" Se preparem pro golpe do século" — Scar, Rei Leão.
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Quando Florean ergueu a mão para bater no emaranhado de corais entrelaçados que formava a porta do quarto de Siren, o som de choro que vinha do interior do cômodo fez suas mãos tremerem. Ele desejou voltar ao salão e gritar com Delphine até perder a voz.
Afinal, era o que ele fazia de melhor: gritar, gritar e gritar.
Ele, que sempre pensava inúmeras vezes antes de agir, adentrou o quarto de uma só vez, tendo a visão do interior. As paredes de pedra eram repletas de pinturas coloridas, assim como os móveis de coral, mas nada disso chamou a atenção do príncipe. Seus olhos vagaram imediatamente para Siren, enrolada em si mesma dentro de sua cama de concha, como um caramujo. Ele nadou até a cama, sentando-se ao lado da sereia.
— Eu estive pensando... — Ele fez uma longa pausa, quase que dramática. — Talvez devêssemos bater na Delphine com um de seus pincéis.
Ela riu em meio a lágrimas e respondeu enquanto fungava o nariz.
— A-acho que precisaríamos de algo mais pesado para ter algum efeito naquela cabeça dura.
— Eu concordo.
Siren soltou um bufo de frustração, fazendo bolhas fluírem de sua boca ao redor de seu rosto, antes de apertar seu travesseiro de esponjas do mar com força, imaginando o pescoço de Delphine ali.
— Se o amor não importa, pois então ela que se case com Lorde Seanus! — Siren bradou.
O mais cuidadosamente que pôde, Florean se aproximou da sereia, puxando-a para um abraço enquanto ela continuava a bater no travesseiro.
— Aquela arrogante! Abusada! Controladora! — Siren gritou, pontuando cada palavra com uma pancada. Siren nem percebeu quando o travesseiro agredido escapuliu de suas mãos, e seus tapas e socos de frustração agora atingiam a perna de Florean. — Ah, eu estou tão furiosa!
— Posso ver. — Florean murmurou, esfregando as costas de Siren de forma calmante. — E sentir.
— É como se eu fosse um barco e ela o leme de minha vida. — Siren continuou.
Com gentileza, Florean segurou as mãos dela ao sentir outra tapa doloroso, entrelaçando seus dedos, mantendo as mãos de Siren ocupadas com as suas.
— Nós poderíamos partir para Alexandrita, se você quiser um tempo fora, eu posso...
— Não! — Siren exclamou, se afastando de Florean como se ele fosse uma enguia elétrica.
Ele travou, Siren pode observar como ele estava absorto em choque, era uma observadora nata e sabia bem que uma compreensão errônea passava pela cabeça dele. A forma como o rosto se contorceu em melancolia e culpa era cristalina como as águas de Pérola.
— Por favor, não me entenda mal. Eu sou meio expressiva.... — A sereia tentou acabar de vez com o mal entendido — É só que... Eu não gostaria de sair de um casamento às pressas para mergulhar de cabeça em um outro relacionamento imediatamente. Eu gostaria de ir com calma dessa vez e sinto que fazer as malas e ir correndo para sua casa não vai ser a forma mais "calma" de lidar com isso
Florean assentiu lentamente, um tanto mais tranquilo. Ele não pode deixar de pensar que, se Siren não queria ir para Alexandrita com ele, talvez ele pudesse ficar por mais algum tempo, ajudá-la a aguentar tudo o que estava por vir devido a recusa do casamento, talvez ele pudesse apoiá-la...
— E também... — Siren chamou a atenção dele. — Ir com você não ajudaria fazê-las entender que recusar o casamento não é sobre você e sim sobre mim, sobre o que eu sinto e o que eu quero.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasi"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...