TRINTA

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Capítulo Trinta

Atena se sentou na cama, insatisfeita por não sentir mais os beijos de Poseidon em seu pescoço, mas então se lembrou que tinha um outro assunto em mente. Ela não sabia como abordar aquilo com Poseidon - sequer sabia se devia abordá-lo, mas se não o fizesse, com certeza aquilo ficaria rondando sua mente por dias e dias. Ainda assim...

Ela olhou para o deus, que estava de costas e bebia algo de uma xícara que estava sobre a mesa de cabeceira. Atena nunca havia testado, mas quão aberto Poseidon seria a responder perguntas pessoais? E se ele não fosse nada aberto, valeria a pena descobrir do pior modo?

- Eu consigo ouvir sua mente funcionando daqui, Atena - Poseidon disse, se sentando à sua frente e a tirando de seus devaneios.

A deusa ergueu o olhar para ele.

- Como você faz isso?

- Isso o que? - Poseidon perguntou de volta.

- Saber o que eu estou pensando - ela exigiu. - É algum tipo de poder seu?

Poseidon balançou a cabeça, rindo.

- Quem me dera. Eu só te conheço muito bem, Atena. Fale, o que é que está fazendo seus neurônios queimarem?

Atena respirou fundo antes de falar.

- Tudo bem. Tente não me achar estranha por isso, mas... - Atena ergueu uma sobrancelha. - Quem é essa Natalie? Por que você nunca me falou dela?

Poseidon inclinou a cabeça, confuso.

- Eu é que te pergunto. Quem é Natalie?

Aquilo confirmava a maioria das suspeitas de Atena. Mas ela decidiu continuar, caso a memória de Poseidon estivesse apenas falhando.

- Uma náiade que veio falar comigo hoje - Atena esclareceu. - Ela disse que eu roubei você dela e algumas outras coisas.

- Hum, não me soa familiar. Pode ser qualquer náiade, elas vivem entrando escondidas no palácio. - disse ele, indiferente. - Que outras coisas ela disse?

- Que você tinha prometido que ela seria rainha de Atlântida - Atena continuou, tentando parecer casual. - E que você deixou Anfitrite por causa dela.

Poseidon gargalhou.

- Já fiquei muito bêbado, mas eu tenho certeza de que eu nunca disse essas coisas para ninguém.

Atena semicerrou os olhos.

- Você com certeza deu algumas falsas esperanças para essa náiade. - ela insistiu - Ela parecia muito convencida.

- Hum, ela provavelmente criou essas coisas na própria cabeça por muito tempo e acabou acreditando - Poseidon riu outra vez.

Atena coçou o queixo com a mão.

- Acha que ela inventou tudo isso para me provocar?

- Provavelmente - Poseidon concordou, um sorriso de pura diversão se formando em seu rosto. - Ela ainda está viva depois disso?

- Claro que está. Não sou uma assassina por diversão - Atena afirmou, erguendo o queixo. - Mas não entendo por quê ela veio dizer todas essas coisas para mim. O que é que eu tenho a ver?

- Talvez ela quisesse exatamente isso - Poseidon sugeriu. - Que você criasse um monte de dúvidas na sua cabeça e ficasse com ciúme.

Atena cruzou os braços.

- Eu não estou com ciúme! - ela protestou. - Só queria entender porque uma náiade veio me confrontar sobre coisas que não tem nada a ver comigo.

Três Desejos - concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora