O sol passava pela janela e atingia o rosto de Jack enquanto ele dormia.
– Argh, droga! – resmungou Jack, sonolento.
A vida nunca fora fácil para ele. Primeiro: ele não se lembra de seu passado. Nada, nadinha. É como se tivessem roubado tudo que há dentro dele.
E segundo: A única pessoa da sua família e seu tio Elijah, um homem alto, magro, rabugento e misterioso que passa a maior parte de seu tempo preso no escritório.
Não que isso seja um problema para Jack.
Jack levantara-se de sua cama e pegara suas roupas de cima da cadeira ao lado da cama. Ele se arrastou pesadamente para o banheiro para se arrumar.
– Cabelo, você está um espetáculo, hoje. – resmungou Jack, enquanto segurava uma mecha de cabelo suja de batom.
Ele tirou a camiseta e verificou suas costas. Estavam arranhadas de unhas de garota.
Enquanto ele trocava de roupa percebeu que havia esquecido sua jaqueta no quintal da garota, o que o deixou irritado.
Terei que ir até a casa daquela abutre, Pensou Jack, entediado.
Enquanto descia para tomar café, viu que seu tio não havia preparado nada. Provavelmente ficou trancado na sua sala, pensou Jack.
Ele apenas comeu umas bananas de cima da mesa e saiu para a rua. Ficar preso na casa não era uma opção.
Enquanto caminhava até a casa da garota, um grupo de garotas de sua idade riam e cochichavam entre si apontando para ele.
Jack olhou para elas e sorriu apenas com o lado direito da boca, mostrando sua covinha, o que fez com que as garotas rissem mais e dessem gritinhos.
– Assanhadas... – sussurrou Jack, voltando a postura normal.
Quando chegou à frente da casa da garota, bateu na porta 3 vezes.
A garota apareceu com uma toalha enrolada em seu corpo e com seus longos cabelos azulados pendidos na costa, molhados.
– Jack, o que traz até aqui? Pensou em mim a noite toda, foi? – Falou a garota com uma voz anasalada.
– Não, Darcy. Estou procurando minha jaqueta... – Jack olhou para dentro da casa de Darcy por cima dos ombros dela. – Está aí, né?
Decepção passou pelo rosto de Darcy, mas imediatamente ela ficou normal.
– Vou pegar pra você... – Darcy falou com a voz arrastada e andando devagar do modo mais sensual possível.
Pode ter curvas, mais falta cérebro, pensou Jack.
Ela voltava com a jaqueta de Jack em seu ombro e jogou nele, fazendo biquinho.
– Beijinho de agradecimento?
– Desculpe, o que nós tivemos mesmo? – provocou Jack enquanto se virava e acenava um tchau com a mão.
– Há-Há, muito engraçado, Jack Frost. Passa bem. – ela fechou a porta.
Uma coisa Jack sabia: irritar as garotas é tão prazeroso quanto dar uns amasso nelas.
Jack vestiu sua jaqueta azul escura e foi até a praça onde tinha alguns colegas de escola dele provocando um garotinho.
– Garoto, eu sei que você tem dinheiro. Passe a grana e te deixaremos em paz. – gritava um garoto gigante com um Soul-Patronus de hipopótamo para o pequenino.
– O que você está querendo, Furacão? Pensei que você não fosse assim tão covarde. – aproximou-se Jack, com as mãos no bolso.
– Olha lá, galera. Chegou o herói bonitão para salvar o garotinho em perigo! – os outros garotos riam atrás dele.
Jack parou e olhou para a cara gorda do garoto.
– Então Furacão, tudo que você manda sua gangue faz? Já pensou em manda-los comer sua merda algum dia desses? Seria épico.
– Bem, talvez eu mande você comer, Jack Frost.
Jack o encarou peito a peito, com uma distância de menos de 5 centímetros entre eles.
– Não sei se seria tão fácil, Furacão.
Jack deu um murro na cara nojenta de Furacão e pegou o garotinho pelo braço, forçando-o a correr.
O nariz de Furacão estava sangrando e seus capangas estavam ajudando-o a se levantar.
– Eu ainda te pego, Jack Frost! – gritou Furacão enraivado.
Jack respondeu com seu sorriso e uma risada debochada enquanto corria.
Na outra esquina, Jack e o garoto pararam de correr.
– Pronto, moleque. Não deixe que aqueles idiotas te ameacem de novo. – disse Jack, afegante.
– Vai ficar tudo bem. Obrigado, Jack.
Jack deu mais algumas advertências ao garoto e o deixou sair.
Enquanto esperava ver o garoto virar a esquina, Jack também foi para casa.
Faltava 5 dias para o aniversário de Jack. Ele não se lembrava de seus aniversários anteriores.
Ele apenas se lembrava do pedido de aniversário do ano passado: lembrar-se do rosto de seus pais.
A dor pode ter dois efeitos colaterais nas pessoas.
A primeira é que a dor pode ficar tão insuportável que fará parte da sua vida para sempre. Se você aguentar a conviver com ela.
A segunda é que ela cria anticorpos nas pessoas, fazendo com que elas fiquem insensíveis, com medo de sentir, de amar. Ficando intocáveis.
E Jack criou anticorpos para a dor.
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The Big Four - Guerra das Legiões
Fanfic"Há um lugar. Um lugar longe, mas tão perto. Um lugar pequeno, mas tão imenso.Um lugar cheio de magia..."Uma espécie especial vive nessa terra. Essa espécie com quatro raças: a raça do fogo, água, terra e ar.Mas uma se sentia mais importante que a o...