Capítulo 46

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Nosso rolê por aí não durou mais de 10min, já que meu radinho começou a apitar. Era o Geré.
XXX Início de ligação XXX
— Geré: Onde que tu tá, filha da puta? Acha que tá no lazer, porra? — Disse "calmamente"
Nada pior que uma cobra muito quieta...
— Roberta: Esqueci geral! Onde que tu tá?!?
— Geré: Tu vai lembrar quando eu te der uns tapas na memória, caralho! Cola aqui na central, otária! — Respondeu quase gritando, e dessa vez, quase me engolindo via radinho
XXX Fim de ligação XXX
E desligou na minha cara.
— Roberta: Vou ter que ir trabalhar — Disse ironicamente
— Lays: E eu vou dormir. Nada melhor que dormir após o almoço!
— Alícia: A Thay vai lá pra minha casa então.
— Thayane: Depois tu cola lá na minha casa com a Lia, já é? — Disse pra mim
— Roberta: Pode pá. Minha cópia autenticada! — Disse a segunda frase apertando as bochechas dela com força
Quando soltei-as, a gente riu e se abraçou. Nos despedimos de todas e cada uma tomou seu rumo. Eu pra central à mil e quando cheguei lá, o FB me segurou pelos cabelos e ia meter a mão na minha cara, mas o Geré empurrou dele e me segurou dentro dos seus braços. O bagulho foi tão rápido que eu demorei pra processar tudo!
— FB: TÁ DOIDA, PORRA?!? TÁ QUEIMANDO TRABALHO AGORA?!? — Gritou ao me ver entrar na central e agarrando meus cabelos
— Geré: TÁ DOIDO, TU, FB?!? QUER MATAR A GAROTA?!? UM TAPA TEU DESMONTA ELA TODA! — Gritou encarando o FB, me segurando
— FB: TU VAI FICAR DO LADO DELA, QUE CHEGOU ATRASADA?!?
— Geré: NÓIS CHEGOU AQUI TEM NEM QUINZE MINUTOS, CARALHO! SOSSEGA TEU CU AÍ!
— Roberta: DEIXA EU BRIGAR COM ELE, ROGÉRIO! ME LARGA, PORRA! — Gritei tentando sair dos braços do Geré
— Geré: SOSSEGA O TEU CU TAMBÉM, ROBERTA! PORRA, MANO! TÁ ERRADA E AINDA QUER PARTIR PRA CIMA DO CARA! — Gritou depois que me soltou quase que me empurrando, na direção oposta à do FB
— FB: Depois eu te pego — Disse com o dedo levantado no ar
— Roberta: Nóis se pega, no caso — Disse fuzilando-o com o olhar
— Geré: Vocês não se pega nem de fuder, quanto mais de tapa! Parem de caô, valeu?!? Curto meus parceiro brigando, não! — Disse encarando nós dois
O FB e eu nos encaramos por quase 1 minuto, até que ele acabou sorrindo e abriu os braços pra mim, e eu o Geré me empurrou pra dentro dos braços do FB, e a gente se abraçou. Enquanto o FB é impulsivo mas no fundo é coração mole — pelo menos comigo; temos uma prova aqui —, o Geré pensa antes de fazer tudo, mas é mais coração mole ainda.

— FB: Cadê tuas arma, porra? — Perguntou segurando nos meus braços, me encarando
— Roberta: Só tô com a pistola — Respondi ficando de costas pra ele — Eu esqueci mesmo que eu tinha que trabalhar hoje! — Disse após ficar de frente pra ele novamente
— Geré: Continue assim que tu só vai ganhar progresso na tua vida!
Mostrei o dedo do meio pra ele enquanto sentava do lado do Dudé na calçada.
— Geré: Enfie ele no cu, rode e chupe depois, otária!
— Roberta: Faça você, já que acha gostoso! — Disse enojada
— Geré: Bora pra ali pra dentro que eu faço mermo!
Geral riu. HAHAHA, muito engraçado! O Neném tava substituindo o Neguinho, então até eu sair do trabalho, às 17hrs, eu não vi o pela-saco. Ainda bem! O bonde do 2º turno chegou pra trocar com nós do 1º turno, mas eu continuei lá com os moleques. Estávamos no campinho. Tava uns 30 homens, e só quem de mulher?!?
— Roberta: Minha gente, preciso contar um negócio pra vocês!
— Naldinho: Vai parar de ser cachorra? — Perguntou ironicamente
— Roberta: Só quando a tua mãe parar, arrombado! — Disse seca
Só pra constar, eu respondi isso, mas todos os moleques tavam rindo e dizendo que ela difícil, quase que impossível. Aiai, nem ligo mais. Enfim, contei pra eles que eu ia voltar pro asfalto e que só ia colar aqui no morro nos fins de semana, e eles vieram me abraçar, dizendo que iam sentir minha falta, e, principalmente de saber que eu fiz mais "uma" vítima por aí. Eu tirei foto com todos os meus amores, e umas 20hrs, eu fui pra casa. Tomei banho, me troquei e fiquei esperando meu pai.
— Lúcia: Ô, meu amor, vou sentir saudades de te acordar aos gritos e saber que você andou tocando o terror por aí! — Disse me abraçando
— Roberta: Também vou sentir saudade de ser acordada da melhor forma do mundo! — Confessei, rindo
— Lúcia: Vou sentir saudades, mas prefiro você lá com aquele imprestável do seu pai e com aquela mulherzinha enjoada dele, do que você aqui, no meio dessa marginalidade — Disse após me soltar, mas continuou segurando nos meus braços
— Roberta: Mãe, por favor, viu? — Perguntei olhando-a feio
— Lúcia: Você não me olha feio, não! Dá outro abraço na mãe!
Nisso, ela já foi me puxando e me abraçou com força. Fomos interrompidas por umas buzinadas na porta, tanto de carro quanto de moto. Saímos de casa e meus pais se olharam quase que queimando um ao outro. Meu pai estava no carro, e o Neguinho na moto.

Índiazinha do Alemão - Pré História ✧ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora