Episódio: 14

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Hoje é sábado, e eu e a Sina combinamos de nos ver hoje para falar sobre o baile.

Mas ontem ela não apareceu na escola. Então como não combinamos o lugar onde nós nos veríamos a primeira coisa que eu fiz hoje foi: mandar uma mensagem para saber se ela está bem e para saber onde iremos nos ver.

Ja tem mais ou menos uma hora e meia que eu mandei e até agora ela não respondeu.
Bom... São: 09:30am. Provavelmente ela deve está a dormir.

Ah! E não, ninguém da escola falou com ela ontem. Mandamos mensagem e nada de respostas.

-Bom dia. - Linsey diz se sentando ao meu lado.

-Bom dia. - respondo e despejo o cereal na vasilha.

-Como está indo o baile, filho? - meu pai pergunta e eu rio. - Alguma graça?

-Toda. Vocês fingindo que se importam é Ilário. - digo e coloca o leite no cereal.

-Nós nos importamos. - minha mãe diz.

-Ai! To cansado já dessa sua hipocrisia. - digo - Por favor, me deixe comer em silêncio.

E assim eu faço, como em silêncio. Quando volto para meu quarto a tela do meu celular brilha com uma mensagem.

Oi, Noah. Sim está tudo bem. Obrigada por se importar.

Solto um sorriso.
O que é que está acontecendo? Foi apenas uma mensagem.

Quem bom, sininho. Então, nos veremos?

Aham. Pode vir aqui em casa? To sem pique de sair de casa.

Claro. Que horas?

Agora.

Chego em trinta minutos.

Guardo meu celular e corro para o banho. Depois visto uma calça de moletom e uma blusa preta e um cordão.

-Onde vai? - Linsey pergunta quando eu abro a porta da sala.

-Na Sina, para falarmos sobre o baile. - digo e saio.

Vinte e cinco minutos depois eu toco a
campainha de Sina.

-Oi. - ela diz ao abrir a porta. - entra

Ela está com um vestido vermelho de flores brancas e um coque. Não, não tem gloss nem nada de maquiagem em seu rosto. Mas, ele está vermelho e seus olhos inchados de tanto chorar -- eu acho que é por isso.

-Oi. - digo entrando na casa. - Está tudo bem, Sina?

-Está. - ela diz e anda até seu quarto e eu a sigo. - tenho um projeto para o baile.

Ela me conta sobre o projeto do grupo de dança mas em nem um momento olha nos meus olhos.

-É ótimo. - digo - Sina, olha para mim, por favor. - ela ergue a cabeça lentamente. E então está lá: Seus olhos verdes malaquita totalmente marejados e inchados. - Conte-me o que aconteceu.

-Nada, Urrea. Está tudo bem. - ela diz olhando para o teto para que as lágrimas não escorrem.

-Eu não vou embora sem você me contar o que houve. - digo sério.

-Ótimo, então more aqui. - ela diz se levantando.

-Confia em mim, Sina. Eu sei que nem sempre nos damos bem... Mas agora nos damos. Eu sou seu amigo. - ela fecha a porta do quarto que estava aberta e se senta na cama.

-Você vai me achar uma doida. - ela diz e lágrimas escorrem.

-Não, não vou. Me conte.

-Ontem quando eu estava indo para a escola eu esbarrei com um cara na rua. Eu não faço a menor ideia, mas eu comecei a chorar quando eu vi seu rosto. - E é nesse exato minuto que ela começa a chorar, chorar muito. - doeu, Noah. Eu não faço a menor idéia de quem ele seja mas quando  eu vi o rosto dele meu coração se apertou.

Ela diz e eu não consigo evitar, vou até ela e lhe envolvo em meus braços.

-Você me acha uma louca agora? - ela diz soluçando.

-Não, Sina. - beijo sua cabeça. - Você deve ter seus motivos por ter se assustado.

-Eu não faço a mínima ideia de quem ele seja, Noah. - seu rosto está tão molhado de lágrimas... - Mas só de imaginar que eu possa ver ele de novo eu tenho vontade de morrer.

-Meu Deus, Sina! - falo - por favor, não diga isso.

-Desculpa. Mas você deveria sentir o que senti. - Ela diz saindo do abraço. - sabe quando você descobriu que sua ex estava te traindo? - confirmo - doeu não doeu?

-Não muito. Mas sim. - digo.

-Então, eu acho que eu senti a mesma coisa, mas a diferença é que ele cara não é meu ex, ele tem idade para ser meu pai. - ela funga. - sabe quando você leva um chute lá embaixo? - sorrio e confirmo. - Então vamos supor que essa foi minha dor mas Agora multiplica por milhões. E aí está o que senti. Mas eu não entendo porque senti. - ela diz voltando a chorar e me abraçar.

-Sina, nem sempre você vai se lembrar do que uma pessoa te fez ou te falou.... Mas você sempre se lembrará de como ela te fez sentir. - digo e ela me olhar.

-Não entendi... - sorri.

-Você pode não se lembrar daquele cara mas você pode o conhecer. E talvez ele já te machucou. - ela cresce os olhos. - Mas não fisicamente. Digo sentimentalmente.

-É... Pode ser. - ela volta a me abraçar e descansar a cabeça em meu peito. - Obrigada.

-Olha para mim. - peço é assim ela o faz. Enxuga suas lágrimas e descanso a mão na lateral do seu pescoço. - Não chore mais, por favor. Está me doendo, muito.

-Tudo bem. - ela diz sorrindo e olhando em meus olhos.

E assim ficamos por um longo tempo. Quando vejo nossas testas estão coladas e estamos arfando.

-Vamos voltar a falar do baile. - sussurro ainda com a testa colada a dela.

-Aham. - ela murmura e nos afastamos. - É... Qual árvore nós vamos usar como tema esse ano?

-Eu estava pensando em cerejeira. - digo e ela sorri.

-Eu também! - ela diz animada. - Ela toda rosa e...

Pode não parecer, mas ver a Sina chorando me doeu muito. E sim, doeu muito mais do que um chute lá embaixo como ela mesma disse.

Sei lá, eu só queria postar tudo de uma vez, para chegar na parte "bum"
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Acabei de sair da minha aula de geografia 🤦 como eu odeio geografia!!!!!!!
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Qual matéria vocês mais odeiam?

Leaders - Noart.Onde histórias criam vida. Descubra agora