Culpa?

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31 de janeiro

James Campbell

Tinha chegado na hora que nós marcamos, estava esperando Judith descer para irmos até Moon Island.

Sabia que ela demorava para sair em uma viagem por que sempre achava esquecer algo, então me acomodei no assento.

Apoiei meu braço na janela e olhei para o lado, um sorriso sacana tomou meus lábios quando vi Judith vindo na minha direção.

Ela estava com os cabelos soltos, um suéter branco colado ao corpo e uma saia curta demais para a sanidade de qualquer homem.

Apertei o botão do porta-malas e ele abriu, ela rodou o carro colocando a mala e fechando o porta malas logo em seguida.

Tínhamos viajado muitas vezes para eu saber exatamente que eu tinha que deixar a minha mala nos bancos do passageiro para que a mala dela pudesse entrar no porta malas.

Então chegou do outro lado e abriu a porta, virei o rosto para o lado e observei ela cruzar as pernas e fechar a porta.

Ela colocou os cabelos para trás com um sorriso e observei seus lábios com aquele gloss de morango que ela sempre passava.

-Oi.- ela falou com uma voz manhosa enquanto beijava minha bochecha.

Segurei seu rosto e ela sorriu quando tirei seus óculos escuros, gostava de olhar para os olhos dela e ver aquele azul cinzento, não cansava deles.

Beijei os lábios dela e mordi seu lábio inferior enquanto colocava os óculos em cima do painel do carro e segurei sua nuca e nos afastei.

-Oi, baby.- murmurei.

Ela sorriu satisfeita e voltou para seu canto enquanto colocava o cinto, passei a marcha e comecei a dirigir.

Coloquei uma das mãos na coxa dela e a apertei levemente, Judith colocou a mão no meu ombro e começou a massagear.

-Como foi o dia?- perguntei.

-Foi normal.- ela falou simples.- Fiz alguns trabalhos adiantados e arrumei alguns papéis da empresa.- ela mexeu a cabeça e me observou.- E o seu?

-Estava esperando para ver você.- acariciei a coxa dela.- Fora isso foi tudo normal, meu assistente ficou encarregado das tarefas.- expliquei balançando a cabeça.

-O que falou para Mary?- a voz dela estava culpada.

Pisquei olhando para Judith, depois voltei a olhar para a estrada, não gostava de fazer isso tanto quanto Judith.

Mas como começar a explicar? Era tanta coisa atrás de tanta coisa que começava a ficar sendo maluco, mas era real.

Tudo que eu podia dizer para Judith era que Mary tinha ido fazer uma viagem para outra das ilhas também.

Não podia falar mais que isso, senão quebraria algo muito mais precioso que um "casamento", tinha que manter aquilo.

-Ela falou que também tinha uma viagem a negócios.- expliquei.- Um parto de emergência.

-Ah.- Judith parecia culpada.- Eu encontrei ela no hospital.- informou, mas eu já sabia.

-E?- perguntei ainda acariciando aquela coxa macia.

-E eu estou me sentindo mal.- ela balançou a cabeça.- Parece que cada pessoa que olha para mim sabe que eu sou uma vagabunda...

-Ei.- a interrompi.- Você não é uma vagabunda.- falei concentrado na direção.- Não se preocupe, não vai acontecer nada.- falei com certeza.

A Herdeira - Mafioso - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora