Capítulo 44

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"A vida é cheia de escolhas difíceis, não é?" - Úrsula, A Pequena sereia

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"A vida é cheia de escolhas difíceis, não é?" - Úrsula, A Pequena sereia


A madrugada em Ametista, naquele novo dia que se iniciava, era marcada por um frio intenso. Depois de responder a lorde Eredor, Morgan nem mesmo tinha tido tempo de descansar. Uma carta da senhora Alhena chegou até ele, junto com um objeto que lhe mostrava as coordenadas de sua futura vítima: Uma pequena pedra redonda, carregada de magia, que direcionava Morgan até à pessoa, algo semelhante à uma bússola.

Então, não querendo procrastinar o inevitável, ele se agasalhou e caminhou para fora da caverna. Nem mesmo havia avisado Lyones, não queria ter que dizer a ele o que Alhena lhe pediu como pagamento, não quando pressentia que o amigo iria querer ir junto e depois não se perdoaria por tal feito.

Conforme seguia o objeto mágico, ele se viu entrando cada vez mais no território dos filhos da noite, seguindo caminho pela floresta.

Não muito longe do caminho percorrido, ele avistou um feérico cantarolando. O rosto coberto por pontinhos brilhantes revelaram sua origem, se tratava realmente de um filho da noite. O homem seguia o caminho carregando um enorme saco, e Morgan logo percebeu que se tratava de um mercador.

Não parecia se tratar de um ser ruim, muito pelo contrário, talvez o homem fosse um trabalhador. Pela expressão cansada e o horário tardio, o filho da noite deveria estar retornando para o lar naquele instante.

O daemon o observava de longe, sem saber ao certo o que fazer, um nó gigante se formou em sua garganta, o fazendo lembrar-se de quando teve que tomar uma decisão difícil e semelhante a essa. Havia sim matado pessoas, pessoas que mereciam estar mortas e dessas, ele não se arrependia nem por um segundo. No entanto, havia tido aquelas pessoas também, almas inocentes que ele ceifou, como Tylian.

Por estar desnorteado, Morgan saiu de seu esconderijo, caminhando até o homem. Era até irônico se esconder. Aquele filho da noite nunca teria força para atacá-lo de volta, e isso tornava tudo ainda mais covarde e asqueroso.

Morgan sentia que precisava ser homem o suficiente para olhar nos olhos daquele feérico, afinal, não seria ele o responsável por acabar com os sonhos do outro?!

Morgan mal se aproximou e o filho da noite o notou.

- Oras! Companhia tarde da madrugada, não é todo dia que vejo alguém por aqui - ele sorriu caloroso, ainda tentando arrastar os pesados sacos de mercadorias.

Na grande maioria das vezes, filhos da noite eram pessoas boas, se comparado as outras espécies daquele reino, eles eram a única coisa razoavelmente boa em Ametista.

- Uma ajudinha? - Morgan perguntou, não conseguindo conter as palavras em sua boca

- Cairia bem... - o filho da noite respondeu, sorrindo. - Sinto que já estou ficando mal das colunas.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaOnde histórias criam vida. Descubra agora