Todos os convidados de sua festa de aniversário encaravam-na.
Ela não estava linda como antes. Seus cabelos rebeldes voavam livres pelas costas como chamas e marcas de arranhões feitas pelas árvores.
A luz de seu Soul-Patronus irradiava em seu vestido verde e todos olhavam para o urso com curiosidade.
A vontade de Merida era de correr em direção ao quarto e trancar-se lá até que todos fossem embora. Mas não era correto.
Sua mãe aproximou-se dela e segurou-lhe os ombros, levando- a para um canto calmo.
– Por que demorou tanto? – perguntou Elinor, preocupada.
Merida não podia contar a verdade. Sua mãe nunca acreditaria.
– Não é tão fácil quanto pensei. – respondeu.
– Se demorasse mais um segundo sequer, juro que mandaria os guardas te buscarem.
Merida conteve-se para não retrucar sua mãe.
Elliot se aproximava delas, arfando por ter corrido.
Ele colocou as mãos nos joelhos e encarou o Soul-Patronus de Merida.
– Um urso?
Merida fez que sim com a cabeça.
Elliot a puxou para o lado, de modo que a conversa ficasse só entre os dois.
– Não chamaria um urso como um Soul-Patronus para uma princesa delicada.
Merida olhou para ele, irritada.
– Me poupe dos seus comentários, Merlin.
Elliot endureceu o olhar e sorriu.
– Está me chamando de velho sábio? Bom, eu posso levar isso como um elogio, mas não sei se minha família se alegraria com isso.
– De ser mais inteligente do que a média? Óbvio que odiariam. As pessoas não suportam o conhecimento.
Merida caminhou até as portas do castelo e olhou para a festa.
– Já te disse o quanto odeio essas festas?
– Já. Umas dezesseis vezes.
Dentro do castelo, a loucura estava maior. Mas não por conta da bebedeira dos convidados ou algo do tipo. Mas sim a correria de todos os empregados para satisfazerem as vontades dos convidados.
Os três irmãos mais novos de Elliot estavam brincando escondido e pararam de fazer quando viram Merida.
– Rupert, carregue sua irmã Laurine e vão para o guarto agora. Aimee, você também. Rápido. - Elliot disse enrijecido.
Enquanto as crianças de 12, dez meses meses e 9 anos levantavam-se do tapete do corredor e corriam para não verem suas bochechas enrubescidas, Merida os parou.
– Não, crianças. Não há problema de ficarem aqui, todos estão festejando agora e... – Merida encarou Elliot. – Eu não vejo problema algum em ver vocês brincando.
Merida e Elliot passaram por eles e entraram no quarto de Merida, trancando-se dentro.
– Obrigado.
– Vocês fazem parte de minha família também.
Elliot sentou-se junto com Merida na beira de sua imensa e luxuosa cama.
– Eu queria poder te dar um presente, você sabe.
– E você sabe que eu nunca espero presentes.
– Mas eu gostaria de te dar. Eu gostaria de poder te dar.
Merida e Elliot encararam-se por alguns segundos e Elliot limpou suas mãos suadas na calça e levantou-se, nervoso.
– Mas eu fiz uma coisa para você.
Merida arrumou sua postura e o encarou.
– Sério? O quê?
Elliot tirou a chave do estábulo e chacoalhou para Merida.
– Venha ver.
Elliot abriu a porta do estábulo e pegou um pacote cumprido em cima dos fenos. Ele entregou para Merida.
– Feliz aniversário, princesa.
Merida olhou para ele e sorriu, abrindo o pacote rapidamente.
Seu arco estava decorado com linhas finas esculpidas pelas mãos artísticas de Elliot e detalhes pintados em dourado. Ao lado, estava escrito impecavelmente: “Nunca erre o alvo.”.
Merida surpresa, abraçou Elliot com força. Elliot agarrava sua cintura com vontade, dando tapinhas na costa de Merida e apoiando seu queixo no ombro dela.
– Obrigada.
– Você sabe; Você merece mais.
Merida e Elliot saíram do estábulo e voltaram à festa. Sua mãe estava conversando com os convidados, preocupada.
Quando Elinor focou seu olhar em Merida, relaxou e correu até ela.
– Onde estava?
– Conversando com Elliot.
– Venha comigo. Preciso fazer o discurso final para todos poderem ir embora.
Elas subiram na plataforma onde ficavam os tronos e Elinor olhou para Fergus, que estava conversando com os convidados, para subir.
Merida não prestou atenção no discurso. A visão que ela tinha da floresta a deixava curiosa.
As árvores estavam obscuras e uma névoa negra pesava entre as folhas, deixando Merida curiosa.
Dois pontos brilhantes semelhantes a olhos brilhavam entre os troncos...
Elinor empurrou Merida em direção de fora da plataforma.
– Cumprimente todos que estão indo embora. É o mínimo que se pode fazer pelos presentes. – disse Elinor enquanto sorria em direção a quem passava por elas.
Após Merida cumprimentar e agradecer a todos, jogou-se na cama de seu quarto e fechou os olhos.
A todo o momento, a única coisa que ela podia pensar era nos outros três garotos das pedras. Ela queria revê-los, descobrir sobre a sociedade deles. Ela queria saber o por quê de seus Soul-Patronus estarem juntos. Merida não acreditava em coincidências.
Merida dormiu com a roupa de festa no corpo. Ela estava tão cansada que não teve tempo nem de poder conhecer direito seu Soul-Patronus.
Quatro horas da manhã, seu Soul-Patronus a acordou. Ele estava no limite da longitude possível entre o Soul-Patronus e o dono. Merida teve que se levantar e segui-lo. Ele estava levando-a pra algum lugar.
Merida pegou seu arco e pôs os sapatos e seguiu seu urso. Pra onde quer que estivesse levando-a, Merida tinha que continuar.
Seu urso a levou para dentro das florestas. Merida não tinha certeza se queria entrar entre as árvores de novo. Mas ela conteve o medo e encarou.
Seu Soul-Patronus levou a na frente de uma caverna escura. Ao seu lado, outros três Soul-Patronus pairavam ao seu lado.
Eles estavam unidos de novo.
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The Big Four - Guerra das Legiões
Fanfiction"Há um lugar. Um lugar longe, mas tão perto. Um lugar pequeno, mas tão imenso.Um lugar cheio de magia..."Uma espécie especial vive nessa terra. Essa espécie com quatro raças: a raça do fogo, água, terra e ar.Mas uma se sentia mais importante que a o...