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29 de janeiro

Judith Hunt Ballard

Lado a lado com Link eu percebi que as pessoas ali tinham uma expressão bem séria, tudo bem que era um hospital, mas parecia que todos estavam morrendo.

Já sabia o por que de a mãe de Link não gostar dos hospitais, era uma pena que ela tivesse que ficar para o tratamento.

Chegamos no corredor do quarto e eu coloquei o cabelo atrás da orelha enquanto me preparava para animá-la um pouco.

Entramos no quarto e observei ela deitada na cama, seus cabelos estavam começando a cair, eram do mesmo tom dos de Link, castanhos escuros.

Ela estava magra e parecia bem frágil, mesmo assim ela estava sorrindo ainda, e sorriu ainda mais ao ver Link.

-Ah, você parece cansado.- ela o observou.- Dormiu direito?

-Sim, dormi bem.- ele sorriu beijando a cabeça dela.

-Judy.- ela sorriu para mim.

-Desculpe não ter vindo antes, Martha.- a abracei e ela me apertou.

-Imagina, sempre fico uma semana inteira feliz quando você me visita.- ela acariciou meus cabelos.

-Eu tenho efeito prolongado.- brinquei e ela riu.

-Como você está hoje?- sentei na cama.

-Bem, é um dos dias bons.- ela apertou minha mão.- O que fizeram hoje?

-Aulas.- Link sentou na poltrona.- Almoçamos e viemos para cá.

-Onde está Alice?- ela perguntou.

-Ela ficou de ajudar a irmã com um projeto escolar.- Link observou a mãe com um olhar cansado.- Fez quimioterapia hoje?

-Sim, descobri por que a enfermeira estava tão distraída.- ela se animou.- Judith, ela teve que tentar encontrar minha veia dez vezes...

-Ah, eu não suportaria nem da segunda.- balancei a cabeça.- Era um terror para tomar vacina.

-Imaginei.- ela riu.- A enfermeira estava grávida, me contou hoje de manhã.

-Já deu os conselhos maternos para ela?- me remexi na cama ficando mais confortável.

-Não, mas fiquei sabendo da história.- ela balançou a cabeça.- Você acredita que ela transou com o pai do bebê apenas uma vez, no banheiro de uma balada?

-Não, é tão desconfortável...- comecei a falar e Link chutou meu pé.- É um canto bem incomum.- admiti.

-A coitada bem sabia o que fazer.- Martha tentou sorrir.- Mas acho que ela vai ter, disse que a mãe dela estava animada.

-E você ficou sabendo de tudo isso pela enfermeira ou pelos outros?- Link conhecia a própria mãe, e o semblante dela me fez rir.

-Thomas Lincoln! Você está dizendo que sua mãe é fofoqueira?- ela o encarou com raiva e ele sorriu carismático.

-Estou dizendo que você pode não ter ouvido tudo isso dela.- ele balançou os ombros.

-Está vendo, Judith?- ela apontou para ele.

-Sim, uma tremenda falta de respeito.- o encarei.- Tem que respeitar mais sua mãe, Thomas.

Ele me encarou com diversão e sorri voltando a olhar para Martha, ela estava olhando entre nós, como sempre fazia.

-E quando você vai me dar um neto?- ela perguntou.

-Mãe!- ele arregalou os olhos.

-Eu estou morrendo, no fim da vida, preciso ter um neto!- ela se defendeu.- Fale para ele, Judith.

A Herdeira - Mafioso - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora