Epílogo

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AKAY

Havia acabado de embarcar no aeroporto de Istambul e quando pisei em solo turco senti um alivio enorme. Eu não via a hora de chegar em casa. Estava vindo de Nova York, iria passar as minhas férias da universidade aqui com minha família. Depois de pegar minha mala, caminhei pelo enorme aeroporto e meus olhos vagavam procurando minha família que me esperava, então vi o pequeno garoto de cabelos loiros e escorridos correr em minha direção, era Deniz e atrás dele vinha Ates com seus longos cabelos loiro e ondulados. Eram gêmeos, sim, meus pais tiveram gêmeos. No meu aniversario de 13 anos eles nos contaram, foi uma surpresa e tanto, mamãe me contou que eles não esperavam um filho naquela altura do campeonato, mas eu sabia que as idas dos dois toda semana a cabana resultaria em mais membros para nossa família.

Eu me lembro que mamãe ficou muito preocupada, porque na cabeça dela, ela não estava mais com idade para ter filhos, mas ela ainda era muito jovem. Muitas mulheres começam a ter filhos aos 35 anos, ela aos 36 já tinha eu e Yildiz. Minha mãe não havia mudado muito desde que eu me lembre dela, ela mal tinha rugas ou linhas de expressão em seu rosto. Meu pai ficou assustado quando descobriu que seriam gêmeos, a ideia de um terceiro filho deve ter sido ideia dele, mas a vida quis lhe dar mais dois.

— Akay‼ — Os gêmeos pularam em mim em um abraço apertado
— Como estão os meus pestinhas favoritos? — Falei me agachando e abraçando eles. Eles estavam com 6 anos.

Meus pais se aproximaram de nós, eles sorriam animados com a minha chegada. Meu pai não usava mais o cabelo tão longo, mas também não estava super curto, ele já não conseguia mais fazer coque.

— Como está meu furacão? — Sim, ele ainda me chamava de furacão, eu era furacãozinho antes, agora é só furacão. Ele me puxou e me abraçou apertado, estávamos do mesmo tamanho. Minha mãe dizia que ainda se impressionava em como eu e meu pai éramos idênticos.
— Meu filho, estava com saudade — Minha mãe disse, me abraçou e beijou minha bochecha em seguida.
— Eu também estava com muita saudade de vocês — Falei — Estou com fome, podemos ir? Tenho que contar para vocês como é que foi esse ano na faculdade — Disse suspirando. Eu havia ido estudar artes visuais na universidade Columbia, eu sempre amei desenhar e queria seguir carreira nisso, e meus pais apoiaram minha decisão e me deram forças para morar fora da Turquia.

Era uma grande oportunidade para mim profissionalmente e eu amava estudar em Nova York, mas eu sentia muita falta de meus pais, muito mesmo. A maioria dos meus amigos adorariam ir embora do país, mas eu cresci muito perto da minha família, não gostava de ficar longe deles. Meus pais nunca me sufocaram ou me pressionaram a fazer algo que eles queriam eles como a maioria dos pais fazem com seus filhos, então não era ruim ficar com.

— Comprei as coisas para fazer hamburguer — Meu pai disse enquanto entravamos no carro — Ok, eu adoro fazer hamburguer — Falei — Yildiz está aonde?
— Aula de balé — Minha mãe disse colocando seu cinto no banco da frente — Vamos passar para buscar ela.
— Está bem.

Passamos na escola de dança que Yildiz estudava, ano que vem ela iria concorrer a uma bolsa para estudar moda em Londres ou Nova York.

— Akay, como foi de viagem? — Ela perguntou entrando no carro e me abraçou.
— Foi tudo bem, estou com saudade de casa — Falei, ela sorriu, e parecia estar cansada. Yildiz amava dançar e seguia um ritmo rigoroso de aulas e ensaios, sem contar que ela dava aulas de balé para as crianças. E ela era igualzinha a mamãe, o rosto e o cabelo, mas o jeito dela era completamente de papai. Os gêmeos eram uma mistura gigante dos dois, impossível saber com quem eles se pareciam mais.

Quando chegamos em casa comecei a ajudar a meu pai a preparar a carne de hamburguer, mamãe estava brincando com os gêmeos e Yildiz disse que iria dormir e acordaria só para jantar.

— E então... — Meu pai começou enquanto eu cortava tomate e ele amassava a carne — Conheceu alguma garota lá na sua faculdade? — Ele perguntou despretensiosamente, mas eu sabia que ele queria saber se eu estava transando e se estava me protegendo, ele sempre ficava frisando que eu tinha que usar camisinha e não importava a situação.

— Conheci várias — Falei e ele me olhou arregalando os olhos
— Você transou com mais de uma? — Ele disse boquiaberto
— Como? — Minha mãe disse entrando na cozinha
— Pai, você me perguntou se eu conheci alguma garota e não se eu transei com alguma — Falei — Eu não transo com todas que eu conheço...
— Exatamente, não seja como seu pai era — Minha mãe disse.
— Você foi a única mulher da minha vida, Sanem, as outras foi um delírio... — Ele disse e minha mãe estapeou seu braço
— Akay, sou muito jovem pra ser avó... Então você sabe que tem que usar proteção — Minha mãe disse e eu ri, ela era jovem pra ser avó e eu pra ser pai.

— Não se preocupem, eu sei me cuidar. Fiquem tranquilos
— Eu sei como as coisas são na faculdade, as vezes bebe demais em uma festa e acaba esquecendo, mas sempre tem que ficar atento...
— Eu sei... Você já esqueceu...??? — Perguntei curioso
— Sim, e dois meses depois estávamos fazendo teste de gravidez... e ai você nasceu — Minha mãe disse e eu arregalei os olhos

— Mas vocês moravam juntos, trabalhavam, estavam noivos — Falei — Dá pra dar um desconto vai...
— É, realmente... — Meu pai disse sorrindo — Mas você foi a melhor coisa que aconteceu — Meu pai sempre me dizia isso, sempre dizia que quando eu nasci foi uma luz que havia ascendido na vida dele e trouxe tudo de melhor que havia dentro dele.

Minha família era tudo pra mim, o amor que nós tínhamos, a nossa união... Meus pais eram as pessoas mais doces e compreensivas que eu havia conhecido, claro que as vezes havia discussão como em qualquer família, mas sempre tentamos resolver da melhor forma possível. Eu tinha os dois como um exemplo pra minha vida, meu pai conta que não teve uma base familiar boa, mas que queria que os filhos dele tivessem o melhor. E nós temos o melhor. O amor que meus pais sentem um pelo outro é o mais puro, é lindo e eu espero um dia poder ter a chance de viver um amor igual ao deles.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a todas que me acompanharam nesses 10 meses de história. Foi lindo.
Cada pessoa que eu conheci, cada leitora que conversei e troquei ideias, tudo isso me deu ânimo para continuar e concluir essa fanfic que vocês tanto gostaram.
Obrigada a todas que comentaram e votaram, vocês não sabem como isso é importante e como da energia para continuar a escrever. Obrigada a quem comentava cada linha dos capítulos, à quem deixava um comentário enorme falando do capítulo todo, e também a quem me mandava mensagem no twitter me dizendo o que estava achando.
Não posso deixar de agradecer a quem divulgava a história, vocês não sabem como isso contribui para que mais pessoas lessem.
Vocês são incríveis e estarão sempre no meu coração e nessa caminhada que continuarei percorrendo por um bom tempo aqui. Eu amo escrever e amo saber que isso trás alegria (e as vezes raiva e tristeza em algumas cenas) para vocês.
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Best Part Of Me (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora