|Merida| Prince of water

155 13 0
                                    

Merida sentia-se fraca, suas forças saindo de si com o suor. Seu cabelo cheio de vida agora parecia uma chama apagada, grudada nas costas e duros.

Suas pernas falharam, Merida não conseguia sair do lugar. Sua cabeça girava com todos os acontecimentos e agora ficava a dúvida: O que fazer agora?

O castelo do rei Akvo estava em sua frente. Ela sabia que de todos os castelos de cada Legião, a de rei Akvo era a única que ficava na vila principal. O castelo da Água era em uma praça, onde tinham festivais e julgamentos.

Isso. Merida se lembrou. Em poucos minutos os castelos seriam destruídos. Akvo estava morto, mas os empregados reais deveriam continuar no castelo. Ela precisa tirá-los de lá.

Um tumulto tomou conta de seu redor, alguns cavaleiros se aproximando do cadáver do rei, todos com expressão horrorizadas. Ninguém prestava atenção nela, passavam poucos centímetros de seu lado e agiam como se ela fosse um monte de carne espalhado no chão. Era agora ou nunca, Merida sabia. Era preciso agir o quanto antes.

Eles não se importam comigo, eles nem me ajudaram a levantar do chão. Me ignoram completamente, a única coisa importante a eles é qual legião sou? E eu quero salvá-los?

Sim, eu quero. Eu preciso, porque acima de tudo, somos todos iguais.

Tomando uma força invisível, Merida se levantou e entrou na área do castelo, que por sorte era a menos protegida. Diferente de seu castelo, que era cercado de guardas e muros altos de pedra, essa já estava parcialmente destruída, já que a guerra ocorria principalmente nessa Legião. Não havia grama no chão, estava tudo queimado. Provavelmente presentinho da Legião do Fogo, pensou Merida. Também estava desprotegido, pelo menos por fora, o que Merida acreditava que era por conta do ataque ao castelo todos os guardas haviam sido repreendidos. Mas quem acreditaria nela? Quem aceitaria a ajuda de um legionária rival e principalmente toda maltrapilha?

O portão da frente era grande demais, provavelmente só abre no lado de dentro. Então deveria achar uma porta dos fundos onde pudesse arrombar, por mais que isso só causasse mais espanto.

A corrente do portão da frente começou a se mexer, Merida então dá um passo para trás, deixando que o portão se abrisse por completo. Atrás dela vinha um grupo de cavaleiros da Água carregando o rei morto em uma maca improvisada. Merida se escondeu entre as árvores queimadas, vendo os cavaleiros entrando no castelo com o rei apressadamente. Era agora, Merida sabia, deveria entrar atrás deles.

Quando o último cavaleiro passou, Merida se apressou para correr atrás e entrar também. Estava escuro, as velas recém apagadas, provavelmente com o vento repentino. Ao seu lado, viu dois garotos, os que provavelmente abriram o portão para os cavaleiros. Eles olhavam assustados para ela. Merida fez o sinal de silêncio com a mão, os garotos assentiram com medo. Lentamente Merida chegou até eles e sussurrou:

– Posso contar com vocês?

O garoto maior olhou para as pernas de Merida e longamente para o Soul-Patronus em chamas da garota de forma acusatória. Ele levantou o olhar para ela:

– Você é suja, é da Legião do Fogo, saia daqui.

– Eu sou mesmo, mas pareço estar querendo guerra?

– Meu rei está morto. Por culpa de sua legião. – o garoto disse com acidez.

– Estou tentando te ajudar. Olha, em minutos isso daqui vai ser destruído, e eu não sei porque estou perdendo meu tempo com você, mas se você tem um pouco de consideração com a vida eu sairia daqui e avisaria a todos, caso o contrário...

Antes que terminasse de falar, sentiu uma mão grande pegando suas costas, levantando-a do chão e virando-a para encararem-se:

– Princesa Merida da Legião do Fogo. – Era um cavaleiro esguio e com olhos frios, sua pele branca contrastando fortemente com o cabelo preto azulado. Deveria ser mais ou menos três anos mais velho que ela, mas o olhar superior que a estudava fazia com que se sentisse muito, muito pequena.

The Big Four - Guerra das LegiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora