Rapunzel questionava-se inconformada o por quê de sua mãe nunca deixa-la em paz.
– Quem está aí, Rapunzel? – perguntou Merida, olhando de um modo acusatório em direção à Rapunzel.
– É a minha mãe. É melhor eu ir... – Rapunzel estava pálida e correu em direção a voz sem poder se despedir. Ela não queria que sua mãe soubesse dos outros três, pois provavelmente ela faria picadinhos deles.
Enquanto corria entre as árvores para chegar o mais rápido possível com sua mãe, seu pequeno camaleão flutuava aflito. Os Soul-Patronus absorvem os sentimentos de seu dono como seus.
– Rapunzel, aqui. – disse sua mãe de algum lugar atrás dela.
Rapunzel parou e olhou ao redor, ofegante e avistou sua mãe, Gothel. Seus cabelos negros e cacheados voavam contra a brisa, fazendo-a parecer uma sacerdotisa.
– Mãe! – Rapunzel correu até ela, abraçando-a feliz (mesmo que estivesse com o coração batendo fortemente e relutando-se para não voltar para as pedras).
– Filha, por que demorou tanto? – Gothel colocou uma mecha loira de Rapunzel atrás da orelha. – Falaremos disso depois. Mostre-me seu Soul-Patronus.
Gothel olhou para o chão, e viu aquela criaturinha esverdeada flutuando tranquilamente. Ela sorriu.
– Um camaleão? É lindo, filha! Lindo.
Rapunzel sorriu.
– Preciso dar um nome para ele. – disse ela, relaxando.
– Precisa. Mas você faz isso em casa. Vamos.
O olhar de Gothel transformou-se de dócil para uma persistência cruel. Rapunzel não poderia relutar.
***
Enquanto andavam, Rapunzel olhava para trás em cada momento, desejando estar com outras pessoas a não ser sua mãe.
A casa de Rapunzel ficava o mais longe possível da vila. Ela era uma torre gigantesca com um rio brilhante ao lado onde o sol nasce e um campo de macieira ao lado da cozinha.
Ao entrarem, Gothel sentou-se na poltrona do quarto de Rapunzel e arrancou as botas pretas imundas. Ela relaxou.
– Não esperava tantas dificuldades em encontrar um Soul-Patronus, Rapunzel. Cheguei a imaginar se não haviam te rapitado. Como fui idiota. Deixá-la ir à floresta sozinha! Eu não posso acreditar. – Gothel massageava a testa com os dedos.
Rapunzel revirou os olhos, rapidamente para Gothel não perceber.
– Estive pensando, mamãe, que agora que sou considerada uma mulher, se eu não poderia, é... ver a vila?
Gothel olhou para Rapunzel sem paciência.
– Rapunzel, quantas vezes terei que te dizer que na vila NÃO! Esse é um assunto velho, encerrado e acho que você já é mulher o suficiente para entender isso.
Gothel pegou as botas e amarrou-os de novo nos pés. Ela se levantou ereta e olhou para Rapunzel, que olhava para o chão, pensando.
– Tenho que ir, minha filha. Gostaria de continuar aqui no seu aniversário. Mas não posso faltar em meus compromissos. Eu sei que você entende.
Gothel beijou a testa da filha e caminhou até a porta.
– Te amo. – falou a mãe.
Rapunzel levantou a cabeça, olhando fixamente para a mãe.
– Não, eu te amo mais.
Gothel sorriu, satisfeita e respondeu antes de sair.
– Eu te amo muito mais.
***
Rapunzel jogou-se na cama, enterrando seu rosto nos travesseiros para abafar o grito. Seu camaleão aproximava-se ao seu lado, com os imensos olhos encarando-a.
Rapunzel abriu os olhos e olhou para seu camaleão. Seus passeavam pela paisagem e para as possíveis moscas ao redor.
– Você consegue olhar para dois lugares ao mesmo tempo? – indagou Rapunzel.
Seu camaleão a encarou novamente.
– Você é bonito. – acrescentou Rapunzel, como se pela primeira vez ela se concentrasse na ideia de que agora tinha um Soul-Patronus.
Rapunzel olhou ao lado e viu que perto de seus cavaletes, havia algo coberto por um pano branco escrito: Feliz Aniversário. Ass: Mamãe.
Rapunzel levantou-se descalça e caminhou até o pano. Arrancou o bilhetinho que caiu no chão e tirou delicadamente o pano.
Quadros novos estavam a disposição a serem pintados. Um kit de aquarelas estava ao lado, com mais cores do que qualquer kit que Rapunzel já ganhara.
Rapunzel fechou os olhos e eles arderam. A imagem de Jack viera a sua mente naturalmente, mas aos poucos, Rapunzel sentia que a lembrança de sua aparência sumia de sua mante a cade instante. Ela não podia deixar que sua aparência fosse esquecida.
Rapunzel pegou um quadro novo e colocou no cavalete. Fez rápidos rascunhos com pastel em todo o quadro de Jack surgindo entre as pedras. Seus cabelos, suas roupas. Ela rabiscava rápido com medo de que tudo sumisse de sua mente.
Ela pintou durante toda a tarde e boa parte da noite até não ter mais forças para levantar seu pincel. Seu rosto estava pintado de azul e seu vestido com pontos brancos.
Ela havia esquecido de sentir fome, necessidades, tudo. Ela precisava terminar o quadro. Ela não conseguiria dormir sem ter tudo finalizado.
A última parte eram os olhos. Rapunzel havia deixado por último já que ela considera o maior desafio. Por mais que Rapunzel tentasse, essa lembrança já havia fugido de suas memórias.
Na verdade, Rapunzel não conseguia lembrar-se nem da expressão de seus olhos.
Rapunzel, então, deixou os olhos vazios, sem cor ou sentimentos. Afinal, era isso que Jack fazia: mascarava seus sentimentos.
Rapunzel jogou-se na cama, e fechou os olhos, fazendo com que eles ardessem. A única lembrança de Jack era sua pintura. Ela mal se lembrava de seus movimentos ou voz.
O que a fez dormir foi a necessidade, porque se fosse por ela, Rapunzel nunca dormiria sem se lembrar.
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The Big Four - Guerra das Legiões
Fanfiction"Há um lugar. Um lugar longe, mas tão perto. Um lugar pequeno, mas tão imenso.Um lugar cheio de magia..."Uma espécie especial vive nessa terra. Essa espécie com quatro raças: a raça do fogo, água, terra e ar.Mas uma se sentia mais importante que a o...