Capítulo 78

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Fiquei 30min de rabo pra cima e mais 30min de barriga pra cima, aí fui pra água. Que saudade! Minha mãe logo veio me fazer companhia, e voltamos juntas às nossas cangas. 13hrs, almoçamos e voltamos pro Alemão. Não vi o bonde, então eles deviam estar na praia. Ao chegar em casa, toda queimada do sol, tomei banho, sequei meu cabelo e sentei na grade do meu quarto. Fui olhar as foto tiradas.
— Roberta: Mãe, posso postar aquela nossa foto que tu disse que eu tô com cara de bunda? — Perguntou alto, já que ela tava pela casa
— Lúcia: Aquela que eu fiquei com cara de madame? — Perguntou de volta, no mesmo tom que eu
— Roberta: Ela mesmo!
— Lúcia: Pode! Me marque!
Postei a tal foto com a legenda "de madame ela só tem a cara mesmo RSRSRS rainha! <3".
— Roberta: Postei! — Avisei, rindo
— Lúcia: Espero que tu não tenha feito alguma palhaçada!
— Roberta: Nunca!
Corro o risco dela me esculachar em pleno facebook, mas tudo bem! Fiquei jogada na cama, morta de preguiça pós-praia. 17hrs, o Geré colou aqui. Minha mãe mandou ele entrar e ele veio direto pro meu quarto e já foi se jogando na cama, ao meu lado.
— Geré: Mó tempão que eu não colava na praia...
— Roberta: Também... Pegou muitas menininhas?
— Geré: Que nada! — Respondeu, rindo — Acho que eu tô amarradão numa mina... Mas isso não me impede de continuar passando o rodo por aí!
— Roberta: Quem seria ela?
— Geré: No samba da sexta você saberá!
— Roberta: Ah, fala, não vou contar pra ninguém!
— Geré: O gato se fudeu por causa da curiosidade dele...
(Foto que a Roberta postou)

Ele disse isso ficando sobre mim e me enchendo de beijo pelo rosto.
— Roberta: Por que você não vai ficar com seu love então?
— Geré: Enquanto ela não sabe, eu fico com minha patroinha — Respondeu sentando na cama — Quero lançar um risco na sobrancelha e aquelas dentaduras douradas...! — Disse pegando deu celular no bolso da bermuda e me dando
— Roberta: A dentadura se chama Grillz(?) — Disse rindo, ao ver a foto da tal dentadura na galeria
— Geré: Sei lá, só sei que vi e achei da hora! O que tu acha?
— Roberta: Se tu gostou, use então. Quer que eu faça o risquinho?
— Geré: Na sexta tu faz. Tu vai fazer o que agora?
— Roberta: Nenhum plano até agora. Por quê?
— Geré: Nada. Vou ficar aqui contigo então. Tô com dor de cabeça. Toda vez que colo na praia fico assim.
— Ronerta: Quero comer...
— Geré: Acabei de comer, mas também quero.
— Roberta: Quando você não quer? — Perguntei rindo — Quer comer o quê?
— Geré: Sua buceta — Respondeu me comendo com os olhos
— Roberta: Tô cansada! — Disse rindo — Fala, cê que comer o quê?
— Geré: Doce ou massa.
— Roberta: Já comeu brigadeiro de panela com coco ralado e brigadeiro colorido?
— Geré: Não.
— Roberta: Vou fazer pra gente. Bora pra cozinha, aí a gente fica conversando — Disse levantando da cama e pegando na mão dele
Ele soltou sua mão da minha impulsivamente e eu fiquei sem entender.
— Geré: Foi mal. Não sou acostumado com alguém pegar assim na minha mão — Disse levantando da cama
— Roberta: Acho que você não é muito acostumado de receber carinho... — Disse abraçando-o por trás, conduzindo-o pra cozinha
— Geré: Só sou acostumado a fuder — Disse segurando na minha cintura
— Roberta: Ninguém sabe — Disse rindo
— Geraldo: Ela é amiga do chefe daqui? — Perguntou quando nós entramos na cozinha, com tom de quem não tava acreditando
— Lúcia: Sim, desde que ela tem sete anos. Confio mais nela com ele, do que com muitos amiguinhos do asfalto — Ouvi ela responder

Peguei as paradas junto com o Geré, depois ele se sentou numa cadeira e foi mexer no meu celular. Intimidade é uma coisa 10.
— Roberta: Deixei? — Perguntei encarando-o, mexendo o brigadeiro na panela
— Geré: Tem que deixar? — Perguntou de volta em seu tom mais debochado
— Roberta: O celular é meu!
— Geré: Tu também pega o meu sem eu deixar. Cala boca.
— Roberta: Só vou ficar porque é verdade. Se eu faço, não posso exigir que você não faça.
Ele balançou a cabeça positivamente e voltou seus olhos à tela do meu celular. Logo começou a ferver e eu desliguei o fogo. Gritei perguntando se minha mãe e o Geraldo queriam, e eles disseram que não, então peguei um prato fundo pra pôr a parte do RGR.
— Geré: Vou querer da panela — Avisou quando eu tava prestes a despejar, com os olhos ainda na tela do celular
— Roberta: Eu gosto de raspar a panela!
— Geré: Também.
— Roberta: Ah, vai se fuder — Disse colocando o prato de volta no armário — Acho bom você saber dividir.
— Geré: Cê se ligou que naquele furdunço na PV, eu dividi tu com um monte de macho.
— Roberta: E o que isso tem haver com agora?
— Geré: Eu odeio dividir tu e comida.
— Roberta: Me dividir? Quê? — Perguntei, rindo
— Geré: De um tempo pra cá, acho que comecei a sentir ciúmes de tu com esses caras que tu pega.
— Roberta: Sentir ciúmes você pode.
— Geré: Só espero que tu seja fiel numa parada séria...
— Roberta: Se fechei compromisso de ficar com um só cara, é só com ele.
Ele fez que sim com a cabeça. Ficamos conversando sobre a festa de aniversário dele. Meu deus, vão ficar muitos caras de outros morros do Comando. Tenho que me preparar! Ainda bem que minha menstruação só desce no final do mês, e próxima semana ainda é o começo do meio! Uns 20min depois que coloquei a panela na geadeira, retirei-a. Coloquei coco ralado e brigadeiro colorido, peguei duas colheres e fui pro quatro com o Geré.

— Roberta: Minha mãe disse que confiava mais em você do que em alguns dos meus amigos do asfalto.
— Geré: A tia me ama, pô!
— Roberta: Você tem idade pra ser meu tio, então cada vez que você chama minha mãe de tia, eu tenho certeza que algo não está correto.
— Geré: Mó veia tua mãe — Debochou
— Roberta: Minha mãe tem trinta e sete anos com carinha de vinte e cinco, tá?!?
— Geré: Pode pá, coroa arrumada da porra... Comia tu e ela de uma vez só...!
— Roberta: Credo, Rogério — Disse encarando-o
— Geré: Ih, só não como ela porque ela não quer, e agora tá namorando!
Continuei encarando-o e ele pegou a panela das minhas mãos. Começamos a comer — e a discutir, já que ele comia muito rápido — e em menos de 10min terminamos. Eu demoro pra comer a quantidade que fiz em uma hora...! Fui pegar água pra gente e colocar a panela na pia, e quando voltei, ele tava fuçando meu celular de novo.
— Geré: De quando é essa foto? — Perguntou mostrando-a
— Roberta: Quando eu entrei pra boca — Respondi deitando em cima dele
— Geré: Aqui tu tava magrela ainda — Disse ajeitando minha cabeça no travesseiro, ao lado da sua — Cê tá ligada que tá com o rabo em cima da minha rola, né?
— Roberta: Tô. Seja forte! Sei que é muita tentação! — Disse "me gabando"
— Geré: Ela não pensa...
— Roberta: Mas você sim, então controle-a, porque eu não quero fuder.
— Geré: Cadê a Roberta que dizia que uma mamada não se nega a ninguém?
— Roberta: Sempre que tu pede eu faço, mas hoje eu tô cansada. E você nunca fica na mamada.
— Geré: Vou cobrar o dobro outro dia então — Disse rindo — Só eu?
— Roberta: Bem... Eu também coloco um pouquinho de lenha na fogueira.
— Geré: "Um pouquinho"... — Disse rindo
Ele continuou a olhar as minhas fotos e sempre perguntava de quando era. Muito curioso...! E adivinhem? Dormiu na minha casa, mais precisamente na minha cama, de conchinha comigo e segurando meus peitos por dentro da blusa, e isso não é uma reclamação...!
(Foto que o Geré mostrou à Roberta)

Índiazinha do Alemão - Pré História ✧ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora