cap. 8 | ken

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Ken

Acordo antes do meu despertador. Isso não era muito comum. Confiro a tela do meu celular e descubro que ainda tenho meia hora antes do meu treino muscular. Eu poderia voltar a dormir se quisesse, ou quem sabe, levantar mais cedo e ganhar mais tempo para o café da manhã. Não faço nenhuma das duas coisas. Permaneço deitado na cama. Chuto o cobertor para baixo dos meus pés, dando de cara com a ereção explícita apertada contra minha cueca. Segundos depois, retiro o pau para fora e começo a bater uma.

Geralmente eu não fazia isso tão cedo, porque sempre gozava à noite, antes de dormir. Mas eu estava com muito tesão. Começo a me lembrar, à medida que vou me masturbando, de uma situação que já havia acontecido a uma semana. Mio e eu sentados nessa cama, assistindo um vídeo pornô juntos. Na verdade, não via nada de errado em termos feito aquilo, mesmo não nos gostando de fato. Eu já havia batido punheta com outros amigos. Isso não era tão incomum quando garotos moravam no mesmo prédio. O único problema é que Mio era um chato. Um merdinha arrogante. E o pau dele nem era tão grande assim...

Gozo! A porra se espalha pelo meu abdômen. A porcaria da imagem de Mio ainda está na minha cabeça. Me levanto, com cuidado para não sujar os lençóis, e vou até o banheiro. Me limpo com papel higiênico mesmo, porque ainda teria que tomar banho depois de malhar. Escovo os dentes e troco de roupa me preparando para sair. Meu pau ainda está duro.

Depois de um treino intenso de bíceps, estou de volta ao meu quarto. Tomo banho e visto o uniforme. Logo depois vou direto para a academia. Os corredores não estão movimentados como de costume, porque provavelmente os alunos estão focados nos estudos. Eu sei disso porque semana que vem começam as provas finais. Nenhum idiota iria querer notas baixas sujando seu currículo. Muito menos eu.

Assim que entro na sala, sinto meu corpo bater de frente contra outra pessoa. Para variar, é Mio. Provavelmente ele estava saindo para ir ao banheiro ou fazer qualquer outra merda.

– Quase rolou beijo hein. – Filipo dá risada da situação.

Sorrio e mostro o dedo do meio para ele.

– Foi mal. – Mio me fala. – Não percebi você entrando.

– De boa. Eu sei que você é sonso. – Respondo.

Mio revira os olhos e sai de sala. Acho engraçado. Jogo minha mochila sobre a mesa e me sento ao lado de Filipo. Dou um oi para Glamour e Brenda logo atrás de nós.

A seguir temos aula de Aritmética, e por incrível que pareça, estou animado. Tudo isso porque finalmente estava entendendo a matéria e meus trabalhos pareciam impecáveis. Em determinado momento, no meio da aula, a professora se aproxima sorridente e me devolve um exercício da semana passada.

– Muito bem, Ken. – Ela fala. – Você tirou dez.

Comemoro, involuntariamente. Filipo que está ao meu lado, segura seu próprio exercício. Ele parece decepcionado com a nota "cinco" que recebeu por sua burrice.

– Porra mano! Como é que você tirou essa nota aí?

Glamour e Brenda esticam os pescoços para olhar a minha nota também.

– Uau. – Brenda comenta. – Tirou a mesma nota que eu.

Eu até gostaria de falar que eu havia melhorado sozinho, mas eles jamais acreditariam. Dou de ombros, orgulhoso do meu desempenho, e falo:

– O Mio me ajudou. Ele é um gênio da matemática.

Os três trocam olhares curiosos, assim como eu já esperava.

– Não acredito que se vendeu pro japa em troca de nota. – Filipo comenta.

– Ele não é japonês. – Respondo.

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