|Rapunzel| Lies

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Rapunzel abriu os olhos lentamente, pois seu corpo estava todo dolorido. Estivera desmaiada? Era provável, já que não se lembrava de nada depois de sair correndo da frente de Jack, seu ex-namorado que terminara com ela de um modo horrível. Mas quando despertou e viu onde estava, Rapunzel desejou nunca ter acordado.

Era uma cela perfeitamente quadrada. Uma jaula para ser mais exato. E em volta de toda a cela ficava uma grande fossa, um precipício, no qual Rapunzel não conseguia enxergar o fundo escuro, o que apenas provava o fato de não ter fundo. Estava isolada dentro de uma jaula, zero chances de sair. Só depois notou que estava acompanhada com outras três pessoas também desmaiadas, uma em cada canto da cela. Rapunzel quase teve um ataque epilético ao notar que uma dessas pessoas era sua mãe.

– Mãe! – gritou Rapunzel sem se importar.

Gothel estava deitada de costas, seus cabelos espalhafatosos ocultando seu rosto. Rapunzel ajoelhou ao lado da mãe, ignorando os outros dois ao canto da cela. Ela apenas queria entender o que sua mãe fazia presa.

Gothel levantou a cabeça lentamente e ao ver Rapunzel, abraçou-a fortemente. Com a boca abafada pelos cabelos de Rapunzel, ela perguntou:

– Filha, como você veio parar aqui? Está tudo bem? Pela Terra, eu achei que tinha te perdido para sempre.

Rapunzel soltou-se do abraço e se sentou ao lado da mãe. Ela respondeu:

– É estranho. Do nada eu fui apagada e... – Rapunzel queria contar para a mãe tudo das profecias, dos amigos, de sua missão. Mas ela conhecia sua mãe o suficiente para saber que ela nunca entenderia. Decidiu pular essa parte. – Acordei aqui.

– Eu pensei que nunca mais te veria, minha filha. Estava trabalhando no castelo, como sempre, cuidando da rainha que a cada dia está mais doente. Porém no meio da noite eu ouvi seus gritos! Você parecia apavorada! Eu saí correndo a sua procura, mas algo me atingiu e eu desmaiei. Ah, minha filha, como é bom te ver viva. Mesmo que eu odeie saber que nós estamos presas.

– Mãe, eu não entendo. Onde estamos?

O olhar de Gothel endureceu. Ela nem parecia estudar o lugar, algo que Rapunzel fizera com muita precisão por curiosidade e medo. Gothel suspirou e disse:

– Filha, eu não queria te contar algo tão perigoso por sua segurança, mas o que adianta? Estamos aqui.

– O que você quer dizer, mãe?

– Você conhece Breu, o deus renegado, não é? A quantidade de vítimas da Epidemia do Breu aumentou demais nesses últimos meses. Ele está voltando. Ou melhor: ele voltou.

Então agora tudo fazia sentido. Rapunzel fora raptada por Breu. Mas, por que só ela? Onde estaria Merida? Soluço?

Onde estaria Jack?

Pensar em Jack doeu em seu coração, que começou a fervilhar de saudade misturada com raiva. Ela deveria esquecê-lo e rápido, mesmo que doesse.

Lentamente o homem que estava do outro lado parecia despertar. Ele deu um grande pulo ao notar que estava em um lugar diferente. Rapunzel reconheceria aquela barba ruiva em qualquer lugar: Ali estava Stoico, o pai de Soluço.

– Sr. Stoico! – Rapunzel gritou, correndo até ele.

– Rapunzel? – sua mãe disse surpresa, provavelmente pensando de onde sua filha conhecia aquele homem da Legião do... Ar? Era impossível.

– Onde estou? – perguntou Stoico, tocando em seu corpo como se nunca o tivesse visto. – Preciso sair daqui! Meu filho, esta cela. Estamos isolados? Santo Ar que passa pelos meus pulmões...

The Big Four - Guerra das LegiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora