TU ERA PEQUENININHA! — Ele deu uma pausa de uns 10 segundos e continuou — SE EU PRECISAR FALAR CONTIGO DE NOVO SOBRE OS CAÔ QUE TU ARRUMA NO ALEMÃO, EU VOU CORTAR ESSE TEU CABELO, JÁ É?!? E AGRADECE QUE EU TÔ TE AVISANDO! JÁ TÔ NO MEU LIMITE CONTIGO! QUASE TODO DIA PASSAM RADINHO PRA MIM PASSANDO VISÃO QUE TEM DUAS PIRANHA BRIGANDO, E QUANDO EU VOU LÁ, QUASE TODA VEZ É TU E MAIS ALGUÉM!
— Roberta: Corta então — Disse seca, encarando-o
— Geré: Tu quer tirar onda com a minha cara mermo, né? — Perguntou "calmo", me fuzilando com os olhos, fechando os punhosDei de ombros. O Geré tava quase encostado na parede, e avançou em cima de mim. Meteu a mão na minha cara mais uma vez e me levantou do sofá pelos cabelos e saiu da casinha me puxando pelos mesmo. Ih, caraio, acho que fui longe demais! Ele mandou as mulheres da endolação voltarem para as suas atividades e pediu desculpa por atrapalhá-las. Parece até que é educado... Ele tomou o caminho da central — pensei que ele ia me levar pra casa. Comecei a chorar de desespero na mesma hora.
— Roberta: Rogério, não faz isso com meu cabelo! Não corta meu neném! Por favor! Tu pode fazer o que quiser, mas não corta meu cabelo! — Implorei chorando
Ele não respondeu, só me encarou mais do que feio e continuou o caminho à central. Onde passávamos, geral olhava pra mim sem entender nada, e claro, as piranhsa ficaram rindo. Eu posso estar chorando, mas amanhã eu quebro a cara de vocês. Chegando no beco que dá pra central, o Geré pegou o 762 que tava atravessado nas minhas costas e a glock que tava na minha cintura e me soltou com força, fazendo eu cair de bunda no chão. Sentei no meio fio e fiquei acompanhando com o olhar seus passos. Ele entrou na central, que é uma casa normal, mas que dentro não é tão normal assim. Se dava pra eu fugir? Dava, mas ia ser pior quando ele me pegasse. Os moleques que ficam na segurança da central estavam me olhando com pena.
— Astronauta: Que quê tu aprontou agora, Índiazinha? — Perguntou da entrada do beco
— Roberta: Discuti com o Marinho e ele veio apontar arma pra mim, que tava sentada no colo do Geré, aí o Geré foi pra cima dele. Cacete do caralho aquele cuzão tomou. Quando o Geré terminou, ele ainda disse que queria me matar, aí terminou de cavar sua cova. Cês não souberam que ele foi morto?
Todos os 6 moleques disseram que não. Bem, agora sabem. O Pequeno ia falar alguma parada, mas o Geré me puxou pelo braço, me levantando do chão, e mandou eu sentar na calçada alta, de costas pra ele. Obedeci, já que não tinha mais o que eu fazer. A calçada era da altura do peito dele.— Roberta: Tu vai cortar tudo? — Perguntei quando o vi pegando uma tesoura no bolso da bermuda
— Geré: Que quê tu acha?
— Roberta: Por favor, Geré, não corta tudo, mano! — Disse começando a chorar de novo
Novamente, ele me encarou feião e virou minha cabeça pra frente com um tapa de leve. Fiquei chorando sem fazer barulho enquanto ele fazia algo no meu cabelo. Não durou mais de 5min; o Geré me segurou pela barriga, por trás, e me colocou no chão.
— Geré: Só tirei dois palmo de tão sangue bom que eu sou contigo, mas se tu fazer acontecer de novo o que aconteceu com o Marinho, eu vou raspar na zero! — Disse voltando da casinha/central com minha glock
— Roberta: Valeu — Disse no mesmo tom que o seu, colocando a pistola na parte de trás do short — Posso ir?
— Geré: Nem era pra estar na minha frente mais.
Ih, pisei na bola feião. Dei tchau pros moleques da central e fui pra casa pelo mesmo caminho que vim. As piranhas que estavam na porta quando eu passei alguns minutos atrás sendo arrastada pelo Geré ainda estavam na porta e começaram a rir quando me viram.
— Roberta: Cês fiquem aí rindo que eu vou arrebentar os dentes de tudinho! — Disse passando por elas
— Joyce: Eu já tava aqui com o celular na mão pra tirar foto da tua cabeça peladinha e mandar pra tudo que é página de fofoca dos morros! — Disse cheia de onda
— Roberta: Quem vai virar notícia é tu, desgraçada! — Disse indo pra calçada que ela tava
A Joyce não tava sozinha; tava com mais 2 cachorras, mas cadê que elas ajudaram a amiga? HAHAHA! É nessas horas que nóis descobre as amigas de verdade! Saí puxando a Joyce pelos cabelos enquanto enchia a parte de trás da cabeça dela de coronhada com a glock, e quando cheguei no topo da escadaria, dei uma pezada em suas costas, fazendo ela rolar escada àbaixo. A escada não fazia parte do caminho pra minha casa, mas eu fui até lá embaixo, cuspi na cara da Joyce e tirei foto da mesma.
— Roberta: Puta nenhuma mexe comigo sem ter volta — Disse seca
Subi as escadas e fui pra casa, dessa vez na paz. Meu cabelo, antes do corte, estava no meio da bunda, mas depois, foi parar três dedos depois do umbigo, e eu ainda vou ter que consertar, porque nem pra cortar direito o Geré soube. Chegando em casa, fui direto tomar banho. Me troquei e fui consertar o cabelo. Eu morro de medo de cabeleireiro, então eu tive que aprender a cortar sozinha. Após o conserto do corte, para ficar novamente redondo, meu cabelo ficou exatamente acima do umbigo. Que dor no meu coração! Eu tava chorando quando terminei de cortar. Eram 13h, então eu almocei, limpei a louça e fui pro quarto, contar tudo pras friends. 13h30, a Lays chegou aqui em casa.— Lays: Eu tô boladona com o Geré, mas tu também não colabora, porra! — Disse olhando meu cabelo
— Roberta: Cê não vem falar nada, não! Eu já tô ciente que fiz merda e não quero olhar pra cara do Geré nem tão cedo!
— Lays: Ih, tu faz as merda e ainda fica com raiva de quem te cobrou?!? Que nada!
— Roberta: Vamo falar de outra parada, vamo?!? Que tal falar de tu e do Cobra?!?
— Lays: Ai, amo — Disse rindo, sentando na minha cama
Nóis ficou conversando — não só sobre o Cobra — até às 16hrs, quando nóis foi andar pelo morro. De manhã, eu não tinha saído de casa com o radinho, mas pela tarde lembrei de levá-lo, e ele começou a apitar. Era o FB, mandando eu aparecer na sua boca o mais rápido possível. Ora, ora, ele adivinhou que eu ia pra lá. Cheguei em menos de 10min que ele passou rádio. A Lays não tirava os olhos do Geré; estava encarando-o.
— Roberta: Vai me dar esculacho também? — Perguntei pro FB, quando entrei na boca e o vi sentado ao lado do Geré
— FB: É o que tu merece, mas o Geré já fez isso por mim e eu não curto repetir, que tu não é surda nem doida! Mas se for, só dar o toque nóis põe no trilho rapidinho!
— Roberta: O que tu queria comigo? — Perguntei após rir
— FB: Tu vai fechar com nóis mermo? — Perguntou olhando algo em um caderno
— Roberta: Minhas aulas voltam daqui quatorze dias, e como geral sabe, eu só colo aqui na sexta, sábado e domingo quando tô tendo aula.
— FB: Tô ligado disso. Tu vai fechar ou não?
— Roberta: Vou — Respondi uns segundos depois
— FB: Na doze, né?
Fiz que sim com a cabeça em forma de resposta.
— Lays: Eu não acredito! — Disse com os braços cruzados
— Roberta: Pois acredite!
— Lays: Tu não tem juízo, Roberta! Caralho, mano! — Disse boladona, após se sentar ao lado do Pinguim
— Roberta: É a vida — Disse após respirar fundo
— FB: Durante esses quatorze dias que tu tiver aqui no Alemão, tu vai ficar na doze nas segundas, quartas e sextas, das dezesseis até meia noite. Quando tu voltar pro asfalto, quero tu sexta, sábado e domingo, na doze também, das treze até às vinte e uma. Atrasa ou pisa na bola com nóis que tu tá ligada na cobrança como que é. Tu é cria, tá ligada em como funciona tudo — Ele me virou de costas pra si — Cadê o fúzil que tava contigo? — Fez a pergunta após me virar de frente pra si novamente
— Roberta: Tá com teu braço direito! — Respondi apontando para o Geré com o queixo
— Geré: Vou enfiar ele no teu cu qualquer dia desses! — Disse me dando o 762 de volta
— Roberta: Enfia outra parada que é mais gostoso!
ESTÁS LEYENDO
Índiazinha do Alemão - Pré História ✧
Fanfic✧ Essa web só vai ter uma temporada, tendo em vista que ela vai funcionar como uma reprise, contando mais sobre a vida da Roberta, a personagem principal das "próximas" três temporadas. Apesar de ser basicamente os mesmos personagens principais, vai...