" Eu reparei no seu olhar
E não tremeu quando chegou a me tocar
Não pode ser, que insensatez
Jamais alguém me olhou assim alguma vez " - Fera, A Bela ea Fera
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O barulho dos passos era o único som cortando o silêncio durante aquela manhãzinha amena em Alexandrita. Aura, Yanna, Morgan e seu grupo trilhavam o caminho de volta a Papoula, todos pareciam extremamentes cansados com a longa semana em Amarílis.
Durante os sete dias em que ficaram lá, a vida deles se resumia a pular de festejo em festejo, dentre festas, rodas de dança, luau à meia luz, peças teatrais, orquestras e corais. Até mesmo Aura, que se mostrava sempre animada para todo tipo de atividade, no momento queria jogar-se sobre sua confortável cama na Corte de Lord Eredor e, dormir por dois dias seguidos no mínimo.
Morgan então, não aguentava mais ver tanta cores, festas e roupas vergonhosas. Teve de admitir a si mesmo que estava louco para voltar a Papoula, e que agora a corte do elfo não lhe parecia mais tão ruim assim.
Já Yanna tinha o semblante retorcido em confusão, estava imersa em seus pensamentos que no momento estavam voltados a Aura. A garota havia passado a semana correndo para todos os lados e seu corpo, não havia demonstrado nenhum sinal óbvio de fraqueza, além das dores de cabeça constantes, mas isso a guerreira não tinha certeza se podia atribuir a maldição. A corte era estupidamente barulhenta, até ela mesma sentiu que seu cérebro em alguns momentos fosse explodir. Seria isso um bom sinal? Talvez a maldição tivesse enfraquecido depois de tantos remédios testados por Eredor em Aura desde a infância.
Ela olhou para Aura que caminhava à sua frente com Morgan ao lado, o que já não lhe surpreendia mais. Os dois passaram a semana toda dessa forma, colados, quase como se fossem uma espécie estranha de casal em época de acasalamento. Estalou a língua e bufou de irritação, se aproximando um pouco mais para escutar a conversa que havia acabado de se iniciar.
- Estou morta de cansaço... - a loirinha murmurou, e Morgan deu uma risada preguiçosa.
- Por que será, raio de sol? - A voz dele continha uma ironia divertida.
- Ei, eu não aproveitei tanto assim! - Ela exclamou em uma falsa irritação.
E outra vez ele riu. Yanna revirou os olhos em descontentamento. Era sempre assim, ela falava e ele sorria, como se fosse o ser mais simpático do mundo.
- Claro, vamos fingir que a senhorita se comportou direitinho - Morgan gracejou, arrancando risadas da princesa que o empurrou com o ombro.
Pelo Deus da Floresta! Pensou Yanna irritada. Os dois nem mesmo faziam questão de esconder o terrível e inconveniente clima que crescia entre eles.
- E vamos fingir que você não reclamou nem por um segundo, Senhor Rabugento! - Aura cruzou os braços com um sorriso divertido em seus lábios.
- Eu não reclamei tanto assim - o daemon franziu as sobrancelhas, mostrando-se indignado.
- Jura? - Aura questionou. - Oh! Tem cores demais Anne, ficarei cego. Por que aqui é sempre tão feliz? Se eu me transformar em dragão e assustá-los será que consigo dois minutos a sós com você?! - ela o imitava, não só pela voz grossa que forçava, mas a postura ereta e o olhar superior.
Morgan tentou contrair os lábios para segurar o riso mas foi em vão, segundos depois ele ria alto da imitação proporcionada por ela.
- Devo admitir, você tem talento! - o ser sombrio respondeu, dando um peteleco no nariz dela. E outra vez os dois caíram na risada.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasy"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...