Perdida

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29 de março

Judith Hunt Ballard

Dentro do táxi eu me pergunto onde vou estar no final do dia dependendo do que vai acontecer daqui a trinta minutos.

Meu pai explicou o plano dele, explicou que eu teria que fingir estar com Gabriel, e eu disse que precisava de um tempo.

Passei uma semana moendo aquela notícia, tentando não vomitar cada vez que eu lembrasse ter transado com aquele...

Ele era filho da Aaron. O homem que tinha sequestrado, agredido, estuprado e quase matado minha mãe.

Passei a semana toda indo da cama para o banheiro, e enquanto sabia que meus pais estavam no hotel para qualquer coisa que eu precisasse.

Tinha me afastado, não falei com ninguém essa semana, nem mesmo deixei Link entrar no meu apartamento.

Sabia que estava segura por que Gabriel ainda estava no hospital, então eu tinha que fazer isso o mais rápido possível.

Tinha saído escondida de casa, não queria que os seguranças me seguissem, e tinha dado certo por que eu não tinha visto nenhum carro me seguindo.

Ele parou na frente do endereço que dei a ele e agradeci pagando e saindo do táxi, caminhei até a porta e abri lentamente.

Caminhei até a recepção e apoiei minha bolsa em cima do balcão, a moça sorri para mim e espera eu falar meu nome.

-Judith Ballard.- coço a sobrancelha.

-Ah, sim, está marcado para as duas.- ela mexe no computador.- Ela está finalizando com outra cliente e chamo quando estiver pronta.

-Ok.- começo a ir na direção da cadeira.

Assim que me senti vejo meu celular tremer, eu o pego e vejo a mensagem de Link, ele fica tentando me convidar para sair com os outros.

Respiro fundo e escondo o celular, todos estavam tentando falar comigo, mas eu só queria ficar sozinha.

A porta abre e uma moça sai lá de dentro, engulo em seco quando ela olha para mim e me chama com um sorriso.

Começo a ir na direção dela e coloco meu casaco e minha bolsa em uma das cadeiras, começo a ficar ansiosa.

-Vista isso.- ela me dá um avental.

Entro no banheiro e tiro minhas roupas as dobrando e colocando em cima da pia, depois visto o avental e dou o laço.

Abri a porta do banheiro e sento na cadeira ginecológica, a médica pega minha ficha e começa a ver.

-Como está, Judith?- pergunta calma.

-Bem.- minto.

-Está tomando os comprimidos direito?- ela começa a marcar.

-Sim.- assinto.- E usando camisinha.

-Ótimo.- ela me encara.- E por que marcou a consulta?

-Por que acho que isso não foi o bastante.- murmuro e ela vê o desespero em minha voz.

-Ok, pode deitar e vamos ver.- ela sorri.- Não há necessidade para pânico.

Balanço a cabeça e me deito, ela me ajuda a colocar as pernas nos cantos certos e ela senta no banquinho.

-Vai sentir um desconforto.- ela explica.- Respire fundo.

Obedeço e sinto o tal desconforto, ela mexe naquele computador de ultrassom e observa atentamente.

-O que faz acreditar nisso?- ela pergunta.

-Estava vomitando desde semana passada, achei que fosse uma gripe.- explico.- Mas comecei a sentir aversão a bebida e estou comendo demais.- passo a mão pelo meu rosto.

A Herdeira - Mafioso - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora