"Às vezes, nós só notamos o quanto as pessoas são diferentes de nós.
Mas se você olhar direito, você pode ver o quanto somos semelhantes." — Jasmine, Aladdin 2❀
O chão gélido e sujo das masmorras do mais baixo dos andares do Palácio Brilhante haviam se tornado familiar para Fault.
Cada dia com mais frequência, o príncipe de longos cabelos dourados caminhava até a cela onde Eredor se encontrava. Cada dia mais, o príncipe sentia seu coração apertado pela aparência decrépita do elfo e cada dia mais, Fault se ressentia de seu pai e seu irmão.
Naquele momento não era diferente, Fault estava sentado no chão de pedra, sentido a sujeira do lugar se agarrando a suas calças enquanto conversava com o elfo por trás das grades gastas. Eredor tinha seus cabelos, outrora tão claros quanto ouro branco, cinzentos graças à camadas e camadas de sujeira. Suas bochechas estavam fundas e seus ossos se ressaltavam pela pele, mas nada em sua aparência era tão distante do homem que o príncipe um dia conheceu, quanto o olhar cansado de Eredor. Era como se a tristeza corresse por suas veias onde deveria estar seu sangue.
Mas sua mente rápida e palavras sábias ainda estavam ali, como um pequeno conforto diante de tantas mudanças.
— Não importa quantas vezes nos encontramos pelos corredores... — Fault suspirou, pensando em seu irmão de cabelos ruivos como o céu ao fim do dia. — Ele nunca fala comigo. Nem uma única palavra.
— Seu irmão sempre foi complexo, Fault. — Eredor tentou consolá-lo. — Florence o criou para ser um líder, não um seguidor. É difícil para Florean considerar uma opinião diferente.
— Opinião diferente? — Fault bufou. — Ele apenas é incapaz de aceitar que é um feérico, propenso a erros como qualquer outro feérico, e não uma entidade divina.
Uma risada oca deixou os lábios de Eredor, embora soasse estranha.
O som da risada morreu lentamente, deixando apenas um silêncio frio em seu lugar. Fault pensou no que poderia dizer, mas antes que pudesse chegar a alguma idéia, um estalo soou pela masmorra, ecoando como o som de um trovão, o fazendo pular.
Em um pequeno clarão violeta, uma carta enrolada surgiu no corredor pedregoso, a alguns metros de Fault.
— Mas o quê...?
— Deixe para lá. É claramente de Ametista. — Eredor suspirou, dando de ombros. — As cartas não chegam dentro da cela, é uma proteção mágica...
— Isso não quer dizer que deveríamos ler? — Murmurou Fault, lutando contra a curiosidade latente que ardia em seu peito. Deuses! Era de Ametista! O que certamente só podia significar ter algo em relação a Aura.
— Não... Eu não quero ter mais nada a ver com eles. — Eredor suspirou, abaixando o rosto sujo. Seus cabelos cinzentos escorreram contra seu rosto em uma cortina imunda, cobrindo-o da visão de Fault, mas o príncipe pode ver a forma como os ombros do elfo tremiam. — Eu fui enganado e, por meu engano, sua irmã podia ter sido perdida para sempre.
— Mas... — Fault olhou ansiosamente para o papel. — Mas pode ter... Na verdade, eu acredito que tenha algo a mais nessa história. Você não acha que vale a pena...? —
Eredor ergueu os olhos, para ver o olhar implorativo de Fault sobre o papel. Em um suspiro longo, Eredor apenas fez um gesto para indicar ao príncipe para fazer o que queria.
Ao receber o consentimento, Fault agarrou o pequeno rolo de papel e o abriu. O cheiro exótico de jasmin, baunilha e ervas preencheu o ambiente.
"Lorde Eredor,
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasia"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...