Capítulo 66

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"Se vocês tem química, precisam apenas de uma outra coisa. O momento certo"

Passo a noite maratonando séries com meu pai e John. A naturalidade de tudo é um alívio pra minha mente.

Observo-os tão cúmplices um do outro e enxergo nós três fazendo sentido juntos: eu estive tão preocupada com outras coisas que não tinha notado o valor do que eu tinha dentro de casa.

Sim, casa. Cheguei à conclusão de que tenho muitas.

Depois que eles saem para ir ao apartamento de John, eu fico sozinha e ligo pra Hemmings na intenção de... não sei em qual intenção. Só quero ouvir a voz dele.

Vou até o contato e aguardo chamar. Toca, mas ele não atende.

Tudo bem, eu posso esperar.

Puxo a minha camiseta do The Cure mais pra baixo depois de largar o celular sobre a mesa. Volto a minha atenção para a série.

A sensação que me percorre é a de estar me recuperando depois de tomar uma surra. Pro bem ou pro mal, pelo menos isso é um encerramento. Sei como vai ser daqui pra frente e estou forte o suficiente pra não quebrar mais.

Eu me mexo tentando ficar mais confortável e respiro fundo tentando não pensar tanto agora.

Várias horas se passam. Fico feliz por ser final de semana, afinal, estou completamente presa na história que passa na TV e não tenho a intenção de parar logo.

Mas meus planos são interrompidos.

Toc toc.

Ouço o barulho que não está saindo da TV. Sequer pisco, preciso terminar esse episódio antes.

Alguém bate na porta de novo.

Olho pra trás e penso ver a sombra de alguém.

Toc toc de novo.

Droga.

Me levanto pra ir atender, mas o meu celular toca. Olho o nome no visor e elejo a minha prioridade.

Atendo o telefone, afinal, é Hemmings.

Me preparo para ouvir a voz dele.

- Não vai abrir a porta?

Viro o meu rosto pra porta e minha boca se abre sem saber o que falar.

Eu não tenho tempo pra pensar.

São milhões de sensores sendo ativados no meu corpo e tudo que era complicado passa a ser completamente ignorado.

Acontece em um segundo.

Corro com o telefone em mãos e giro a chave quase sentindo meus dedos se embolarem um nos outros.

Puxo a maçaneta e...

É ele mesmo.

Nossos corpos se chocam quando eu pulo pro colo dele e Luke me abraça. Afundo meu rosto no seu ombro e respiro seu perfume.

É ele. É todo ele.

Ficamos encaixados no abraço sufocante até que eu ouço a voz de Mike.

- Que bom que você tá feliz de nos ver também - o guitarrista chama a minha atenção com um sorriso na voz.

Olho por cima do ombro de Luke fazendo a conta de quanto tempo se passou desde as catorze horas do dia anterior, e o fato de que já é manhã de sábado faz tudo se encaixar.

Percebo que todos eles vestem roupas formais, como camisas sociais e ternos, e sei que vieram direto da audiência.

Solto minhas pernas que estavam entrelaçadas na cintura de Luke e assim que toco o chão, avanço pro abraço de Michael.

Lover of Mine | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora