Capítulo 20

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Storm

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Storm.

A pequena embarcação à vela chacoalhava feito uma folha durante uma ventania. A costa parecia tão longe que as luzes da cidade se assemelhavam a grãos de areia reluzindo no final do mundo. Éramos um ponto apagado na escuridão, ninguém nos via. Ninguém nos salvaria.

Eu me sentia tão pequena, insignificante e impotente.

"Julie, volta pro porão! Volta! Não! Volta!"

Minha cabeça girava tanto que eu precisei fechar os olhos para aplacar a tontura. Senti a mão dela me empurrando pra baixo. Incrivelmente, o sentimento que me dominava não era o medo, mas a angústia. Chegava a doer fisicamente e eu transbordava pelos olhos, totalmente sem o controle do meu corpo.

A última coisa que eu me lembraria era o grito e o meu baque no escuro. Não estava mais ventando, mas o barco ainda balançava. Meu corpo tremia descontroladamente enquanto minha visão escurecia aos poucos e eu ia perdendo os sentidos.

Queria que minha consciência tivesse desligado completamente antes que eu precisasse ouvir a sua voz uma última vez.

Ela chamou meu nome.

Katherine Storm, a minha mãe.

- Mãe! - o resposta ardeu na minha garganta, inaudível pro mundo.

Eu sabia o que tinha acontecido, e aquela era a minha deixa.

Havia um certo alívio em desistir, e eu estava desistindo...lentamente.

...

De repente, eu estava no meu quarto. O lamento explodiu da minha boca e eu escutei os passos apressados chegando cada vez mais perto.

Meu corpo tremia como naquele dia no porão do barco, minha pele quente parecia gelada na minha mente, mas tudo na minha cabeça era frio e desconfortável. Ela me pregava a mesma velha peça.

Logo agora, tão de repente.

- Filha? - meu pai abriu a porta do meu quarto com uma feição que beirava a pena.

Aquilo já não o assustava.

Percebi que chovia do lado de fora. Os pingos batendo na janela pareciam muito com o início daquela noite, quando a tempestade nos encontrou.

Ele me abraçou, em silêncio, tentando me trazer pra segurança dos seus braços. Tentei me concentrar na estabilidade da minha cama e no conforto do abraço dele.

- Pai, por favor, faz parar, faz parar! - meu coração fazia toda a minha caixa torácica querer se destruir.

As lágrimas desceram sem aviso.

"Faz parar! De novo não, por favor, faz parar!"

Meu pai me apertava mais e respirava pausadamente, para que eu tentasse acompanhá-lo. O meu controle durava pouco.

Lover of Mine | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora