Ken
Acho que não soa mais tão estranho falar que Mio e eu estamos dormindo juntos. De novo. Eu meio que o convidei a ficar no meu quarto, mas não tinha nada a ver com o boquete que ganhei de presente. Eu só quis o recompensar por ter me ajudado com os ferimentos. Só isso. Juro.
Estou deitado logo atrás dele, de conchinha. Meu peito colado em suas costas. Meu pau na sua bunda. Meu braço em torno da sua barriga. E eu gostava daquele jeito. Gostava de me sentir no comando. Não queria que Mio pensasse que podia sair fazendo qualquer coisa comigo, então o mantenho bem longe da minha bunda. Era preciso preservar minha masculinidade.
– Mio. – Sussurro. – Tá dormindo?
Demora alguns segundos, mas ele resmunga de volta:
– Não mais.
Aperto meu corpo contra o dele. Bem forte. Na verdade, minha intenção era esfregar meu pau contra seu corpo. Estava tão duro que parecia querer furar os shorts.
– Mio. – Sussurro novamente. – Deixa eu te comer.
– Não. – Ele responde, ríspido.
– Deixa vai. – Meto uma sarrada contra sua bunda.
Quase no mesmo instante sinto uma cotovelada contra minha costela machucada. Desprendo de Mio na mesma hora, soltando um baita xingamento em meio a dor. Asiático filho da puta!
– Por que não? – Estou com raiva.
– Porque não! – Mio se vira para me encarar. – Você tá achando que dar a bunda é simples assim?
A dor contra meu machucado é tão desagradável que até faz meu pau ficar mole. Permaneço deitado de costas, olhando para o teto, mas cruzo os braços com plena consciência da minha cara fechada.
– Você é muito chato! – Falo.
Nenhum passo é avançado nos dias seguintes. Na verdade, acabo ficando muito ocupado com os trabalhos escolares que chegam com tudo, assim como a maioria dos alunos. Minha média não havia sido ruim no semestre passado, mas ainda assim não era boa o suficiente. Dessa vez eu não deixaria para me empenhar apenas no final. Teria que estar focado desde o início. E assim faço. Aproveito da inteligência de Mio agora que ele anda com a gente. Principalmente dentro de sala e nos intervalos. De alguma maneira, a forma como ele me explicava Aritmética era diferente. Realmente fazia com que eu assimilasse o aprendizado. O asiático já havia dito uma vez que não pretendia fazer faculdade, mas acho que lecionar seria uma opção extremamente considerável.
Estou sentado contra minha carteira na sala de aula. A professora de Inglês acabou de liberar os alunos, que deram um fora mais que depressa. Enquanto termino de juntar meus materiais, sinto dois braços enlaçando meu pescoço por trás. Fios pretos e sedosos caem delicadamente sobre a minha cabeça.
– O final de semana tá chegando. – Glamour sorri contra minha orelha.
Dou risada. Rapidamente, ela se desprende do meu corpo e vai parar bem na minha frente.
– A melhor festa de todas. – Comento.
Sim, estávamos em agosto. Famigerado mês onde um baita gostosão comemorava seus dezessete anos de vida: Ken Blanca, vulgo eu. Quando ainda era uma criança, meus pais me colocaram na escola um ano atrasado, por isso eu sempre fui um ano mais velho que meus amigos. Eu achava ótimo, na verdade. Me sentia um passo à frente de todos. E como bom leonino, gostava de comemorar essa data com uma super festa na piscina. Bebidas e putaria estavam incluídas no pacote.
– O Mio vai? – Glamour pergunta. Está enrolando uma mecha de seus longos cabelos castanhos no dedo.
– Ele não teria a ousadia de não ir. – Sorrio.
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Perfeitos [✓]
Romance[Romance Gay] Mio não sente vontade alguma de fazer faculdade quando se formar, mas suas duas mães de criação querem o melhor dos futuros para o filho. Duplamente pressionado, o adolescente ingressa na Academia ALFA, conhecida como o melhor colégio...