Recuperação

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16 de junho

Judith Hunt Ballard

Pela janela dá para ver tudo, a movimentação no mercado é rotineira, e o prédio em que estou está abandonado a anos.

Me agacho na frente do sofá caindo aos pedaços e puxo a maleta que foi deixada lá, assim que abro com o número que me mandaram eu vejo a arma.

Mas não uma arma qualquer, uma sniper, eu já tive treinamento com elas, então dei como montar, e é o que estou fazendo agora.

Enquanto faço isso ouço passos vindo na minha direção, sorrio quando percebo que Simon veio finalmente me ver.

-O passarinho sempre volta para o ninho.- ele murmura.

-Não é bem assim.- falo ainda montando.

-Mas você gosta de fazer os trabalhos.- ele me ronda.- Saber que está eliminando pessoas ruins.

-Precisa de alguma coisa, Simon?- termino de montar a arma.

-Só queria ver você em ação.- ele fala enquanto me feito no chão e apoio a arma.- Ouvi falar que está bombando nos requerimentos.

-Não é culpa minha se as pessoas querem a melhor para matar os alvos.- carrego a arma.

-Ou talvez queiram a chefona cuidando de tudo.- ele cantarola.

-Eu ainda não sou a chefe.- suspiro aliviada.

-Dizem que seu pai está planejando se aposentar.- ele explica.- Então está mais perto que longe.

-Quem está dizendo isso?- rio.

-Se concentre, passarinho.- ele me chama pelo apelido idiota que me deu.

Tem um furo abaixo da janela e a mira consegue localizar rapidamente o alvo, porém não tenho pressa.

-O que meu pai falou dessa vez?- murmuro calma.

-Que você não atende o celular a dias semanas. Nem aqueles toques secretos.- ele fala enquanto chega perto.

-Eu não preciso dele se preocupando comigo.- estou com ele na mira, fácil.

-Você é a herdeira de tudo que ele tem, e ainda da sua mãe também, você é importante.- fala deitando ao meu lado.

Comprimo os lábios e meu dedo roça o gatilho, o alvo parece tranquilo e calmo, não parece uma pessoa que tenha feito mal.

Mas então me lembro da ficha que recebi assim como o trabalho, ele fazia tráfico de mulheres, as drogava e então colocava em uma caixa minúscula.

E assim que pensei nisso....ele estava com um tiro entre os olhos e todos estavam correndo, me levanto rápido e começo a desmontar a arma.

-Não enferrujou nem um pouco.- Simon parece calmo, mas temos move minutos para fugir.

-Veio aqui só para me falar isso?- sorrio.

-Você está bonita.- ele fala e eu fecho a mala com a arma dentro.

-Não.- falo enquanto abro a porta.

-O que? Não quer relembrar os velhos tempos?- ele desce comigo as escadas quase destruídas.

-Cansei de homens.- explico.

-Ah, querida, que homem partiu sei coração?- ele sorri.- Talvez eu possa encaixar as peças de novo.

-Não vou transar com você.- saímos do prédio.

-Lembro que você gostava das coisas que eu fazia.- ele sorri quando eu coloco a sniper em um lixo qualquer.

-Você é homem?- pergunto e ele assente.- Não vai rolar.

A Herdeira - Mafioso - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora