Capítulo 64

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Não pensei duas vezes e cuspi na cara dele enquanto dava uma joelhada do caralho nas bolas dele. Ele gritou de dor, me soltando, e eu o empurrei pra trás, fazendo-o cair de bunda no chão e dei três chutes na sua barriga antes dele conseguir pegar meu pé e me derrubar no chão, daí veio pra cima de mim e começamos a trocar tapas. Além dos tapas, eu também o beslicava e arranhava.
— Neguinho: Filha da puta! Tu vai se arrepender, Roberta! — Disse por cima de mim, me batendo
— Roberta: Quem vai se arrepender de ter tentado me estuprar é você, seu otário! — Disse revidando
— Neguinho: Se eu quisesse te comer, já tinha comido, porra! Tu não tem força pra competir comigo!
— Roberta: Em seguida você perde sua rola, desfila pelo morro de calcinha e ainda é tirado da segurança, mané!
Ele levantou do chão e eu levantei também. Começamos a se bater na brutalidade: soco, chute, murro, cotovelada, joelhada...! Se eu disser que não doeu em nenhum momento, vou estar mentindo, mas o ódio que eu tava servia de anestésico. Também não brigamos em silêncio; usamos todas as ofensas que sabíamos contra o outro.
— Neguinho: Cê não cansa, não?!? — Disse após receber um empurrão meu
— Roberta: O ódio que eu tô da tua cara não me permite cansar! — Ele não respondeu, só ficou me encarando — Quem foi te falar que eu cheguei com o Geré de madrugada?
— Neguinho: Tua vizinha da frente tava falando com outra mulher quando eu passei.
— Roberta: E por acaso você está com outra mina? — Perguntei de braços cruzados
— Neguinho: Não vou mentir pra tu: eu enrabei três mina desde quando tu mandou eu arrumar outra se tivesse achando ruim a nossa relação!
Ai que ódio! Socorro! Voei em cima dele com as unhas direcionadas em seus olhos, mas ele segurou meus pulsos e me empurrou. Dei um chute na barriga dele.

— Roberta: Por que tu não terminou comigo então?!?
— Neguinho: Porque eu queria meter uma ponta em tu, pra tu abaixar tua bolinha!
— Roberta: Ah, vai se fuder! Rala da minha casa antes que a gente comece a se bater de novo! — Abri o portão e dei espaço pra ele passar — Cuzão! — Xinguei-o enquanto ele passava por mim
Fechei o portão quando ele passou, rindo. Que moleque otário! O chifre que ele colocou em mim vai aparecer nele também, rapidinho! Eu sou boa agindo no impulso, mas quando eu penso antes de agir...! Tomei banho, tomei café da manhã, me arrumei toda piranha e fui saindo de casa, mas quando eu passei em frente ao espelho... Meu book de fotos começou lá e terminou no banheiro, e eu postei uma das fotos em todas as minhas redes sociais com a legenda "me chamam de proibida porque eu vicio rápido ♬". Aproveitando que eu tava online, mudei meu status para solteira. Quando cheguei na pracinha, tava tocando uma música que o Geré e eu cantamos um pro outro sempre! Eu só me vestia do jeito que eu tava hoje quando eu não tava firme com o Neguinho, então as minas se ligaram que algo estava errado. A música tava na metade, e eu gritei pro moleque colocar do início, então eu comecei a dançar, até começar a parte que eu canto com o Geré.
— Roberta e Geré: Eu lembro de nós dois pelado dentro de um quarto gelado, em cima da cama redonda, olhando o teto espelhado! Água quente, muita espuma dentro da hidromassagem, enquanto a fumaça subia, rolava a sacanagem! Tu ligou pra recepção, pediu morango e chantilly, tinha champanhe do bom e tu também já mandou vir! Rolou na garagem, na sauna e também na salinha, tu pegou o telefone e pediu umas camisinha! Doze horas de prazer proporcionei pra você... — Cantamos juntos
— Roberta: E do meu nome "Robertinha" tu nunca vai esquecer!
— Geré: E do meu nome "Geré" tu nunca vai esquecer!

— Roberta: Por que tu não terminou comigo então?!?
— Neguinho: Porque eu queria meter uma ponta em tu, pra tu abaixar tua bolinha!
— Roberta: Ah, vai se fuder! Rala da minha casa antes que a gente comece a se bater de novo! — Abri o portão e dei espaço pra ele passar — Cuzão! — Xinguei-o enquanto ele passava por mim
Fechei o portão quando ele passou, rindo. Que moleque otário! O chifre que ele colocou em mim vai aparecer nele também, rapidinho! Eu sou boa agindo no impulso, mas quando eu penso antes de agir...! Tomei banho, tomei café da manhã, me arrumei toda piranha e fui saindo de casa, mas quando eu passei em frente ao espelho... Meu book de fotos começou lá e terminou no banheiro, e eu postei uma das fotos em todas as minhas redes sociais com a legenda "me chamam de proibida porque eu vicio rápido ♬". Aproveitando que eu tava online, mudei meu status para solteira. Quando cheguei na pracinha, tava tocando uma música que o Geré e eu cantamos um pro outro sempre! Eu só me vestia do jeito que eu tava hoje quando eu não tava firme com o Neguinho, então as minas se ligaram que algo estava errado. A música tava na metade, e eu gritei pro moleque colocar do início, então eu comecei a dançar, até começar a parte que eu canto com o Geré.
— Roberta e Geré: Eu lembro de nós dois pelado dentro de um quarto gelado, em cima da cama redonda, olhando o teto espelhado! Água quente, muita espuma dentro da hidromassagem, enquanto a fumaça subia, rolava a sacanagem! Tu ligou pra recepção, pediu morango e chantilly, tinha champanhe do bom e tu também já mandou vir! Rolou na garagem, na sauna e também na salinha, tu pegou o telefone e pediu umas camisinha! Doze horas de prazer proporcionei pra você... — Cantamos juntos
— Roberta: E do meu nome "Robertinha" tu nunca vai esquecer!
— Geré: E do meu nome "Geré" tu nunca vai esquecer!

Todos os moleques levantaram de onde estavam sentados e foram pra perto deles dois. Eu, claro, também. Se o Geré peita alguém, a gente tem que ir pra cima também.
— Neguinho: Relaxe que o senhor não fez nada não. Quem fez foi essa piranha — Me encarou na parte que me tocava
— Roberta: Quem me meteu chifre foi você! Se tu não queria mais, terminava! Tão frouxo que não sabe nem dar o papo reto!
— Geré: Que quê a Índiazinha fez? — Perguntou olhando-o friamente
Numa coisa o Geré e eu somos iguais: agimos bem no impulso, mas agimos do caralho friamente. Eu tenho mais medo dele quando ele tá "calminho" do que quando tá boladão. O Geré fez sinal com as mãos pra gente se sentar e obedecemos. Só ficou ele e o Neguinho de pé.
— Neguinho: Nóis namorava, se o senhor não tava ciente! Eu querendo fuder com a mina, e ela de cu doce...!
— Finha: E daí?!? Tu vivia dizendo que era amarradão nela, então porque chifrou ela?!? Quando o cara curte uma mina de verdade, ele entra na linha em relação à putaria!
— Geré: Tu só queria a buceta dela então.
O Neguinho não respondeu. Ele estava colocando seu almoço no momento da discussão e saiu da cozinha sem comer. Quando todos terminaram de almoçar, a gente foi dar um rolê pelo morro.
— Roberta: Eu tenho que ter um papo com a minha vizinha. Querem ir?
— Geré: Pra quê?
— Jota: Tu ainda pergunta? Em papo de Robertinha com alguma mina, é a mão que fala!
— Roberta: Aí sim — Disse rindo — Tirar satisfações com ela.
— Geré: Bora.
Fomos todos em direção à casa da garota, que era em frente à minha. Bati na porta e ela atendeu.

— Roberta: Tu tá pagando de x9 agora? Tem o que fazer da vida, não?!? — Perguntei após empurrá-la
— Neguinho: Foi o menininha — Disse me encarando — Cadê a tua irmã? — Perguntou à Irene
— Roberta: Desculpa, não sabia.
— Irene: Tá aí, por quê? — Disse após assentir com a cabeça pra mim
— Neguinho: Chama aquele traveco aí.
— Irene: BEATRIIIIIZ! — Gritou da porta mesmo
— Tiago: GRITA NÃO QUE TÔ BEM AQUI! — Gritou de algum lugar da casa
— Irene: O BONDE QUER DAR UM PAPO EM TU!
Logo o Tiago apareceu na porta e a Irene entrou.
— Duê: Só podia ser mulher pra dar com a língua nos dentes — Debochou
— Roberta: Mas não é como a pessoa se identifica que determina ela ser dedo duro ou não — Disse encarando-o — O que determina é o caráter, coisa que em tu tá faltando! — Disse pra ele e o empurrei — Tu vai lavar tuas roupas em vez de estar com a língua solta por aí! Eu sei muito bem cuidar da minha vida! Não preciso de ninguém me vigiando! Ainda mais às duas e meia da madrugada! — Disse boladona
— Geré: E tu sabe o que acontece com língua solta na favela, né?!? Perde a linguinha! — Disse o que deveria acontecer com ele dando tapinhas na sua cara — Mas contigo vou fazer diferente: tu vai ficar carequinha! — Disse conduzindo-o pra fora de casa pelo cabelo
— Tiago: Meu cabelo não! — Disse com voz de choro
— Seguranças do Geré: O cabelo sim! — Disseram ironizando em uníssono
O Duê e o Neguinho foram conduzindo-o pelo braço até à boca. Chegando lá, puxaram uma cadeira pra ele sentar e o empurraram nela. Os moleques foram pegar a máquina, a tesoura e a gillette e voltaram animadassos. Eu fiquei filmando tudo. Quando o Teco terminou, levantou o Tiago dando um tapa em sua cabeça.

— Teco: Nunca mais vai bater com a língua nos dentes!
— Pinguim: Também se bater, nóis tá aí!
— Geré: E da próxima tu perde a língua! — Disse empurrando-o pra fora da boca
Postei a foto que tirei com a legenda "língua solta na favela se resolve assim!!!". No final da tarde, passaram visão de que os canas estavam tentando subir.
— Geré: Bora — Disse segurando na minha mão
— Roberta: Vou com o FB! — Disse tentando me soltar dele
— Geré: FB deixa tu fazer o que quiser, e tu nos confrontos não pensa direito!
— Roberta: Caralho — Reclamei baixo
Quando reunimos o bonde —comandado pelo Geré — que fica pelos becos, a gente foi pra linha de tiro. O outro bonde fica em cima, pegando os canas pela luneta, sendo comandado pelo FB. Nada mais gostoso do que sentar o dedo no gatilho!
— Lúcia narrando —
Quando o ônibus tava entrando numa das únicas ruas do complexo em que circula, o cobrador gritou pra gente se deitar no chão, porque tava tendo tiroteio. Alguns passageiros gritaram pra ele abrir a porta, mas ele só abriu quase 1hr depois. Eu fiquei rezando para que nada acontecesse com a Roberta. Uns 10min depois, o motorista mandou a gente descer, porque tava vindo um bonde avisando que ia queimar o ônibus. Em poucos segundos ele estava vazio e a menos de 2 metros de distância de mim; tomado pelo fogo. Eram 6 pessoas e eu reconheci uma: era a Roberta. Fiquei sem saber o que fazer, até que os tiros começaram de novo, dessa vez vindos pela polícia, de alguma parte mais alta do morro, em direção à Roberta e aos moleques que estavam com ela. Quando ela caiu no meio-fio oposto ao lado da calçada que eu tava, eu corri em sua direção, sem me importar em ser baleada.
— Roberta: VOLTA! ELES VÃO ATIRAR EM VOCÊ! — Gritou quando me viu correndo
— Lúcia: Em nós!
— Ervilha: A gente tem que sair daqui!
— PM: LÁ EMBAIXO, CABO GONÇALVES! — Gritou de alguma parte do morro
— Roberta: GONÇALVES, FILHO DA PUTAAAAA! EU VOU TE PEGAR, PORRA!

Índiazinha do Alemão - Pré História ✧ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora