After the Storm

CAPÍTULO 33

AFTER THE STORM

MIRANDA ON

A cena de ver as minhas filhas brigando foi chocante demais para mim. Elas sempre me causaram dor de cabeça com suas peraltices, mas sempre eram direcionadas a terceiros. Caroline e Cassidy sempre foram unidas e vê-las atacando uma a outra me deixou desnorteada.

Depois de aproveitar algumas horas de descanso nos braços de Andrea, resolvo chamá-las ao escritório para conversar.

Miranda- Bom, vocês sabem por que eu reuni as duas aqui?

Elas confirmam.

Miranda- Andrea, agora faz parte da nossa família e eu faço questão de que ela esteja presente.

Olham para Andrea e concordam.

Miranda- Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que realmente compreendo os seus sentimentos em relação ao John. Compreendo que é impossível comandar os sentimentos de alguém. Não posso lhes dizer que John é um inocente em sua totalidade. Eu sei que ele causou alguns danos em nós três, porém vocês precisam entender que ele não fez com intenção. John é um dos meus grandes amigos. Ele é o pai de vocês duas. Ele me deu vocês, que são a minha maior alegria de viver. Então conseguem compreender o quanto eu o admiro como homem. Ele me decepcionou? Sim. Ele me causou dores? Óbvio. Mas ele se arrependeu. Ele não me abandonou grávida. Ele me deu todo o apoio que eu poderia receber. Esteve presente quando podia e tem sido um pai incrível para as duas. Não quero que vocês se agarrem a um sentimento ilógico. Ele escondeu o relacionamento dele justamente para não ser julgado como vocês estão fazendo.

Caroline- Mas...

Miranda- Não me interrompa, Caroline!

Ela me olha apreensiva.

Miranda- Eu não posso dizer que devem ou não perdoar o fato de termos escondidos alguns detalhes do nosso passado ou ele ter escondido o relacionamento com o Erick. No entanto, peço que o respeitem. Ele é sim um homem muito bom e merece toda a consideração.

Elas se olham.

Miranda- John nasceu dentro de um lar conservador, envolvido por um cinturão católico apostólico romano. Eleanor o manteve num nível de perfeição inexistente. Ele não podia sequer se comportar com um ser humano normal. Ele viveu grande parte de sua vida confuso e preso por suas escolhas. Ele e eu começamos a nos relacionar e gostávamos muito da companhia um do outro. E a forma como eu o tratava, lhe fazia bem. Hoje eu acredito que ele se confundiu ainda mais. Ele me amava, mas não como mulher. Me amava como amiga. Em diversas oportunidades ele me disse que não queria ser gay.

As meninas me olham com olhares mais compreensivos. Olho para Andrea, que está sentada no sofá no canto do meu escritório e percebo que ela absorve cada palavra.

Miranda- Ele queria que o nosso casamento desse certo, mas não deu certo. Ele não casou para me trair. John realmente quis ser para mim o melhor esposo, mas as circunstâncias o apavoraram. E quando toda a raiva e decepção diminuíram dentro de mim, eu enxerguei o quanto ele estava arrependido por ter me ferido.

Elas se olham e me olham outra vez.

Miranda- Caroline, como ficou sabendo do que aconteceu no passado?

Ela aponta para o armário a minha direita.

Miranda- Mexeu no meu armário sem a minha permissão?

Caroline- Mexi, mamãe.

Miranda- Por quê?

Caroline- Curiosidade.