» I Hate You ˎˊ˗ ࿐°

• ꒰ Chapter 30 • You are very embarrassed.꒱ ˎˊ˗ •

Sabina Hidalgo
• 09 de setembro de 2020
Los Angeles, USA.
Martin Luther King Jr. Community Hospital.

Eu já estava no hospital a seis dias e acordada a quatro. A essa altura, já posso dizer que não aguento mais e que quero ir pra casa, dormir na minha própria cama e comer a comida da minha mãe, e segundo a Dra. Baker e o Dr. Urrea, isso não iria demorar muito para acontecer.
Os dias aqui eram muito remotos, eu acordava as seis com uma enfermeira entrando com remédios para dor e enjoo. As nove, mais ou menos, a Dra. Baker entrava para fazer o primeiro ultrassom e me dar uma bronca sobre minha péssima alimentação. Ao meio dia, Fernanda chegava do trabalho e mamãe ia embora para ir pra casa descansar. Claro que nos dois primeiros dias comigo acordada, ela insistia em ficar, mas conseguimos a convencer de ir pra casa descansar.
Eu tentava almoçar, mas sempre acabava vomitando ou não gostando da comida, então eles tiveram de começar a fazer aplicações de suplementos. Noah chegava lá pras quatro e meia da tarde, vinha direto da escola com dois dos nossos amigos. Conversávamos sobre o dia e Nico entrava para fazer o segundo ultrassom, que era feito mais tarde para Noah poder ver e participar.
Umas sete da noite, Noah e uma enfermeira me levavam para dar uma volta pelo andar, e só voltávamos para o quarto quando eu começava a ficar muito cansada ou enjoada.
Mais a noite, eu tomava banho e ia me deitar. Quem passava a noite comigo era Noah, mas ele ia embora antes mesmo de eu acordar por culpa da aula. Sobre a falta de ar, começou a melhor no primeiro dia em que acordei, e eu já não precisava mais ficar usando nenhum aparelho respiratório, conseguia respirar sozinha.
Mas ainda havia algo me irritando. Noah não falava do acidente. Não falava sobre quem me atropelou, nem o que aconteceu com eles. Ele nem mesmo deixa os policíais que estão investigando o caso falarem comigo ou entrarem no quarto. E toda minha família e amigos o ajudavam a não falar sobre isso comigo, porque toda vez que eu perguntava, eles mudavam de assunto.

Neste momento eu estava sentada na cama, enquanto Nico me examinava e arrumava meus medicamentos. Soltei um suspiro, olhando para o hematoma em meu braço e depois para o outro hematoma em minha mão. Haviam outros, todos adquiridos durante o acidente, e todos me lembravam que tentaram me matar. Duas vezes.

- No que está pensando? - O Urrea perguntou e eu suspirei.

- Tentaram me matar duas vezes, Nico. Estou assustada e com medo do que virá. E se tentaram novamente? E se machucarem Noah? Eu... - Deixei as lágrimas começarem a cair e ele me abraçou.

- Tem seguranças na porta do seu quarto, Saby. Ninguém vai te machucar. - Disse, se afastando e segurando meu rosto. - Enquanto estiver aqui, não deixaremos nada acontecer. - Assenti, secando as lágrimas com a manga do pijama que eu vestia.

- Quando eu saio? - Perguntei e ele sorriu.

- Hoje a noite ou amanhã pela manhã. Mas ficará quinze dias em casa, descansando. - Falou e eu bufei.

- Já descansei muito. - Resmunguei e ele riu. - Quero voltar pra escola. - Falei e ele suspirou.

- Sabe que irá ter que mudar para aulas em casa, certo? - Assenti, soltando o ar que eu segurava.

- Sei... Perdi meu último ano. - Comentei e ele colocou a mão em meu ombro.

- Se te conforta, o último ano é um saco. Os professores cobram muito dos alunos, muitos entram até em depressão. - Falou, tentando me alegrar.

- Gosto da escola, Nico. Posso ficar com meus amigos,com Noah, e tem as líderes de torcida. Pelo menos poderei ficar mais dois ou três meses com eles, até a barriga começar a aparecer. - Falei e ele negou.

- Terá que sair da equipe de líderes de torcida, Sabina. É muito esforço, você já está em gravidez de risco, ficar nesses treinos, dançando e pulando podem te fazer perder o bebês. - Falou e eu neguei. Não queria abandonar as garotas. - Sinto muito, Saby. Sua saúde está debilitada, sua gravidez é de risco, séria assinar um contrato com sua morte. - Assenti, soltando um suspiro.