Always You [Completa]

Chapter Fifty Eight

Tem um mês que eu transei com um cara diferente depois de tanto tempo sem ser com o Charles. Pensei que ficaria melhor, me sentindo vingada pelo gesto tão confiante, mas a verdade que aquilo foi a cartada final para eu cair de vez. Desde quando terminei com Charles, parte de mim queria tanto que fosse só uma briga boba e que iríamos resolver daqui alguns meses quando eu estivesse bem mentalmente. Eu me alimentei de uma falsa esperança, acreditei que ele me esperaria e iria ficar tudo bem.

Porém o mundo não é fantasia, as coisas não acontecem do jeito que esperamos. Términos são reais, lutos são insuportáveis de conviver, amor é só uma farsa que inventam em livros, filmes e músicas. É fácil ouvir letras que te fazem acreditar que daqui uns anos tudo vai ser fácil, é só um término necessário para vocês evoluírem. Livros que fazem os protagonistas terminarem para crescerem separados e pulam dois anos depois com eles juntos, vivendo uma vida incrível. Por que ninguém mostra a merda que acontece nesses dois anos? Coisa boa não é!

Estou irada comigo mesma, por mais que tenha sido um ótimo sexo com Luke, gozei e nem foi pensando no Charles. Eu gozei com um homem além do meu ex pela primeira vez. Era digno de comemoração. Exceto se não fosse pelo meu arrependimento no momento em que o frio se instalou pelo meu corpo. Eu não estava na cama com ele, não tinha seus braços em volta do meu corpo, enquanto seus dedos traçavam um carinho único por minha pele. Era um desconhecido ao meu lado.

De fúria, me tornei uma mulher triste pelos últimos trinta dias. Minha mãe passou na sua prova, não tive ânimo para comemorar com ela, apenas um parabéns foi o suficiente na minha cabeça. David adorou a escola nova, um "Legal" foi o que saiu da minha boca. Tudo está fodidamente triste ao meu redor. Toda minha farsa em dizer constantemente que estava bem está caindo por terra a cada sessão de terapia. Cada consulta eu percebo tantos problemas que me cercam, traumas que me assombram e me levam a ser uma pessoa fodida.

Estou sozinha em casa. Minha mãe foi com o David para o mercado a pouco tempo. Fiquei aliviada por ter um tempo para mim, porque resolvi fazer uma coisa que prometi pra mim mesma que não faria desde quando guardei essa caixa no fundo do meu guarda-roupa. Acontece que transar com outro cara pareceu errado, sei que estou solteira, mas uma parte de mim ainda é ligada ao Charles, então não sei, eu precisava dele agora. Às vezes quero culpá-lo por ter ido embora sem fazer nenhum esforço para ficar. Sei que fui eu quem terminou tudo, porém estava vulnerável e triste, mal raciocinava a realidade direito. Depois de tantas juras de amor, ele simplesmente me largou, nem mesmo lutou por nós dois. Mas não posso culpá-lo, não dessa vez. Eu também iria se tivesse ouvido que a culpa era minha por ter perdido meu filho.