"Não existe força mais poderosa no mundo que o amor" — Rei, Cinderella 3❀
Quando as palavras da lady entraram na mente de Morgan, foi como se tudo ao seu redor parasse. O ar faltou em seus pulmões e ele deu um passo para trás, tentando se equilibrar. Era difícil acreditar, era difícil ter esperanças...
O príncipe Florean, que parecia tão perdido diante da informação quanto o próprio Morgan, pareceu enfim acordar de um sonho, piscando algumas vezes antes de se projetar para frente o mais rápido que podia, tropeçando em seus próprios pés enquanto era seguido pelo príncipe Primrose.
— Guardas, levem meu pai para seus aposentos! — Florean ordenou, por cima do ombro, enquanto deixava o salão. — Irei vê-lo mais tarde!
Florence pareceu prestes a protestar, mas quando boa parte dos guardas restantes vieram em sua direção, o rei pareceu dar-se por vencido e seguir o caminho sem qualquer resistência.
Lutando contra o fio de esperança ardendo em seu peito, Morgan seguiu os príncipes enquanto eles saiam. Ele precisava saber, precisava.
Se houvesse a possibilidade, uma única possibilidade, de seu raio de sol estar vivo... Morgan tinha que descobrir.
Ele seguiu a dupla de príncipes pelos corredores desconhecidos, com Eredor, Phillipe e Slyter em seu encalço, ele podia ouvir Phillipe sussurrar algo para o outro daemon. Alguns guardas também os seguiam, mas a uma distância respeitosa.
A população feérica de Alexandrita foi barrada pelos guardas, impedida de segui-los pelos corredores do castelo, mesmo enquanto se afastava, Morgan podia ouvir os gritos de indignação.
Eles correram pelos corredores excessivamente floridos do palácio, subiram alguns lances de escadas, até pararem diante de uma grande porta ornada com flores de madeira.
Florean, o mais próximo da porta, levou uma mão a maçaneta em formato de flor e, após um breve segundo de hesitação, a abriu com força. Primrose o seguiu para dentro mas Morgan parou no batente.
Ele olhou para dentro, vendo os príncipes se aproximando de uma grande cama em formato de rosas. As costas de Primrose tampavam a visão do rosto de Aura, mas Morgan não tinha certeza se conseguiria olhar.
E se ela estivesse realmente morta? Ele não conseguiria vê-la daquela forma novamente... tão pálida e fria...
— Vamos, meu rapaz — Eredor sussurrou às suas costas, dando um breve empurrãozinho em Morgan. Ele olhou por cima do ombro vendo o elfo e Phillipe logo atrás dele, esperando que ele entrasse, com Slyter um pouco atrás.
Tomando uma longa respiração, Morgan se virou para frente e deu alguns passos para dentro, até alcançar a cama de Aura. Cada passo era lento e parecia custar o esforço do mundo.
Até que ele a alcançou.
Mesmo pálida como a lua, seu raio de sol estava tão bonito como sempre. Seus cabelos haviam sido penteados e haviam pequenas flores ornando os fios de ouro. Morgan sentiu os olhos ardendo com lágrimas que ele mal podia conter.
Ele se estendeu para tocá-la, mas um grito o fez parar.
— O que, em nome do bendito Deus da Floresta, você pensa que está fazendo aqui?! — Florean rugiu, avançando em sua direção, percebendo-o. — Eu ter te libertado não te dá o direito de...
— Chega, Florean. — Suspirou Primrose, segurando o irmão ruivo pela mão e impedindo-o de ir até Morgan. — Deixe-o.
Puxando o ruivo para o outro lado da cama, Primrose assentiu com a cabeça uma vez para Morgan, que não respondeu. Ele não podia.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasy"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...