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Jennie Kim:

- Eu tava com saudades, Lisa-yah! - Desde a visita ao orfanato, Lisa se envolveu com as aulas de dança e fotografia, além de todas as responsabilidades envolvendo a Manoban Enterprices. - Eu mal te vi essa semana.

- Eu estou aqui só pra você agora.

- Pra mim, Aimée, Marco, Leo, Luca, Kuma, Kai. - Eu fui passar a noite na casa dela, com todos os nossos filhos e o meu sogro, finalmente conseguimos alguns minutos sozinhas.

- Desculpa, amor. Eu prometo que vou ser mais presente.

- Tá tudo bem, babe. Só esquece isso, tô muito carente, deve ser a tpm chegando.

- Vou pegar chocolate pra nós duas e te encher de beijinhos.

Puxei sua camisa, a derrubando sobre meu corpo, prendendo minhas pernas em sua cintura.

- Não, amor. Fica aqui quietinha.

- Que manhosa...

- Me abraça? - Lisa me prendeu entre seus braços, meu rosto escondido na curva do seu ombro, inalando seu cheiro.

- Tá tudo bem, meu amor?

- Sim.

A verdade é que de uns dias pra cá, meus pesadelos se tornaram piores. A sensação de sufocamento, de estar presa, de ser violada, estava impregnada em mim de tal forma.

- Você está distante, Nini.

- É bobagem, babe. Quero te beijar.

- Minha boca é toda sua, Jennie Kim.

Lalisa Manoban:

- Acho que alguém está com fome. - No meio da nossa pequena sessão de beijos, a barriga da Jennie começou a roncar. - Vou pegar algo pra gente e dar uma olhada nas crianças.

- Não, não. Vem cá.

- Você está cheia de fome, vida.

- Não tô. Eu quero ficar com você aqui.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não.

- Jennie, você pode falar comigo sobre qualquer coisa, meu amor. Eu estou aqui por você, assim como sei que você está por mim.

- É só que... - Ela suspirou frustrada, encarando as próprias unhas.

- É só que?

- Os pesadelos voltaram e muito piores. Parece que a qualquer momento ele vai aparecer e me levar, ou levar vocês.

- Amor, ele está preso.

- Eu sei, Lili. Eu só tenho medo. Muito medo.

Jennie se encolheu, parecia querer sumir, tão frágil e vulnerável.

- Meu amor, eu estou aqui, okay? Prometo não ficar mais tão distante, agora que as coisas estão fluindo e se você quiser podemos colocar algum segurança com você sempre.

- Não é necessário...

- Nini, acho que enrolamos demais para procurar terapia.

- Mas...

- Sem "mas". Vou marcar para nós duas.

- Tudo bem...

- Agora vamos lá embaixo comer alguma coisa e voltamos pra ficarmos abraçadinha aqui.

Jennie Kim:

- Como tem sido as aulas no orfanato, bebê?

- Estão fluindo! Eles são bem legais, amor e aprendem muito rápido.

- Com uma professora dessas, é impossível não prestar atenção.

- Na verdade, a metade tem crush em Jennie Kim e a outra metade quer ser Jennie Kim.

- Não seja boba, Lisa.

- É sério! Se deixar eles passam uma vida falando o quão linda e incrível você é. E eu tenho que concordar.

Deixei alguns selinhos demorados nos lábios da Lalisa, logo em seguida alinhando sua franja com a ponta dos dedos.

- Minha namorada é a coisinha mais linda desse mundo.

- Nini, eu tava pensando.

- Lá vem...

- É algo sério.

- Okay...

Lá vem.

- Eu tava pensando sobre a Ella. E eu gostaria de tirá-la de lá.

Oh Deus.

- Babe...

- É sério, Jen. Você acha que eu posso?

- Sinceramente? Não. Eu não acho, Lisa. É muita responsabilidade.

- Mas eu gosto dela.

- Não é esse o caso, Lalisa. Ela é uma criança que cresceu num ambiente abusivo, foi parar em um orfanato e está finalmente se adaptando ao meio social e você acha que só gostar dela é suficiente pra tirá-la de lá, amor?

- Eu tenho boas condições, Jennie.

- Não, pensa aqui comigo, Lili. Ella não precisa apenas de boas condições, ela precisa de cuidados em tempo integral, é uma criança, não uma boneca.

- Eu sei cuidar da Aimée.

- São coisas totalmente diferentes, Lisa. E agora você tem a empresa, essas aulas no orfanato, a faculdade começa no próximo mês, acha mesmo que dará certo, vai fazer o quê?! Deixar a menina sob cuidados de outra pessoa o tempo inteiro?

- Mas você faz isso. A Dahyun cuida da Aimée o tempo todo.

- O tempo todo?! Agora você está dizendo que eu não cuido da minha filha?

- Não... Nini eu não quis dizer isso, eu só...

- Foda-se o que você quis dizer, Lalisa. Eu vou para a minha casa.

- Jennie, não faz isso, por favor.

- Olha, Manoban, se você acha que o mundo gira em torno de você e que tudo vai sair do jeito que você quer, está muito enganada. E faça o inferno do jeito que você quiser.

Vesti minhas roupas que estavam em seu closet e levei Kuma e Kai para o carro.

Voltei para buscar minha pequena que ressonava tranquilamente no quarto que a Lalisa fez questão de montar pra ela na mansão.

- Não sai assim, Nini. Você está nervosa e...

- Vá a merda, Lalisa. Eu posso pegar minha filha ou devo pedir a Dahyun? Já que eu mesma não cuido dela.

- Eu não quis...

- Sim, você quis e sim, você disse.

Peguei minha menina, que continuava dormindo apesar da discussão calorosa que acontecia a poucos centímetros dela.

- Eu posso dar um beijinho nela?

- Nunca te proibi de nada em relação a ela, Lalisa.

Lisa parecia segurar o choro e deixou alguns beijos demorados na cabeça da Aimée. E em seguida na mãozinha dela.

- Quando você estiver com a cabeça mais fria, podemos conversar?

- Eu não sei, Lalisa.

- Por favor...

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