After the Storm

CAPÍTULO 29

AFTER THE STORM

MIRANDA ON

Passei horas em um avião ansiosa para rever Andrea e minhas filhas. E agora estou parada do outro lado da rua, enquanto observo a minha noiva tomando sorvete com uma jovem loira sorridente. Andrea sorri para a mulher e parece conhecê-la muito bem.

Desço do carro alugado e Andrea logo me nota.

Andrea- Miranda? Ah, meu deus. Que saudades.

Levanta-se rapidamente da mesa que estava e vem me dar um abraço pouco abrasivo. Diferente do que costuma ser. A loira já não demonstra tanto entusiasmo.

Miranda- Vejo que não tanto, não é?

Andrea se afasta e me encara, provavelmente contemplando o meu semblante enraivecido.

- Parece que ganhou uma surpresa e tanto, não é Dréa?

Miranda- Dréa?

Andrea- Miranda, essa é a filha da prefeita e empresária independente. Dona de algumas lojas daqui da cidade, Dayene, essa é Miranda.

Dayane- Prazer.

Estende a mão, mas eu não devolvo o gesto. E isso deixa o clima ainda mais desconfortável.

Dayene- Ah, bom. Eu já vou indo. Posso confirmar o cinema?

Andrea- Eu vou com certeza.

Dayene- Claro. Até mais, Miranda.

Mais uma vez ignoro a loira que dá as costas e vai embora.

Andrea- Miranda, o que foi isso?

Miranda- Entre no carro.

Andrea- Eu não vou entrar em merda nenhuma. Me diz por que agiu dessa maneira.

Miranda- Entra na porcaria do carro. Não quero fazer uma cena no meio da rua.

Andrea pondera e entra no carro. Saio em alta velocidade pelas ruas que nem conheço.

Andrea- Dá para diminuir a velocidade? Eu não quero morrer. O que foi essa cena ridícula?

Miranda- Ah, eu sou ridícula? E que ceninha mais adorável era aquela entra você e tal que eu já esqueci o nome.

Andrea- O nome dela é...

Miranda- Não me interessa qual é o nome dela. Ridícula sou eu por largar tudo, achando que ia te surpreender. Achando que estava sentindo tanta falta de mim quanto eu estava de você e percebo que você estava muito bem de papinho com a tal.

Andrea- Não havia cena nenhuma, Miranda. Você está exagerando.

Miranda- É mesmo, Dréa?

Andrea se enfurece.

Andrea- Já chega. Para o carro.

Miranda- O quê?

Andrea- Para o maldito carro, Miranda.

Eu diminuo a velocidade e paro no acostamento. Andrea desce, seguindo a estrada. Desço do carro e tento acompanhá-la.

Miranda- O que pensa que está fazendo?

Andrea- Eu me recuso ficar dentro do carro ouvindo você inventar ideias na sua cabeça.

Miranda- Inventando? Você estava flertando com aquela mulher. Cheia de intimidades com ela. Até com encontro marcado já estavam.

Andrea- Para com isso, Miranda!