👠 Dra S 25 👠

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AriSanRoman80
Toda sua minha amiga ❤️🥰

Heriberto: Mamãe... por favor, eu já te pedi... Andy é alguém muito especial para mim... estava cuidando dela... eu sou médico e tive que ir, mesmo que não fosse a minha obrigação... não deixaria ela... não chame a Victoria dessa forma - falei calmo.

Luiza: Claro... é mais importante que a sua mãe... nem mesmo comigo é assim Heriberto...- falei séria - e eu chamo essa mulher como eu quiser... ela é interesseira sim... será que não percebe?

Soltei os papéis na mesinha e levantei com raiva.

Heriberto: Chega mamãe... chega...- falei com raiva - era me irritar que queria? Conseguiu... Andy foi e é a mãe que eu não tive... aquele maldito acidente não levou apenas o meu pai e a minha irmã... te levou junto... morreu por dentro... matou a mãe que um dia foi, não passa de uma mulher amargurada... seca... vai respeitar a minha mulher... Victoria é a minha mulher, você querendo ou não - já estava vermelho de raiva.

O ouvi e senti as lágrimas descerem em meu rosto. Palavras que mais pareciam facas afiadas, me perfurando sem dó nem piedade.

Luíza: Não Heriberto... aquela mãe esteve aqui, mas você a desprezou... preferiu aquela mulher do que a mim... me deixou... eu perdi eles e você me deixou... ficou do lado dela, ao invés do meu... era tudo o que me restava e me abandonou Heriberto...- falei em meio às lágrimas - não... isso eu não vou fazer nunca... nunca Heriberto... essa mulher nunca será sua.

Heriberto: Eu te abandonei? - ri sem vontade - no mesmo dia em que enterramos os dois, chegou em casa e se trancou em seu quarto... tudo que eu necessitava era da minha mãe, era saber que eu não estaria sozinho... mas foi o primeiro que me disse... que eu estava sozinho... que eu teria que aprender com a dura verdade da vida... como pode ser tão cruel? Eu só tinha 16 anos... nem se quer entendia aquele mar de confusão que me sufocava... isso não te importou... a minha dor não te tocou... não te fez acordar... não amoleceu essa pedra que chama de coração... enquanto a Andy... ela... ela me deu o que você nem estava preocupada em me dar... eu não preferi aquela mulher como diz... a Andy... me acolheu e foi a mãe que você pouco se preocupou em ser... não venha colocar sua culpa em mim... não mesmo... pode não aceitar mamãe e pouco me importa sua aceitação... já sou um homem, irei seguir minha vida... vou sair dessa casa com meu filho... vamos para o meu apartamento... estou cansado de seu controle.

Sem pensar ergui a mão para lhe dar uma bofetada, mas não o fiz. Fechei meus olhos chorando e soltei um soluço. Sabia que boa parte do que ele falou era verdade. Naquela época estava tão confusa e cheia de dor, que nem mesmo vi o que estava fazendo com o meu filho. Desci minha mão ainda com os olhos fechados e a trouxe para junto de meu corpo.

Luiza: Está tão enganado Heriberto...- abri os meus olhos sentindo um nó na garganta - eu não tiro a minha culpa... mas você também não é santo nessa história... olha como fala de mim... me compara com ela a todo instante... sempre fez isso...- falava com tristeza no olhar - doeu em você, mas em mim também doeu... e muito... acha que foi fácil perder o seu pai, a sua irmã e logo ver você com ela?... eu estava desesperada... não sabia o que fazer... não te deixei perto de mim porquê não tinha condições Heriberto... você estava sofrendo tanto... não queria que me visse daquela forma... quando melhorei e quis estar com você...- me calei por um momento - já estava com ela... tentei me aproximar, mas não deixou... tem me negado isso todos esses anos Heriberto... eu sei que não sou a melhor mãe do mundo, nem a melhor mulher que já existiu... mas eu também tenho sentimentos... também sinto dor... falta...- chorava forte - não vê isso?... eu só queria o meu filho de volta... ter um pouco do seu carinho... da sua atenção... mas a cada dia vejo que nunca mais terei...- falei com a voz trêmula...- com licença...- caminhei para fora do quarto dele, soluçando e me encostei na parede, fechei os meus olhos e soltei o choro da minha garganta - ai Edgar...

Ouvi tudo que minha mãe falou e confesso que mesmo com tudo que vivemos, aquelas lágrimas em seus olhos me doeram e muito. A olhei sair e fui atrás dela, a encontrando no corredor.

Heriberto: Mãe...- me aproximei dela - não estou falando que sou santo... eu sei tudo que fiz e se fiz foi por obrigação... me fez ser assim mamãe... eu não era isso... mas me tornei... acha que tudo foi fácil? Não foi... se perdeu os dois, eu perdi todos vocês... logo depois foi a Marcela... fique apenas com o Arthur, mas não lhe deixei... isso nunca... minha dor, era minha... isso não é culpa dele... era isso que eu queria que pensasse, que eu era e sou apenas uma vítima, assim como a Sra... mas não... se te comparo com ela é porquê eu queria que acordasse mamãe... que me deixasse dividir essa dor com a Sra... mas não deixou... foi a Andy quem cuidou de mim... foi ela e não a Sra... por que não para de se preocupar com Andy e se preocupa comigo, com o seu filho?... eu perdi a mulher que amava... a mãe do meu filho e não esteve ao meu lado... isso não te doeu? Por que é assim? Por que é tão fria comigo? Eu sou seu filho... o filho que foi fruto de um amor...- falei com raiva - o filho que você não se importou... não amou...- deixei minhas lágrimas saírem - me julga... me condena... será que não percebe que essas atitudes me afastam mais e mais? Como quer que eu te dê um espaço na minha vida, se nem ao menos aceita minhas escolhas? Não busca me ver feliz... não comemora as minhas conquistas... por Deus mãe, eu já fiz de tudo para chamar sua atenção e isso não significou nada... nada.

Luiza: Para...- coloquei as mãos em minha cabeça - para... não sabe... não sabe de nada Heriberto... diz que te julgo e faz o mesmo comigo... me condena... me acusa... eu enxerguei isso Heriberto... mas quando quis me aproximar, não deixou... não me permitiu.. preferiu ela... - falei cheia de dor - ao me compara com ela só pirou as coisas... só me fez sentir mais raiva dela, porquê senti que ela estava me roubado tudo o que ainda me restava... era tudo o que eu tinha Heriberto... se ela não tivesse ligado aquele a noite o seu pai não teria saído... ainda os teríamos vivos... não me deixa Heriberto... não me permite fazer... sempre que me aproximo me trata mal... eu estive... mas você não vê...nunca vê...- ri sem vontade em meio às lágrimas - eu estou sempre aqui Heriberto... mas está tão cego que não nota...- o olhei sería - nunca mais... me escuta bem.. nunca mais na sua vida diga que eu não me importo contigo... que não te amo... eu sempre te amei... é meu filho... isso você não pode mudar... se faço essas coisas é porquê faz o mesmo comigo... assim como você, não sou a mesma, mudei... para mim a vida não tem mais cor... eu busco... tento... chama a minha atenção?... como Heriberto?... me machucando?... porquê parece que é o que faz de melhor.

Heriberto: Eu não preferi... foi ela quem eu tive... foi ela quem segurou minha mão em todos aqueles momentos dolorosos... não a Sra... eu esperei... esperei dia e noite... eu chorei... implorei que abrisse seus olhos, que me enxergasse... mas isso nunca aconteceu... não fez o suficiente...- sequei meu rosto - eu sempre serei isso mamãe... um erro... um fracasso... não se preocupe com mais nada... vou pedir para organizarem as minhas coisas e do Arthur... chega de te machucar, estou saindo da sua vida... vou organizar tudo no hospital e te repassar... irei entregar meu cargo... nem deveria ter assumido ele.

Naquele instante não disse nada, apenas fui até ele e o abracei. Abracei apertado e chorando.

Luiza: Não me deixa... por favor... não vai.

Senti seus braços me envolverem e lhe apertei em meus braços.

Heriberto: Eu não posso mamãe... não posso mais viver em meio a tudo isso... não quero que meu filho cresça assim... olha todo mau que nos causamos.

Luiza: Eu mudo... eu... eu faço qualquer coisa filho... mas... por favor, não vai... é tudo o que tenho meu filho... você e meu neto são tudo o que tenho... me perdoa... prometo que vou mudar.

Heriberto: Eu não sei mamãe... eu... está tomada pela raiva e por tudo que se passou durante esses anos... precisamos de um tempo... só assim poderemos colocar nossas idéias no lugar... eu preciso disso... eu não quero te deixar sozinha... mas precisa... assim como eu preciso... o hospital é seu... quero me afastar de tudo.

Luiza: Berto...- o apertei em meus braços - não...- o olhei - está bem... não vou te forçar a ficar... mas por favor, não me afasta... e não...aquele hospital é seu... você tem mais direito nele do que eu... fez tanto por ele... não quero que saía... você é a alma daquele lugar.

Continua...

👠 Dra Sandoval 👠 - Victoria y Heriberto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora