|Merida| Proud to be who I am

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Toda a fumaça em sua volta dissolve e Merida então consegue ver onde está.

A guerra estava ocorrendo no exato momento. Merida soltou um leve grito quando viu um cavalo morto estirado no chão todo ensanguentado. As casas estavam em fogo, gritos de mães desesperadas eram agonizantes e crianças andavam perdidas entre tanta poeira e violência.

Olhando mais atentamente ela se localizou: estava no território da Legião da Água.

Não era muito diferente da sua, na verdade. Haviam casas, lojas e árvores. Mas a arquitetura era claramente diferente. As casas de sua Legião eram na maioria das vezes feita de pedras escuras que suportavam o fogo. O deles era feita de teto de madeira e parede dura de pedras claras e polidas.

O que foi um erro. Todos os tetos pegavam fogo.

Merida sentiu uma súbita raiva ao chegar à conclusão de que seu pai, sua legião, é que estavam incinerando as casas daquelas pessoas. Como podiam? Eles também tinham vidas!

Merida ignorou os olhos assustados que a analisavam enquanto ela corria entre o caos a procura de seu pai. Estaria louca? Provavelmente, porque a chance de vê-lo entre tanto fogo e pessoas era uma missão impossível.

Ou nem tanto.

Merida imaginou que seu pai, como o rei, deveria estar em um lugar de prestígio. Todos corriam em direção a longe dos cavaleiros, mas Merida ia adiante, adentrando entre o perigo da guerra. Merida se incomodava com todos os olhares julgando-a enquanto passavam. Era porque ela estava caminhando até a guerra? Era porque ela era da Legião inimiga?

Não. Era porque estava com as pernas inteiras a mostra.

Merida ficou estupefata. Era sério isso? Eles se preocupavam mais com o fato de ela estar com a saia do vestido cortado do que com o perigo da guerra? Que mundo é esse?

Ignorando os olhares que iam diretamente aos seus joelhos, Merida começou a correr entre os cavalos. Um cavaleiro gritou raivoso a ela:

– Saia daqui, sua prostituta! Não há nada que uma coisa suja como você deva estar entre tantos homens honrosos.

Merida não podia acreditar no que ouvira. O pior é que o cavaleiro era de sua Legião. Ela levantou o olhar de um modo confiante e nobre e disse com segurança:

– Você deveria pensar mais antes de falar asneiras. Olhe para mim, olhe bem para mim e diga que sou.

O cavaleiro pareceu estremecer por trás da barba cheia, ele pigarreou e disse:

– Não pode ser.

– O que não pode ser, seu insolente?

– Você está morta. A princesa está morta.

– Aonde você tirou a ideia de que eu estou morta?

– Foi Sir Griflet. Sir Griflet nos trouxe seu arco e flecha em prova de que morrera. Ele estava arrasado, tinha até um cacho da senhorita.

– Aquele mentiroso... – Merida estava toda vermelha de raiva.

– M-me desculpe, senhorita, por chama-la de prostituta. Mas suas saias estão tão...

– Estão nada. São apenas pernas, vê? Garanto que já viu muitas, principalmente abertas para você. – Merida estava irritada demais para conversa mole.

– Princesa...

Ela sabia que fora vulgar, mas e daí? Tinha pouco tempo.

– Desça do cavalo.

– Sim majestade

O cavaleiro desceu e Merida subiu de modo estabanado. Sentou-se com tudo, mesmo que isso significasse que sua saia iria subir alguns centímetros, revelando mais de sua cocha.

The Big Four - Guerra das LegiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora