|Jack| The first cry

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Os pensamentos de Jack estavam enevoados de tantos pensamentos, porém nenhum se concretizava. Rapunzel, a profecia, Rapunzel, o recado do mal, Rapunzel, seu destino.

Rapunzel.

Era difícil acreditar em como tudo estava indo contra ele. Tanta maldade, tantas dúvidas! Ele apenas desejava que pelo menos uma, uma coisinha fosse esclarecida a ele.

O vento soprava seu rosto enquanto ele corria. Era difícil correr enquanto tremia de aflição e principalmente quando você está tão mentalmente cansado. Mas ele não podia parar, ele tinha que ver como estava Rapunzel.

O som das asas de Jamie batendo próximo a ele acalmava, pelo menos. A bela águia voava com confiança e poder, algo que em Jack faltava. Ele estava com medo.

Era sempre assim: Jack pegava seus sentimentos e os enterrava no mais profundo lugar de seu coração para eles não afetarem sua sanidade. O coração ao mesmo tempo em que é o nosso maior aliado ele também é o nosso maior inimigo.

Quando chegou à cabana, suas pernas tremiam descontroladamente. Ele poderia desabar ali mesmo, mas sua maior preocupação naquele momento era achar Rapunzel.

Soluço já havia chegado. Ele esperava na frente da cabana, claramente exausto e tão cheio de pensamentos quanto Jack. Ele alimentava o cavalo roubado e conversava silenciosamente com o pai. Stoico parecia preocupado.

Quando Stoico notou que Jack chegara, ele correu até ele e o encarou:

– Você está bem? Está branco...

– Eu sou bem branco, na verdade. – respondeu Jack, tentando arrastar seu pavor para fundo e se concentrar em seu lado imponente. – Mas sim, eu estou bem. Um grande baque, apenas.

– A deusa te deu uma profecia?

– Deu. Quando todos chegarem eu conto melhor.

Stoico o olhou docemente, até com um pouco de pena, o que irritou levemente Jack. Antes de ele sair, Stoico o abraçou.

– Fico feliz que esteja bem, filho.

Jack levantou os braços para retribuir o abraço e deu tapinhas na grande costa de Stoico. Ele adorava Stoico, mas a sensação paterna era algo ainda bem estranho a Jack. Seu tio Elijah nunca era carinhoso e compreensível.

De trás de Jack, o barulho de cavalo se aproximou. Quando ele se virou após se soltar do abraço, ele notou que era Merida que havia chegado.

Ela parecia tão cansada quanto ele. Seus cabelos estavam molhados de suor e seu vestido todo amarrotado. Quando ela pulou do cavalo, Rapunzel chegou.

Ela vinha andando tranquilamente e seus olhos estavam esbugalhados. Jack imaginou se a deusa havia dito algo de ruim a ela. Mas de todos, ela era a mais controlada, o que era estranho.

Rapunzel cheirava bem, comparando com os três. Seus cabelos longos cheiravam a flores enquanto Soluço cheirava suor e Merida a... carvão? É. Ela cheirava a carvão.

Rapunzel provavelmente notara os olhos espantados, pois imediatamente sua expressão ficou rígida. A garota de cabelos longos correu para se aproximar de Jack e o abraçou.

Jack ao sentir os braços delicados de Rapunzel envolvendo seus ombros (ela não chegava até o pescoço, já que era bem menor que Jack), ele a distanciou. Ele precisava deixar de amá-la. Precisava mostrar ao tal mal que não, ele não amava ninguém para tirar dele.

Rapunzel o encarou com seus grandes olhos verde com decepção aparente. Isso cortou o coração de Jack ao meio, mas ele se conteve, desviando do olhar persistente da garota. Droga, pensou Jack, sempre os olhos.

The Big Four - Guerra das LegiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora