• paper hearts •

xxviii

Jennie Kim:

Desde o fatídico dia, eu me aproximei muito da Rosie.

Estava deitada entre suas pernas, enquanto ela acariciava meu cabelo.

- Como anda a faculdade, Rosie?

- Está tudo bem por enquanto, acho que vou acabar seguindo a carreira da minha irmã e do meu pai.

- Wow! Uma advogada sexy.

- Não enche, Ruby!

- E a Lalisa, já se decidiu?

- Ela não conversou com você?

- A Lisa só aparece aqui para saber se eu comi, dormi, tomei banho e os remédios, tirei o leite, coisas do tipo. Aí ela pega a Aimée e fica por aí, tem quatro noites que ela não dorme no meu quarto, inclusive.

- Bem, sobre a faculdade, ela queria algo como artes, dança, fotografia, mas ela tem medo do tio Marco não aprovar.

- Até parece que ele faria algo desse tipo.

- E sobre ela ter se afastado, eu nem sabia disso. Ela sempre demonstra estar tudo bem com você.

- Não é o que tem acontecido na prática, eu não sei se ela tem nojo de me tocar depois do que aconteceu e...

- Hey! É a Lalisa. Ela endeusa você o tempo inteiro. Vocês conversaram?

- Não.

- Definitivamente vocês deveriam fazer isso. Aproveite que ela vai entrar em três, dois...

A porta se abriu e uma Lisa descabelada, usando top e calça de moletom, o colar de borboleta enfeitando seu colo, com uma camada fina de suor cobrindo seu corpo e o rosto levemente corado.

- Como você sabia? - Sussurrei para Chaeyoung e ela riu alto.

- Eu sei de tudo envolvendo essa daí.

- Hey! Chaeyoung-ah tire essa mãos da minha mulher.

Lisa resmungou quando notou a posição em que nós duas nos encontrávamos.
Chaeng ergueu os braços em sinal de rendição.

- Alguém aqui tem que colocar as mãos na sua mulher.

Falei com uma pontada de mágoa na voz.

- Ei crianças, deu meu horário. Vou levar a Aimée comigo hoje, Jen?

- Uh, não precisa, Chae. Obrigada, de qualquer forma!

- Tudo bem, estou indo e qualquer coisa pode me ligar, certo?

Ela deixou um beijo em minha cabeça e cochichou algo no ouvido da Lalisa, que ainda estava plantada perto da porta, com uma careta no rosto.

- O que foi isso? Você está brava comigo, Nini?

- Sente-se, vamos conversar agora. Por que você não me toca mais? Você está com nojo do meu corpo ou algo do tipo? Desde que voltei do hospital você meu um selinho, Lalisa. A porra de um único selinho.

- Mas...

- Me escuta! Eu não quis ser tocada pelo Soohyun ou qualquer outra pessoa que não fosse você. Eu fui forçada. Violentada. Tenho pesadelos com aquilo o tempo inteiro e eu juro que só queria ter você ao meu lado naquela droga de cama e não que você estivesse dormindo do outro lado do corredor.

- Nini...

- Não. Eu não te trai ou o que quer que esteja passando na sua cabeça agora. No momento que eu mais preciso do seu colo, eu tenho que recorrer a sua melhor amiga ou as outras pessoas que convivem comigo e se for demais para você lidar com o que aconteceu, é melhor terminarmos.

- Eu não quero terminar. Você não entende...

- Então me explica.

- Eu pensei que você queria espaço e coisas do tipo, sabe você passou por muita coisa, e eu tive medo de fazer algo errado, te tocar de maneira errada e fazer você se sentir incomodada com isso. Eu jamais teria nojo de você, eu amo você. Amo muito, mais do que cabe no meu coração. Eu juro que não fiz por mal, Nini.

Lisa mantinha o olhar fixo nas marcas do seu antebraço.

- Hey, olha pra mim. - Seus grandes olhos castanhos estavam banhados por lágrimas. - Você deveria ter conversado comigo antes de se afastar, Lili.

- Desculpe...

- E eu deveria ter tentado conversar com você antes também. Então também te devo um pedido de desculpas.

- Eu posso beijar você?

- Sim, você pode.

- E eu posso tocar você?

- Sim, meu amor. 

- E fazer amor?

- Isso terá que esperar um pouquinho, lembra dos riscos?

- Mas os exames...

- Sim, não acusaram nada num primeiro momento, mas eu não irei arriscar.

- Então eu vou te beijar agora, tudo bem?

- Parece bom pra mim.

Lalisa Manoban:

Estava aos amassos com a minha namorada no sofá.

Jennie gemia baixinho sentada em mim, enquanto meus lábios trabalhavam avidamente em meu pescoço.

- Eu te amo, Jennie.

- Eu amo você, Lalisa.

- Posso tirar sua camisa?

- Lis...

- Eu só quero te sentir. - Ela suspirou, se livrando da peça e voltando a me beijar. Seus seios fartos e nus roçavam nos meus. - Você é linda, Jennie.

Jennie se remexeu inquieta, quando minhas mãos migraram da sua cintura para a base dos seus seios.

- Posso tocar aqui? - Ela abriu os olhos me encarando e pude ver um certo alívio ali. - Sou eu, amor. A sua Lili.

- Eu sei, só obrigada.

- Pelo quê?

- Por ser você.

Jennie Kim:

Lisa pediu permissão para tocar cada mínima parte do meu corpo.
Antes de cada nova sessão de beijos.

- Chaeyoung fez o jantar?

- Não.

- Aquele filhote de esquilo quer me matar de fome.

- Quanto drama, meu bebê. Você deveria ir tomar um banho.

- Está me chamando de fedida?

- Com certeza, você chegou aqui toda suada.

- Não vi você reclamar enquanto me beijava e tocava meu corpo seminu.

- Você estava dançando?

- Sim.

- E quando você vai me deixar te ver dançar?

- Estou preparando algo especialmente para você.

- Mal posso esperar por isso.

- E depois vamos foder bem gostoso. Quando você estiver pronta.