Episódio: 20

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[•••]

Chego no shopping e comprimento meus amigos com um abraço.

-Está tudo bem? - Sabina pergunta.

-Aham. - digo sorrindo.

Conversamos um pouco antes de ir comprar nossas roupas.

Já no fim da tarde quando estavamos indo embora eu me sentia um pouco melhor.

Mas não saia da minha cabeça, o fato de minha mãe ter mentido para mim a porra de uma vida inteira.

E lembrar disso fez com que meus olhos se e ensopassem lágrimas.

-Si, o que foi? - Krys pergunta.

-Nada. - respondo fungando.

-Nos conte. - Savannah diz me abraçando.

A aperto no abraço porquê eu posso acreditar que perdi as forças na perna.

-Okay, então não nos conte. Conte no seu tempo. - Sabi diz fazendo cafuné no meu braço.

-Tem a ver com sua mãe? - Krys pergunta e eu confirmo. - Aquela puta dos infernos só faz minha pequena deusa chorar. - ele diz me abraçando enquanto ainda estou abraçada com Savannah.

-Krys! - Sabina o repreende. - Ela ainda sim é mãe dela e se importa com ela.

-Não. - digo abafado no peito de Savannah. - ela não se importa.

-Meu bem. - Sav diz beijando minha cabeça. - Vai ficar tudo bem. Quer ir para minha casa?.

-Não, obrigada. Preciso arrumar algumas coisas. - Digo e saio do abraço. - Obrigada. Vocês são os melhores.

-Somos seus amigos. - Sabina diz.

-E sempre estaremos aqui para você. - Krys completa.

-Nós te amamos, Si. - Sav diz e cada um deixa um beijo na minha bochecha.

-Amo vocês também. - Digo pegando minhas sacolas de compra da mesa que estávamos sentados antes, e saindo do shopping pegando um táxi para casa.

[•••]

Desço do carro e avisto uma figura masculina para em frente a porta da minha casa.

Ando devagar mas logo reconheço o ser.

Noah Jacob Urrea.

-Oi. - digo.

-Oi. - Se vira para mim. - como está?

-Ótima. - minto descaradamente aceitando o abraço que ele me propôs abrindo os braços.

-Foi comprar o vestido do baile? - diz ainda no meu abraço. E eu respondo um "aham"  - Hm.

Nos separamos e ele olha nos meu olhos e logo franze a testa.

-O quê? - pergunto.

-O que aconteceu? - não entendo - Sina, você já está transparente o suficiente para mim. Eu posso saber quando você não está bem. O que aconteceu?.

-Briguei com minha mãe. - oculto a grande parte da verdade.

-Vai me dizer porquê? - Nego. - Tudo bem. - ele volta a me envolver nos seus braços me deixando chorar.

Lembra quando disse que ele desperta meu lado "real"? Então, é disso que estava falando.  Eu odeio chorar, me dá dor de cabeça... E eu só chorei na frente da Sav, Krys e Sabi -- e da minha mãe HOJE -- durante 17 anos da minha vida...

E eu já chorei inúmeras contadas vezes perto dele... Em apenas três semanas.

-Quer entrar? - Ele sussurra fazendo círculos imaginários na minhas costas  com o dedão.

-Acho que eu deveria fazer essa pergunta. - Falo saindo do abraço e sorrindo para ele que dá de ombros. - quer entrar?

-Aham - ele diz pegando as sacolas de minhas mãos e passando a mão por minha cintura. Sorrio e abro a porta dando de cara com a sala como eu deixei. Todas as almofadas no chão, o controle em estilhaços em um canto. Passamos pelo lado da cozinha que também estava igual. Copos, pratos, talheres, vasilhas e etc jogados totalmente quebrados. - Você fez isso? - Noah pergunta quando entramos no meu quarto.

-Talvez - digo sorrindo.

-Sinto muito. - Ele diz me puxando para si.

- Você não tem culpa de minha mãe ser uma babaca mentirosa. - digo e nos encaramos por longos segundos que me fazia querer pular em cima dele e provar o gosto de seus lábios. Mas me contento com o abraço que ele deu.

-Ganhou quantos convites para o baile? - Pergunta.

-Muitos... E você? - Pergunto.

-Muitos. Decidiu com quem vai? - Ele pergunta quando eu me deito na cama ao seu lado.

-Sim. - ele faz um sinal para eu seguisse com minha resposta. - Decidi desde o ano passado... Vou com: Comigo! - digo e ele sorri.

-Somos dois! - ergue sua mão para que eu posso lhe dar um high-five e assim eu faço.

Saber que ele vai sozinho meu deixa um pouco feliz...

Talvez esteja passando em minha pequena mente o chamar.

-Tenho que ir. - ele diz se levantando.  - Vim apenas para ver como você estava.

-Saudades, é? - falo brincando.

-Talvez. - ele diz  enquanto descemos a escada. - Tchau, Sininho.

-Tchau. - digo e dou um beijo em sua bochecha. - Até amanhã no nosso baile. - digo e dou uma piscada.

-Até. - anda até seu carro que estava do outra lado da rua. - Fica bem. - diz antes de entrar no carro e sair de lá.

Sorrio.

Quando eu estava no quarto ano, antes de conhecer a Savannah, eu fiz uma atividade que perguntava o seguinte:

O que é um melhor amigo para você?

E eu respondi:

É aquele que enxerga a dor e o sofrimento através do seu sorriso que consegue enganar a todos.

E hoje eu posso ver que finalmente encontrei meus melhores Amigos.

O baile é no próximo capítulo!!

Leaders - Noart.Onde histórias criam vida. Descubra agora