Capítulo 43

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Ele tava encostado na minha direção, e quando percebi que ele atirar em mim, porque ele tava vindo na minha direção com a pistola apontada pra minha cara, eu tirei a glock da parte de trás do meu short e apontei pra cara dele também. Quando ele chegou perto de mim, encostou o cano da glock no meio da minha testa, e como ele é maior que eu, eu encostei no peito dele, sobre o coração.
— Roberta: ATIRA, PORRA, ATIRA! TENHO MEDO DE MORRER, NÃO, IRMÃO! SE EU TIVESSE, NÃO TINHA ENTRADO PRA BOCA!
Sua pistola estava travada, e quando ele movimentou uma mão pra destravá-la, chegou o Geré, seus seguranças, o Neguinho e o FB.
— Geré: Tira a pistola da testa da Índiazinha — Mandou, calmamente, mas encarando o B3 — Tira tu também — Mandou dessa vez pra mim, também me encarando
Obedeci e coloquei-a na minha cintura. O B3 continuou com o cano da sua pistola no meio da minha testa, e dessa vez ela tava destravada.
— B3: Essa arrombadinha tava me queimando aqui, patrão! Me chamou de "borracha fraca"!
— Geré: Se a Índiazinha falou, é porque é verdade!
Geral que tava na boca riu, menos o Geré, o B3 e eu.
— Geré: TIRA, PORRA! — Gritou com a ak47 encostada na lateral da cabeça do B3
Eu tava suando, mano! Mas, apesar de estar suando, meu coração tava no mesmo ritmo de sempre. O B3 abaixou a pistola e o Geré soltou sua ak47, que tava na bandoleira, e deu um soco na sua cara, que ele foi pro chão. O Neguinho pegou a pistola que o B3 tava.
— Geré: NINGUÉM APONTA ARMA PRA MINHA PROTEGIDA, NÃO, CARALHO! APONTAR PRA ÍNDIAZINHA É PIOR DO QUE APONTAR PRA MIM! SE TU QUER TRETAR COM ELA, TRETA NA MÃO! ELA NÃO PEIDA NENHUMA BRIGA, NÃO, PORRA! — Gritou enquanto chutava várias vezes a barriga do B3 — Segura esse filho da puta na parede, Raposa e DG.
Seus seguranças obedeceram-o.
— Geré: Que quê ele fez contigo? Ou tu fez com ele?
— Roberta: Nóis fudeu ontem, e hoje, eu soube que ele tava falando para os moleques que estavam no pé que era mó baratinho e facinho me fuder, aí eu vim tirar satisfação com ele, mandando ele falar na minha cara se ele fosse fodão mermo!
— FB: Ele não falou nenhuma mentira... — Disse baixo, pro B3 não ouvir
— Geré: Cala boca, FB! — Mandou, encarando-o — Quem apontou arma primeiro? — Perguntou pra geral da boca

Geral apontou ou disse que foi o B3. O Geré olhou pros seus seguranças e fez um sinal com a mão que era o mesmo que se preparar pra matar alguém, e geral empunhou seu fúzil ou pistola após se posicionarem na frente do B3. O Raposa e o DG, que estavam segurando-o cada um por um braço, soltou-o com ordem do Geré e se juntaram aos moleques que estavam apontando arma.
— Raposa: Tu não sai daí, não, ein, filho da puta?!? — Disse com o dedo na cara do B3, antes de se juntar aos outros moleques
— Geré: Quem não quiser ver massa cefálica, mete o pé, valeu?!? Se eu ouvir mimimi depois, eu vou cobrar! — Disse para os moradores que estavam olhando
Os moradores saíram? Não, ficaram lá onde estavam! Aí depois ficam com papo que o Geré é muito brabo, muito sanguinário, essas ideias aí, mas avisar, ele avisa!
— Geré: Bora — Disse seco, quando o Raposa e o DG se juntaram a eles
— B3: Vagabunda — Disse pra mim, na mesma hora que o Geré liberou os tiros
Com o B3 sozinho na parede, todos os moleques sentaram o dedo no gatilho da sua peça* e ficaram assim por exatamente 1min; não pararam nem quando o B3 caiu no chão já morto, em menos de 10 segundos recebendo os tiros.
— Geré: Vacilão do caralho — Disse após cuspir na cara do B3
— FB: O velório do maluco vai ser com o caixão fechado! — Debochou, olhando o defunto de pertinho
— Geré: Só um avisinho mermo, pra quem quiser apontar arma pra outra pessoa no meu morro! — Disse alto, pra geral ouvir — Rala, mete o pé — Disse pra mim, quando chegou perto
Ele disse "rala", mas saiu me conduzindo. O FB mandou os vapores levarem o corpo do B3 pro alto do morro, e se a família dele não quisesse, era pra atear fogo. Os caras daqui se amarram num churrasquinho!
— Roberta: Geré, e a mãe do Moisés, a moradora que morreu no último confronto com os cana?
— Geré: Que quê tem ela?
— Roberta: Acharam o corpo? Soube que levaram pra fora do morro.
— Geré: Se pá o FB mandou levar pra perto do quarenta e um**. Sempre que morre alguém em confronto com esses vermes e a família não vem atrás, nóis manda o corpo pra área deles, cê tá ligada.
— Roberta: Sério, FB? — Perguntei encarando-o
— FB: Tu nem esse viado deram o papo que era pra guardar o corpo dela...!
— Roberta: Caralho, ein, RGR?!? O menor toda vez que me vê, pergunta sobre o corpo da mãe! Eu vou dizer o quê pro menino?!?
— Geré: Que nóis mandou botar na área do quarenta e um — Debochou
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*Peça: arma
**Quarenta e um: 41º batalhão de polícia do RJ
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Índiazinha do Alemão - Pré História ✧ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora