Roubaram o coração de dentro você, mas isso não te define. Essa não é quem você é. Você sabe quem você é, quem você realmente é.”
— Moana: Um Mar de Aventuras❀
O silêncio era massivo em meio ao salão principal do palácio de Narciso.
Slyter observava Phillipe resmungar consigo mesmo, sentado despojadamente sobre o trono de Lorde Gordon. Sua expressão impaciente acompanhava o andar frenético do verdadeiro Lorde, que andava de um lado para o outro, enquanto lia e relia a carta já bastante amassada entre suas mãos calejadas.
— Pai, ler isso pela quarta vez não mudará o que está escrito nela — Phillipe resmungou, revirando os olhos para cima. — Não seria melhor entregá-la ao rei Florence? É uma evidência de que Aura corre grande perigo.
— Não diga bobagens, Phillipe! — Esbravejou Gordon — Essa carta pode inocentar Eredor. O maldito que a escreveu, assumiu que enganou e traiu a confiança daquele sabichão de orelhas pontudas.
— Mas Fenrir garantiu que Eredor concedeu a permissão para Aura partir com os seres de Ametista e Yanna. — Phillipe argumentou.
— É disso que precisamos. Encontrar quem os ajudou a partir — enfatizou Gordon. — Conhecendo Eredor como conheço, ele foi nobre o suficiente para fornecer o barco.
Phillipe levantou-se do trono e disse com determinação: — Então precisamos disso, de um marinheiro que sirva como testemunha!
O lorde de Narciso concordou com a cabeça.
— A denúncia de Fenrir foi o suficiente para que se abrisse uma investigação contra Eredor, mas apenas um crime de traição realmente o levará a morte — Gordon passou as mãos pela barba em um gesto nervoso. — E aquele elfo maldito tem que morrer!
— O rei Florence não o mataria sem provas suficientes — Phillipe dizia, entretanto, Gordon já não o ouvia mais, resmungando coisas consigo mesmo.
Os resmungos rosnados saiam inteligíveis dos lábios do lorde, cobertos por seu bigode farto.
Até que algo em especial chamou a atenção de Phillipe, o pai havia murmurado: — Se alguém ao menos se lembrasse de Male, se alguém ao menos o conhecesse, se eu ao menos conseguisse me lembrar…
Aquilo fez o peito do jovem lorde se encher de orgulho. Ele finalmente tinha algo a dizer, algo útil, que levaria seu pai a perceber que ele podia realmente ajudar.
E então, voltando seus olhos a Slyter, Phillipe respondeu: — Slyter o conhece.
O lorde de Narciso, pela primeira vez, olhou para o rapaz com genuíno interesse e não apenas desprezo. É claro, era aceitável que Slyter o conhecesse, ele não estava presente no dia em que Aura foi amaldiçoada, então suas memórias sobre o tal Male, permaneceram da mesma forma, intactas.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasía"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...