“Eu sei como é se sentir diferente e o quão solitário isso é.” – Bela, A bela e a fera.❀
O mingau de Lyones parecia não ter gosto algum naquela manhã.
Não que fosse culpa de Eileen. Lyones sempre soube que a bruxa era muito habilidosa na cozinha, seja preparando poções ou alimentos. E ela já havia feito aquele mingau de cor violeta, feita de uma junção de várias raízes diversas vezes, vezes o suficiente para Lyones saber que adorava.
Mas ele acordou com uma sensação amarga em sua boca naquele dia. O daemon de cabelos prateados sabia que era injusto, principalmente dada a felicidade que Eden e Yanna emanavam, entrelaçados um contra o outro, tão colados que pareciam dividir a cadeira.
Os dois haviam chegado de mãos dadas, quando Lyones, Eileen e Ezra já estavam na mesa. Enquanto Ezra bufou audivelmente e Lyones deu um meio sorriso, Eileen olhou com interesse para as mãos unidas, mas nada foi dito.
Eden parecia nos céus. Lyones tentou se lembrar qual foi a última vez que viu o amigo tão feliz. Ele sorria para tudo e para todos, ainda mais piadista que o normal e apenas riu quando Eileen o acertou com um pano, após ele dizer que as roupas de Eileen eram tão vermelhas que lhe faziam parecer uma serpente marinha. É claro que ele não entendeu o que disse de errado, mas riu da repreensão dela mesmo assim.
Yanna parecia constrangida, com suas bochechas levemente rosadas e a expressão séria no rosto, mas a impressão irritadiça logo sumia com o pequeno sorriso que ela lutava para conter. Eden tinha os braços ao redor dos ombros da ruiva, enquanto ela tinha uma das mãos sobre a coxa do rapaz.
E foi naquele momento que Aura e Morgan adentraram a cozinha, também de mãos dadas.
— Nós perdemos alguma coisa? — Foi a primeira coisa que Morgan disse ao cruzar o batente da porta e Lyones não podia julgá-lo.
Depois da fase de brigas e discussões acaloradas pelos cantos, seguida da estranheza tensão repleta de risadinhas e pedidos de desculpa constrangidos, era profundamente surpreendente vê-los agarrados como um par de enguias.
— Bem, eu gostaria de ter perdido. — Resmungou Ezra cruzando os braços.
— Ah, nem começa. — Replicou Eden, revirando os olhos.
— Começo. Começo sim, sabe por quê? — Chiou Ezra, cruzando os braços. — Eu nunca vou me recuperar do trauma que foi chegar inocentemente no nosso quarto e deparar com vocês dois enrolados um no outro sem roupa alguma! —
— Cale a boca, Ezra! — Yanna rosnou, por entre os dentes cerrados.
Lyones, que já havia ouvido a história na noite anterior quando Ezra apareceu na porta de seu quarto no meio da madrugada como um cãozinho abandonado e o próprio travesseiro entre os braços, só pôde rir alto, principalmente dada a expressão de total choque de Aura enquanto se sentava e ele pôde ouvir, as suas costas, Eileen deixar algo cair.
Mas nada foi pior para o novo casal que a gargalhada audível de Morgan.
— Como vocês puderam, na frente do Ez? — Exclamou Morgan, com uma falsa expressão de horror. — Ele é só um bebê inocente!
— É, seus depravados! — Ezra bufou. — Eu só só um bebê inocente!
— Ah, Morgan, me deixe em paz! Acha que ninguém escuta o que você e Anne... — Eden começou, quando Yanna virou o rosto absurdamente vermelho para longe, enquanto resmungava algumas palavras de baixo calão.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasy"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...