Um grito acordou Soluço. Não qualquer grito, mas o grito de seu pai. Era um grito desesperado, torturado. O coração de Soluço batia descontroladamente, implorando para que todos os músculos despertassem para poder alcançar o dono do grito. Soluço queria correr, mas estava preso. Se perguntava onde estava seus amigos, mas parecia estar sozinho. Nenhum sinal de vida, ninguém perto. A sala em que estava não tinha um móvel sequer, o que fazia Soluço se sentir sufocado. Era preciso sair.
A porta se abriu, revelando um homem baixo e barbudo. Seu Soul-Patronus revelava que ele era da mesma legião que ele – Ar – seu senso dizia que o homem era inimigo, um traidor. Ele decidiu parecer confiante e não um desesperado a procura do pai.
O homem se aproximava lentamente, como se estivesse com medo de Soluço. Era Banguela, óbvio. O dragão estava deitado ao seu lado, mas ao levantar a cabeça para observar quem incomodava seu sono, parecia impotente. O homem estremeceu.
– Trago informações. – disse o homem com a voz trêmula.
Soluço teve vontade de vomitar. Por que gostariam de dar informações agora?
– Então diga – disse Soluço sem paciência.
– Breu te espera.
Esse nome não era estranho, claro. Era o quinto deus, o deus renegado. Se fosse esse Breu que estava dizendo, Soluço teria motivos para se preocupar. O deus Awel havia posto ele nessa, mas não havia dito nada que o mal que ele deveria derrotar era o próprio irmão de Awel, um deus, o malígo Breu.
A relação entre os cinco deuses nunca fora boa. Basicamente a panelinha entre os quatro deuses legionários não deixavam que Breu, o filho solitário interferisse em suas ideias e planos. Soluço como sempre fora deixado de lado pelos seus colegas de escola, entendia a revolta de Breu contra os irmãos, mas isso não era desculpa para ser tão mal.
– Ótimo, me solte então. – disse Soluço, tentando parecer confiante. Ele apontou com a cabeça para suas mãos presas e no exato momento as algemas se soltaram.
***
A sala era larga e escura, o que fez os sentidos de Soluço ficar aguçados para qualquer problema repentino que poderia aparecer. Uma corrente fria de ar passou próximo ao seu corpo, deixando-o levemente assustado.
Uma porta do outro lado da sala abriu, levantando pó negro como se a porta não fosse abrida por anos. Um corpo esguio e levemente corcunda encarava-o enquanto saía da porta, seus olhos brilhantes e estranhamente familiares.
Com um aceno de mão, Breu chamou um de seus servos, o servo que buscara Soluço minutos atrás, para acomodá-lo na grande e majestosa cadeira negra que estava no centro da sala. A sala que não era decorada com nada além da grande cadeira negra de Breu e uma mesinha com frascos estranhos ao lado dava a ruim sensação de vazio e desespero – algo de se esperar do deus maligno.
– O garoto com o dragão. – disse Breu com sua voz característica – Uma peça dos jogos de Awel. Sempre soube que meu irmão gostava de apostar em peças exóticas, mas um dragão! Um tanto curioso, não acha?
O Conto do Dragão veio imediatamente em sua mente, fazendo-o se perder momentaneamente no sentido das palavras de Breu.
Breu parecia estar se divertindo. Olhando para o garoto, continuou:
– A antiga família real dominava todos os elementos. A família real era superior e poderosa. Adivinha quem os ajudou a chegar ao topo?
Antes que Soluço tivesse chance de responder, Breu respondeu por si próprio:
– Eu. Eu, o deus sem legião ajudou o grande rei a dominar todos os elementos. O Conto do Dragão é mais antigo que as legiões, mais antigo que a árvore mais antiga da floresta, mas ela vive, revive, sobrevive. Porém a verdadeira história é diferente da contada para vocês, pequenos legionários antes de ir para a cama.
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The Big Four - Guerra das Legiões
Fanfiction"Há um lugar. Um lugar longe, mas tão perto. Um lugar pequeno, mas tão imenso.Um lugar cheio de magia..."Uma espécie especial vive nessa terra. Essa espécie com quatro raças: a raça do fogo, água, terra e ar.Mas uma se sentia mais importante que a o...