Lalisa Manoban:
- Não é justo, okay? - Já era a quarta ou quinta vez que a Irene resmungava pelo fato da Aimée estar aninhada em meu colo sem reclamar. - Eu conheço a Jennie faz muito tempo, acompanhei todo processo pré-gestação, fui em quase todas as consultas pré-natal, até o parto e pós parto eu estava lá como uma esposa fiel e essa criança chora oitenta por cento das vezes que olha pra minha cara e ela conheceu essa Barbie faz umas três semanas e fica de chamego e rindo pra ela como se não houvesse amanhã.
- Bae, não seja ciumenta. Ninguém tem culpa se desde que ela nasceu você faz questão de irritá-la.
- Isso é calúnia, Jennie Kim.
- Claro. Eu vou ao banheiro, por favor, deixe-a bem quietinha no colo da Lalisa, volto em um minuto. - Jennie deu um beijou na cabeça da filha e seguiu em direção as escadas.
Poucos segundos depois a pequena começou a ficar inquieta e chorosa.
- Hey, bebê bolinho, o que a Irene fez dessa vez?
- Cala a boca, Manoban, eu não fiz nada.
- Provavelmente é fome, Lali. - Jisoo disse brincando com a mãozinha livre da criança, já que a outra estava sendo devorada. - O estoque de leite da minha geladeira acabou, eu adoraria fazer meu papel e te alimentar pequena bolinha, mas nossa vaquinha falhou essa semana. Vem, vou te levar pra ela.
A criança se agarrou ainda mais a mim, se recusando a ir com a Jisoo.
- Ei, você está com fome, certo? Vai com ela. - A pequena se agitou ainda mais. - Okay, eu te levo pra sua mãe.
- O quarto delas é a segunda porta a direita.
Segui em direção as escadas, parando em frente ao local indicado. Dei dois toques na porta, recebendo a resposta de Jennie poucos segundos depois.
- Aconteceu alguma coisa?
- Jisoo disse que ela está com fome e o estoque de leite daqui acabou.
Observei a Kim mais velha retirar o moletom amarelo, tomando a criança faminta em seus braços e ir em direção a cama. Fiz menção de sair do quarto, mas fui impedida por um chorinho manhoso.
- Acho que ela quer que você fique, Lisa.
- Você não se importa?
- Não tem nada aqui que você não tenha visto.
Ela deu de ombros, se ajeitando melhor na cama, batendo a mão no espaço vazio no colchão, atendi o pedido mudo e me sentei ao lado delas.
- Pronto pequena Kim, não vou sair do seu lado.
Jennie Kim:
Minha filha mamava preguiçosamente, recebendo o carinho delicado que Lalisa estava fazendo em seu cabelo, com a ponta dos dedos, como se qualquer contato maior pudesse machuca-la.
- Ela é perfeita.
- E está se tornando uma grande birrenta.
- É sua filha, Kim.
Lancei um olhar bravo em direção a Manoban, que nem se importou, apenas deu de ombros e sorriu com a língua entre os dentes.
- Você ainda não respondeu ao meu pedido de desculpas. Eu fui bastante idiota e descontei toda minha frustração em você.
- Tá tudo bem, Jennie.
- Tem certeza?
- Sim. - Manoban sussurrou e só então eu vi que Aimée havia dormido. Um beijo carinhoso foi depositado na cabecinha da minha princesa.
Um sorriso bobo tomou conta do meu rosto e eu estava tão envolvida naquela bolha que nem percebi a presença de Jisoo.
- Ei, Seulgi e Irene já foram. Bae até tentou subir aqui, mas foi impedida, já que provavelmente ela iria querer provocar a Aimée. E Lali, a Rosie quer falar com você.
Lisa saiu da cama com cuidado, como se qualquer movimentação mais brusca fosse demais.
- Chu, nem adianta me olhar com essa cara.
- Eu não disse absolutamente nada.
- Mas está pensando.- Você vai dormir por aqui?
- Uh... Não. Você e a Rosé precisam de privacidade, transar por toda a casa e coisas desse tipo. E eu só preciso da minha cama.
- Essa cama é sua.
- Minha outra cama, Chu. - Fiz sinal para ela pegar Aimée no colo, enquanto vestia meu moletom de volta.
- Tem certeza, Jendeukie? Está tarde.
- Tenho, só preciso ir pra casa e dormir.
- Okay, me avise quando chegar.
- Sim senhora.
Lalisa Manoban:
- Eu posso ir no seu carro.
- Lis, pela última vez, não.
- Você e meu pai são superprotetores.
- Temos motivos para isso. Ou você dorme aqui ou eu mando um dos motoristas vir lhe buscar.
- Eu não quero ficar ouvindo seus gemidos a madrugada inteira.
Me joguei emburrada no sofá, odeio quando eles me tratam feito criança.
- O que aconteceu entre vocês duas? - Jennie e Jisoo nos encaravam tentando entender o motivo da "grande" discussão.
- A Roseanne não me deixa dirigir de volta pra casa.
- Eu tenho motivos pra isso.
- Você sabe que eu nunca mais fiz nada.
- Eu sei, meu amor, mas o seu pai...
- Okay, não vamos recomeçar, eu vou só pegar um táxi.
- É perigoso, Lalisa.
- Que merda, Chaeyoung!
- Eu tive uma ideia, a Jennie está indo pra casa e pode dar uma carona para a Lalisa. - Jisoo se pronunciou. - Não é Jendeukie?
- Bem, sim. Se ela concordar com isso.
- Eu não tenho escolhas mesmo.
- Deixa de ser birrenta, Lalice. Só quero eu sei bem.
- Eu sei, Chaeng.
Jennie Kim:
Depois de ajeitar minha filha no bebê conforto, me juntei a uma Lalisa emburrada no interior do veículo.
Estava quase dando partida em direção a mansão dos Manoban quando meu celular vibrou indicando uma mensagem da Jisoo.
O conteúdo da mensagem consistia em uma foto: Lalisa, Aimée e eu mais cedo, os dedos de Lisa acariciando minha pequena e eu sorrindo feito idiota observando aquela interação. Logo abaixo da foto estava escrito "Parece certo pra mim".
Não pude deixar de sorrir ao analisar a imagem.
- Hey, Lisa, o que acha de ir pra minha casa?
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• paper hearts •
FanfictionJennie Ruby Jane Kim, 25 anos, mãe da pequena Aimée Kim, fruto de produção independente, extremamente responsável e braço direito de Marco Manoban. Não acredita no amor ou em "pessoas certas". Lalisa Manoban, prestes a completar os sonhados 18 anos...