"Salvar o Simba foi moleza. Aí veio aquela horrível tragédia familiar: os parentes." — Timão, Rei Leão 3
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Como as folhas do início do outono, os dias em Alexandrita correram como o vento após a cerimônia de despedida.
A tristeza ainda assolava os corações dos feéricos, mas após a cerimônia, uma sensação acalentadora havia trazido um pouco de paz para todos, muitos dizendo que era a benção do Deus da Floresta, protegendo seu povo.
Aura se viu em uma rotina que, meses antes, soaria para ela como um sonho estranho. Todas as manhãs, ela acordava antes que o sol nascesse, para acompanhar Eileen e Eredor nos cuidados com Fault. O terrível ferimento de seu irmão estava, por fora, perfeitamente curado, embora tenha deixado para trás uma cicatriz imensa, rasgando seu peito pálido como uma estrela de várias pontas. O problema real estava no interior.
Seus músculos foram duramente machucados e os ligamentos foram partidos, como Eileen havia notado em seu primeiro exame, mas a real preocupação na expectativa de cura era, acima de tudo, o rompimento de seu tendão.
Enquanto Eredor administrava poções para a dor do príncipe, Eileen segurava o braço lesionado com cuidado, suas mãos exalando pequenos feixes de magia curativa. Aura podia ver, pelo suor frio e o rosto contorcido de dor de Fault, que seria um longo processo até que ele conseguisse mover um único dedo sozinho.
Enquanto Eileen e Eredor tratavam Fault, o quarto ficava frequentemente lotado.
Primrose e Eden tentavam distrair Fault de sua dor, contando piadas ou histórias engraçadas para fazer o príncipe de cabelos loiros rir, com Yanna pairando sobre eles, impedindo que eles dissessem alguma bobagem, em respeito aos ouvidos inocentes de Eren e Adda.
Morgan também estava lá, como sempre, ao lado da princesa. Ele estava de pé, com Eren desajeitadamente em seus braços enquanto Aura arrulhava para fazer o bebê rir, enquanto Lyones que estava no chão, contava uma história para Adda, deitada no ombro de Ezra.
Tudo da mesma forma que acontecia todas as manhãs.
Mas essa não era qualquer manhã. Aquela seria a primeira vez que Fault sairia de seu quarto.
Eileen o ajudou a passar uma faixa em torno do braço ferido, mantendo-o dobrado contra o peito. Quando Fault se levantou, seus passos eram cambaleantes e fracos, mas Primrose correu para seu lado, passando o braço bom do loiro ao redor de seus ombros para ajudá-lo a se manter.
Aura sorriu ao ver o carinho de seus irmãos um com o outro. Era assim que sempre deveria ser.
— Você vem conosco, Eredor? — Aura perguntou, devolvendo Eren ao pai, rindo quando o bebê elfo se recusou a soltar uma das mechas de seu cabelo.
— Eu prefiro voltar para Papoula com as crianças. — Eredor recusou imediatamente. — Mas obrigado pelo convite, minha querida.
Quando a família de elfos de despediu, com Adda dando um beijo nas bochechas de "tio Lyones" e "tio Ezra", os restantes se ocuparam em atravessar os corredores do castelo em direção ao salão de jantar.
Aura não pode deixar de se sentir feliz pela reconstrução do castelo estar nas últimas etapas. Havia sido triste ver o lar onde cresceu tão destruído. Mas agora, as vigas e paredes de vidro, que davam nome ao Palácio de Cristal, haviam sido restauradas e a mobília interna refeita. Ainda não haviam reposto as famosas flores que ornavam o castelo, mas estavam no caminho.
Quando chegaram ao salão de refeições, Florean ja estava lá, acompanhado pela princesa de Pérola.
Aura, quando foi apresentada a Siren, a adorou imediatamente. A princesa sereia era alegre e falante, dona de opiniões fortes e a artista mais talentosa de quem Aura ja havia ouvido falar.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasi"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...