|Jack| Pitch

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Uma dor pulsante na lateral da cabeça acordou Jack. Ao abrir os olhos, sentiu uma tontura. Não estava mais na escuridão.

Estava preso.

A sala era pequena e perfeitamente quadrada. As paredes eram acinzentadas, mas não absolutamente negras como a primeira que eles entraram. Seus braços estavam presos em algemas grudadas na parede, fazendo com que seus ombros doessem. Não havia nenhuma janela e nenhum sinal de seus outros amigos. Ele imaginou que cada um estivesse preso em outras salinha como essa.

A única porta da sala abriu. A luz que veio da porta queimou seus olhos. Jack não conseguia conectar seus pensamentos direito.

Uma forma esquia entrou na sala. Ele usava uma veste longa e um capuz negro que ocultava seu rosto e corpo. A única coisa aparente era as mãos longuíssimas e finas, semelhantes a agulhas de crochê.

– Jack Frost

Essa voz. Jack conheceria essa voz não importa onde estivesse, era a voz que ouvira no templo, a voz que tirara Rapunzel dele.

Jack tentou se soltar e ir até aquela figura magra e alta e mata-la imediatamente. Todos seus músculos diziam que era isso que ele deveria fazer, mas era impossível se soltar das algemas presas na parede. Jack gritou de frustração:

– ONDE ESTÁ RAPUNZEL?

O dono da voz cruel riu de um modo maléfico, machucando o peito de Jack. Ele não suportaria isso.

– Morta.

Tudo que Jack mais temia atingiu seu sistema. Sua cabeça não pensava, seus ossos não correspondiam seus comandos, seus músculos pareciam ter se dissolvidos e seu coração se despedaçara, incapaz de se reconstruir.

– Jack Frost, há quanto tempo que não te vejo. Você... mudou.

Ele se aproximava de Jack lentamente, flutuando pelo chão e mantendo a postura majestosa. Quando estava em frente ao garoto, ele pôs sua mão longa no rosto de Jack, levantando o queixo dele, avaliando seu rosto pálido. Ele disse:

– Jack Frost que eu conheci não sente amor.

Jack não conhecia esse homem. Como ele o conhecia? Ou melhor, aquilo era um homem?

– Se me conhece, por que não te conheço? – perguntou Jack, tentando manter a força.

– Ah, você me conhece. Só não se lembra.

A verdade caiu nos braços de Jack com força. Ele conhecia esse homem antes de perder a memória.

Ele conhecia o mal antes de todos.

– Eu tenho amnésia. – disse Jack, levantando os olhos para poder encarar o mal. Mesmo que o capuz tampasse todo seu rosto, Jack sabia que por trás daquele pano havia olhos.

– Eu sei. Eu que tirei sua memória.

Outra vez a verdade atingiu Jack com força. Ele queria respostas.

– Eu nunca me importei mesmo com Rapunzel. Você sequestrou a pessoa errada. – As palavras doíam, mas era o que Jack tinha como arma nesse momento: palavras.

– Não é o que eu vejo, Jack Frost. Você está fazendo errado de novo. Você machucou o coração daquela pobre garotinha. Tão ingênua e fascinada. Você estava dando motivos para ela amar o mundo, mas brutalmente arranca tudo! Ela morreu, Jack Frost, acreditando que você a amava.

– Eu estava tentando salvá-la. Eu tentei parar de amar. – Jack não queria dizer isso a ele, mas ele sentia que se justificar nesse momento aplacaria a dor da morte de Rapunzel.

The Big Four - Guerra das LegiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora