» I Hate You ˎˊ˗ ࿐°

• ꒰ Chapter 21 • Don't press me꒱ ˎˊ˗ •

Sabina Hidalgo
• 02 de agosto de 2020
Los Angeles, USA.
Residência dos Urrea.

Despertei durante a madrugada com meu celular tocando. Inferno. Quem liga a essa hora? São quatro da manhã. Fui tentar me levantar, mas Noah abraçava minha citura fortemente, não permitindo se quer que eu me movesse.
Suspirando, fiz um esforço para me desvencilhar dele. Me levantei e peguei o aparelho, atendendo a ligação sem ao menos olhar o chamador.

— "Estou te avisando, garota. Hoje é o último dia para tirar a acusação." — A voz do pai de Benjamin ressoou em meus ouvidos e eu senti meu ar faltar

— Eu já falei que não vou retirar a acusação. Seu filho me estuprou, ele me machucou. Merece o que está passando. — Respondi, ríspida.

— "Meu filho deu o que você merecia, vadia. Você não passa de um corpo para ser usado e abusado. E se não retirar a acusação eu mesmo terminarei o que Benjamin começou." — Me arrepiei, sentindo uma vontade estranha de chorar.

— Eu não posso tirar a acusação. Por favor, pare. — Pedi, já começando a chorar.

— "O recado está dado, Hidalgo." — E desligou.

Deus... Por que comigo? O que eu fiz pra receber tanto ódio? O que eu fiz pra sofrer tanto? Meu corpo tremia de medo, o que o pai de Benjamin seria capaz de fazer?
Abracei meu corpo nu e me sentei no chão, me encolhendo e começando a chorar. Não sei quantos minutos fiquei daquela forma, o medo tomava conta de meu corpo.

— Saby? — Ouvi a voz de Noah e ergui a cabeça. — O que houve? Por que está chorando? — Perguntou, se agaixando ao meu lado e segurando meu rosto. Neguei, abaixando o olhar e deixando mais lágrimas caírem. — Eu preciso que me conte o que está te deixando preocupada, Saby... Confie em mim. — Pediu, neguei.

— Eu não posso, Noah... Por favor, não me pressione... — Pedi em um sussurro.

— Tudo bem, pequena... — Acariciou meu rosto com o polegar. Ele me pegou em seus braços e me levou de volta para a cama. Suspirei.

— Acho que vou ir beber água... — Falei, caçando algo para vestir. Coloquei minha calcinha e a camiseta que Noah usava na noite anterior, ela ia até o meio e minhas coxas, era o suficiente para ir até a cozinha e voltar.

Noah não me seguiu quando passei pela porta de seu quarto e me direcionei para a cozinha. Eu sei que não é certo esconder isso de todos, mas não posso falar. E se esses malucos resolverem ir atrás de quem eu contei? Eu me culparia tanto...
Peguei um copo de água e me encostei na pia, fixando meu olhar no chão. Estava imersa em meus pensamentos e nem mesmo notei quando a irmã de Noah, Linsey, se fez presente.

— Você está bem? — Sua voz doce me tirou dos desvaneios. Subi meu olhar, parando na loira e deixando um suspiro escapar de meus lábios.

— Não sei... — Respondi, tentando ao máximo evitar seus olhos. Ela sorriu levemente e se aproximou.

— Se for algo que meus pais falaram, saiba que eles estavam brincando, estavam tentando descontrair o ambiente. — Assenti, sem dar muito intetesse, na verdade. — Mas se relacionado ao que você e Noah fizeram ontem a noite, saiba que o quarto de N tem isolamento acústico... — Ela parou, percebendo que não era isso. — Saby, sou sua cunhada e quero ser sua amiga. Me fale o que está te incomodando, vou tentar te ajudar. — Abriu um sorriso sincero e eu acabei me dando por vencida.

— Não conte a ninguém, por favor... Principalmente a Noah. — Pedi e percebi sua expressão mudar, um misto de curiosidade e leve preocupação.

— Tudo bem, não irei contar. — Garantiu, tomei ar, me sentando em um dos bancos que havia na ilha entre a cozinha e a sala. Segurei o copo com força nas mãos, como se ele pudesse me confortar.