Night Hunters (Concluído)

Capítulo Vinte e Cinco: O Caminho para Thomas

Nosso objetivo depois de nos abastecermos era voltar para o Colégio Loudonville, entretanto meu corpo automaticamente seguiu pela rua N Jefferson ST até perceber que eu precisava falar com Violet sobre o sonho que tive com seu irmão. Dizia respeito a sua pessoa, tinha que avisar que Thomas estava vivo e esperando por sua ajuda.

— Algum problema, Shaylan? — Violet tocou em meu ombro. O momento chegara.

— Preciso contar uma coisa… é sobre seu irmão Thomas.

Violet ficou imóvel, seus olhos cheios de curiosidade e esperança, apesar de não ter esboçado nenhum sorriso.

Sentamo-nos no gramado de um jardim, Zeus veio até meu colo deitar sua cabeça, aquele gesto de carinho me deu a coragem para contar. Adam escolheu ficar em pé de vigia.

— Depois que minha mãe e a de meu melhor amigo conseguiram me nocautear, tive uma visão ou viagem astral, como Adam havia me explicado. Me vi em uma dimensão completamente sem conexão com a realidade. Lá ouvi a voz de Thomas me guiando até seu corpo. Vi ele deitado sobre uma cama, acorrentado por um tipo de trepadeira com vida própria, seu irmão me aconselhou a deixá-lo como estava.

— Meu irmão… está vivo? — O tom de sua voz já denunciava o quanto ela queria chorar.

— Está sim, Vi. Ele me deu as coordenadas para irmos ao seu encontro. Precisamos ir até a avenida W Main St até chegarmos no Loudonville Public Swimming. Perto do House of Burgues, nosso lugar favorito.

— Ah, amigo, nem me lembre disso. — Violet riu discretamente, deixando uma de suas lágrimas cair. — Teve um dia na escola onde eu estava cantando com minha banda no show de talentos a música Gangnam Style, do Psy, colocando todos para dançar. Quando anoiteceu, repeti a performance no House of Burgues, você e o Wal beberam tanto que parecia que um dos dois iria vomitar.

— E vomitamos, Vi — disse, rindo ao lembrar daquele dia inesquecível com meu melhor amigo. — Fomos para fora onde Wal disse que iria vomitar enquanto eu apoiava seu peso para não cair no chão. Xinguei meu amigo dizendo para não vomitar ainda, porque iria acabar me acertando. No final, ele não conseguiu aguentar e vomitou no meu sapado e calça. Só não bati nele porque acabei vomitando junto.

— Isso foi nojento, cara. — Adam fez uma careta.

— Aquele dia foi louco.

— Mudando de assunto… — Adam entrou na conversa. — Sei onde fica. Só continuarmos por essa avenida, lá fica um ginásio de natação. Provavelmente é atrás do ginásio que devemos ir, pois a terra ficou estéril e até hoje não conseguimos florescê-la.

— Provavelmente deve ser por conta da última batalha que Thomas travou contra sua raça. Deve ser esse o local onde ele está.

— Obrigada por me contar sobre isso, Shaylan. — Violet chorosa me abraçou apertado. — Achei que meu irmão estava morto todo esse tempo, me senti muito sozinha até poder seguir em frente. Adam foi o primeiro garoto que notou que eu não era comum. Desde então apoiamos um ao outro depois de revelarmos nossas origens.

— Fico feliz por você ter seguido em frente, mesmo em meio a uma dor que parece que nunca irá embora, numa boa… acho que não vai.

— Felizmente, você não se escandalizou quando contamos a verdade sobre quem somos — Adam contou, sentando-se ao meu lado. — Achei que você ia surtar ou nos odiar.

— Posso contar um segredo? — Consegui prender a atenção dos meus amigos. — Por dentro eu estava surtando de verdade. Fiquei tipo: O quêeee? Já não bastam aliens, agora lobos?

— Pois é, Shaylan. — Adam usou seu tom brincalhão. — Beverly Falls carrega segredos.

— É que… eu nasci nessa cidade e não percebi isso, desgraça. Agora estou bem confuso.

— Na verdade, não, você já sonhou com o outro lado dessa cidade. Você tem o dom dos sonhos e vê antes de acontecer.

Fiquei impressionado pelo quanto Adam sabia sobre meus dons. Saber que Violet pertencia a uma raça boa que se chamava pleiadianos e arcturianos em contraste à do mal que eram os reptilianos e dracos como se denominavam, era muita informação para processar

— Meu irmão será muito útil e essencial para o rumo dessa guerra. — Violet se levantou disposta a agir depois de secar suas lágrimas. — Precisamos ir ao seu encontro e salvá-lo o mais rápido possível.

— Só esqueci de alertá-los de que teremos um possível confronto. Seu irmão me contou que há um doutor da raça inimiga o controlando, me disse que ele não é bom em combate corporal, mas é muito inteligente na medicina.

— Inteligente ou não, finalmente vou poder matar um alien do mal. — Adam socou seu punho contra sua outra mão. Seu olhar selvagem chegou a brilhar em um tom vermelho.

— Estou contigo nessa — Violet afirmou com a mesma convicção. — Você não se importa se eu usar sua espada? — Olhou para mim após desembainhá-la.

— De forma alguma. Ela é sua.

— Então, mãos à obra — Adam ordenou.

— Falou bonito. — Levantei-me disposto com Zeus animado pulando no chão como um coelhinho. — Vamos ao encontro de Thomas. Está na hora de mudar o curso dessa guerra.

Juntos, tocamos nossos punhos e seguimos em direção à avenida W Main St.