EPÍLOGO - PARTE III

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Epílogo - Parte III

Atena piscou duas vezes para acreditar no que estava vendo. Estavam parados diante de uma enorme casa de madeira, pisando sobre a areia quentinha de uma praia e rodeados de árvores altas. Atena sequer teria reconhecido o lugar se não fosse pelo gazebo que se erguia à sua frente, o único lugar que permanecia intocado depois de todo aquele tempo.

Estavam na Ilha Dauphine.

- Uau. Este lugar - Atena mal conseguia colocar as palavras para fora. - Como você...

- Eu e Afrodite estivemos reconstruindo a casa nos últimos anos. - Poseidon explicou. - Ficou pronta essa semana, e eu quis te fazer uma surpresa. Por isso tive que sumir por um tempo hoje. Precisava conferir se estava tudo certo.

Atena suspirou. Da última vez que estivera ali, a casa estava sendo completamente destruída pelos titãs - suas partes que não acabaram queimadas ou quebradas ao meio, foram destruídas pela enorme onda de Poseidon. Apesar disso, algumas de suas melhores memórias haviam acontecido ali dentro. Foi ali onde tudo entre ela e Poseidon começou de novo - o xeque mate de Afrodite. Ela se virou para o deus dos mares, sem conseguir acreditar na sorte que tinha por estar com ele há tanto tempo.

- E então eu te trouxe aqui - Poseidon a abraçou pelas costas, aproximando os lábios de seu pescoço, - porque hoje fazem cinquenta anos desde o dia em que viemos para cá pela primeira vez.

Atena se virou para ele com um sorriso bobo nos lábios, e prendeu as mãos à sua nuca.

- Cinquenta anos - Atena repetiu, - e você ainda consegue me surpreender como se fosse o primeiro dia.

- Eu prometi que faria de tudo para te fazer feliz - Poseidon lembrou-a, aproximando o rosto do seu.

- Está dando certo - ela apontou.

Com isso, a deusa puxou sua cabeça e o beijou, entrelaçando suas línguas com paixão, tudo como se fosse a primeira vez.

Por quatro milênios, Atena jamais imaginou que um dia seria tão feliz. Parecia impossível. Mas Poseidon conseguiu provar, em apenas um século, que ela estava errada. Nem um único dia era igual ao lado dele, e a eternidade era apenas um piscar de olhos. Atena tinha a pessoa a quem mais amava no universo ao seu lado. Ela estava convencida de que não precisava de mais nada.

                              ¶¶¶

Horas depois, os deuses estavam deitados em um lençol na areia macia da praia: Poseidon tranquilamente recostado sobre o próprio braço e Atena ao seu lado, a cabeça apoiada em seu peito e o corpo abraçado ao dele.

- Alguma vez você imaginou que daria tão certo? - Atena perguntou mais para si mesma do que para Poseidon.

Mas o deus abriu um sorriso preguiçoso e acariciou as costas dela com o polegar.

- Eu nunca conseguiria imaginar uma vida tão boa, Atena. - Ele confessou. - Mas desde o momento em que eu soube que você queria ficar comigo, eu nunca duvidei que, mesmo que nós passássemos por outras dez guerras, tudo ficaria bem.

Atena se enroscou no aperto de Poseidon.

- Você é inacreditável, sabia? - Ela murmurou. - Fico feliz que, de todas as pessoas no mundo, a minha alma gêmea seja você.

Poseidon beijou sua testa.

- Eu disse que ia esperar por você, lembra? Valeu a pena.

- Valeu. - Atena concordou. - Eu te amo.

Poseidon a abraçou.

- Eu te amo.

O luar parecia mais bonito do que nunca, radiando no centro do céu estrelado. Às suas costas, passarinhos entoavam músicas alegres nas árvores. À sua frente, as ondas se quebravam em harmonia para os deuses dos mares. E ao seu lado, Poseidon acariciava suas costas com os olhos fechados.

A tempestade e a calmaria se encontravam. Poseidon e Atena estavam juntos. Naquele momento e na eternidade.

Três Desejos - concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora