Capítulo 30

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Ele saiu da minha janela e logo apareceu no meu quarto. Sentou na cama, na minha frente, e olhou meu corpo todo, principalmente meus seios. Encarei-o com uma sobrancelha levantada.
— Roberta: Desembucha logo. Tenho mais o que fazer.
— Neguinho: Que quê tu vai fazer?
— Roberta: Dormir!
— Neguinho: Nóis podia fazer um bagulho melhor... — Disse malicioso, sorrindo
Ai meu Deus, eu não resisto a esse sorriso.
— Roberta: Vai fazer com a Jhennyffer então. Tu num tava de papinho com ela?
— Neguinho: Tá com ciúme? — Perguntou sorrindo debochado
— Roberta: Eu, com ciúmes? — Ri ironicamente — Nunca, meu filho! Fala logo!
— Neguinho: Já chegou nos teus ouvido que eu tô gamadinho em tu, né? — Fiz que sim com a cabeça — Não é mentira.
— Roberta: Beleza. E...?
— Neguinho: E que nóis podia ficar sério... Sem pegar outros por aí...
— Roberta: Essas fitas aí não é minha cara! — Disse rindo
— Neguinho: A minha também não, mas nóis podia tentar... — Disse sorrindo
Não sorri, não sorri, não sorri! Ele continuou sorrindo pra mim ao perceber que eu tava hipnotizada, e eu não me controlei e voei em cima dele; mais especificamente da sua boca. Sentei em seu colo e ele envolveu seus braços em meu quadril e apertou, colocando seu corpo contra o meu. Durante o beijo, eu tirei toda sua roupa, e antes de partir para a melhor hora, eu fechei a janela e a cortina do meu quarto. Assim como ele colocou a cara na janela, outra pessoa poderia colocar e ver a gente fudendo. O Neguinho me puxou de volta pra cama, e como ele já tinha tirado sua cueca, já foi me encaixando na sua rola, sem se importar em tirar minha calcinha; só colocou pro lado. A gente fudeu a tarde toda, e nem no banho a gente se desgrudou. Não nos vestimos, só nos enxugamos e deitamos na cama, após arrumá-la. Deitei minha cabeça em seu peito e o Neguinho passou o braço por debaixo da minha cabeça e ficou alisando minhas costas com as pontas dos dedos.
— Roberta: Caralho, tô toda dolorida, e eu tô menstruada — Disse rindo, morta de vergonha
— Neguinho: Nem me liguei — Disse rindo
— Roberta: Claro, tu só queria minha buceta — Disse ironicamente
— Neguinho: Pô, Índiazinha, eu gosto de tu pra caralho mermo...! — Disse entre vários selinhos, depois que rolou na cama e ficou em cima de mim
— Roberta: Se tu gostasse mesmo, diria que tava com saudade de mim, e não da minha buceta.
— Neguinho: Eu não curto demonstrar meus sentimentos... — Disse com vergonha
— Roberta: Só os da rola, né?
— Neguinho: Esses daí falam sozinhos!

A gente riu. Ele deitou de vez por cima de mim e ficou com a cabeça no meu ombro, de forma que eu sentia sua respiração no meu pescoço. Envolvei meus braços em seu pescoço e fiquei alisando o cabelo dele com ambas mãos. Se passou um tempão e a respiração dele foi ficando mais pesada, até que ele tava roncando; baixinho, mas tava.
— Roberta: Neguinho? — Perguntei cutucando-o — Acorda, desgraça! — Disse rindo, tentando tirá-lo de cima de mim
O Neguinho não respondeu. Empurrei-o com força pro lado e ele ficou de frente para a parede, com os braços cruzados, todo encolhido. Suspirei fundo, levantei da cama, fui pro banheiro, tomei um banho rápido e vesti roupas limpas. Peguei minhas roupas e as roupas do Neguinho que estavam no chão; dobrei as roupas dele e coloquei em cima do criado-mudo e as minhas roupas coloquei no cesto de roupas para lavar. Eram 18h15. Como estava calor, abri a cortina e as janelas do meu quarto e fiquei sentada na grade, olhando o movimento na escadaria enquanto mexia no celular.
— Lays: E AÍ, VAGABUUUUNDA! — Gritou de longe
Após olhar todos os ângulos possíveis, achei a Lays. Tava numa viela lá na casa do caralho.
— Roberta: Tá felizinha... Deu? — Perguntei quando ela chegou na minha janela
— Lays: Se eu tô com o Cobra, é porque tô dando — Disse safada — Que quê o Neguinho tá fazendo aí?
Contei pra ela a história toda, dês de quando eu peguei ele e a Jhennyffer conversando até quando ele falou que gosta de mim mesmo.
— Lays: E tu gosta dele? — Perguntou deitada no tapete do meu quarto
— Roberta: Sei lá. Ele é tão gente boa comigo, mas não sei se chega a ser "gostar" pra ficar sério com ele.
— Lays: Ele tá um passo a frente dos outros moleques?
— Roberta: Como assim?
— Lays: De todos os moleques que dão ideia em tu, o Neguinho faz algo que só ele faz? — Explicou após bufar
— Roberta: Ele disse que gosta de mim.
— Lays: Ai, amiga, moleque quando quer comer diz cada parada...!
— Roberta: Porque tu não viu o jeito que ele falou — Disse descendo da grade
A Lays ficou me seguindo com o olhar pra todo lugar que eu ia dentro do quarto.
— Roberta: Qual foi?!? Desembucha logo, que eu sei que tu tá pensando algo aí! — Disse impaciente
— Lays: Tu tá gamadinha nele...!? — Disse prendendo o riso
— Roberta: Não, Lays! Tá loca?!? — Respondi olhando-a com cara de "você não me conhece?!?"
— Lays: Ah, não, tu tá gamadinha nele! — Disse rindo, me abraçando com força
— Roberta: Não, não, não! Nem põe isso na tua cabeça! — Disse abraçando-a à força — Compromisso só quero com os estudos; com moleque, tô longe! Não quero ninguém perguntando onde que eu tô, oque eu tô fazendo, pra onde eu vou, com quem eu vou, que horas eu volto... Já não basta meus pais! — Disse quando ela finalmente me soltou
— Lays: Assume, Roberta, tu tá gostando dele! — Disse me fitando com os olhos semi-cerrados
— Roberta: Não tô! Que saco! — Respondi, irritada
Vocês já viram criança quando descobre que o coleguinha tá gostando de fulano? A Lays ficou igual, com direito até á musiquinha "tá gamadinha". Ela conseguiu acabar com meu bom humor pós-foda.
— Neguinho: Barulho da porra — Disse nos olhando com os olhos quase fechados, com voz de sono
— Roberta: Por que tu não vai dormir na tua casa, então? — Perguntei olhando-o feio
— Lays: Ela tá gamadinha por tu, Neguinho! — Disse ao mesmo tempo que eu fazia a pergunta
— Neguinho: Hã? — Perguntou sorrindo, me olhando todo caidinho
— Roberta: É mentira dessa cachorra! Não acredita nela!
— Lays: Mentira nada!
Começamos a discutir, mas durou pouco, já que o Neguinho levantou da cama enrolado no lençol e foi pro meu banheiro com suas roupas. Lays e eu fomos pra cozinha procurar algo pra comer e logo apareceu o Neguinho vestido.
— Neguinho: Aí, tô indo. Posso colar aqui mais tarde? — Perguntou ao entrar na cozinha, me abraçando
— Roberta: Pra quê?
— Neguinho: Comer com a sogrinha — Respondeu ironicamente, após me soltar
— Roberta: Minha mãe ser sua sogra, só nos seus sonhos mesmo!
— Neguinho: Posso ou não?
— Roberta: Pode. Ela chega umas sete e meia.
— Neguinho: Já é. Té já, já — Disse me abraçando de novo — Té mais, Lays — Se despediu tocando na mão dela

Observamos-o sair da minha casa, e quando ele bateu o portão pra fechar, a Lays começou de novo com a musiquinha infantil do "tá gamadinha". Ai, que ódio! Ainda bem que ela foi pra sua casa uns 15min depois que o Neguinho foi. Minha mãe chegou às 19h50. Eu tava sentada no sofá, olhando pro nada.
— Lúcia: Pensando no próximo ganho que vai meter, bandidona? — Perguntou toda debochadinha, procurando algo na sua bolsa
— Roberta: Não enche, mãe — Disse boladona
— Lúcia: Que quê aconteceu? — Perguntou novamente, dessa vez, séria
— Roberta: Nada.
— Lúcia: Passei nove meses e três dias contigo no meu bucho, garota! Sem falar desses quinze anos aturando tua cara! Te conheço! Abre o jogo! — Disse após sentar na poltrona da minha frente
Minha mãe é bem direta, né? Meu pai não erra quando diz que eu sou a cópia fiel dela.
— Roberta: O Neguinho dando ideia em mim pra gente ficar sério. Tipo, eu só fico com ele e vice-versa.
— Lúcia: Tu gosta dele?
— Roberta: Não sei.
— Lúcia: Tu gosta de estar com ele? Ele te prende?
— Roberta: Gosto, e não.
— Lúcia: Dá uma chance então. Não é um namoro, então ele não vai ter direito de ficar em cima de tu como se fosse teu dono.
— Roberta: Ele não seria meu dono nem se fosse meu namorado, nem marido. Aliás, nenhum homem.
— Lúcia: Essa é minha garota! — Disse rindo, me dando um beijo em cada bochecha — É até bom. Quem sabe tu abaixa o fogo dessa sua periquita — Disse indo pro seu quarto
— Roberta: Aliás, ele vem jantar aqui hoje.
— Lúcia: Pra quê?!? — Perguntou de lá mesmo
— Roberta: Pra comer! Ele não tá nem pirado de me pedir em namoro!
Ela não respondeu. Logo ouvi o barulho do chuveiro ligado. Uns minutos depois, bateram no portão e eu fui abri. Era o Neguinho, como eu tinha previsto. Ele tinha tomado de banho e trocado de roupa. Fomos pra cozinha fazer o jantar. Como eu já disse, minha mãe sempre deixa o almoço e o jantar prontos, então coloquei no forno pra esquentar, na verdade. O Neguinho ficou sentado numa cadeira da mesa, e quando eu virei de frente pra ele após colocar a travessa no forno, ele tava me olhando, sorrindo, com o queixo apoiado nas mãos. Corei de vergonha.

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