Capítulo 50

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Quando abri os olhos pela manhã, a luz era muito clara, o zumbido nos meus ouvidos era agonizante e o gosto na minha boca tinha mais álcool que um posto de gasolina.

A noite anterior tinha saído completamente do meu controle.

Apesar da ressaca mortal me abatendo, suspirei ruidosamente com a lembrança que eu ainda podia sentir no meu corpo: Luke.

Meu rosto ferveu de vergonha no quarto vazio, pensando nas coisas que eu tinha feito com aquele que eu chamava de amigo.

Tentamos agir com normalidade na frente dos outros pelo resto da noite, mas os beijos no meu rosto estavam ficando perigosamente mais próximos da boca, a mão dele quase passava embaixo das minhas roupas. O cheiro da pele, a pressão entre as minhas pernas...era muita coisa pra lidar.

Levantei devagar temendo ser atingida pela tontura e busquei uma toalha seca no armário. A blusa de Luke que eu vestia me cobria por inteiro. A maquiagem borrada e o meu cabelo embolado denunciavam o meu estado deplorável.

Estava só de meias e os meus sapatos não estavam no quarto.

Liguei a água fria no banho e aguentei o choque sem pular. Tentei afastar a lembrança das mãos de Luke em mim, senão aquele banho ia demorar um século, mas era difícil demais.

Acalme-se, Jules.

Depois de me vestir com uma outra camisa que poderia ser muito bem de Hemmings, vesti um shortinho de moletom, tomei um remédio pra dor de cabeça e desci afim de preparar um café.

Dei passos firmes nos degraus, temendo escorregar na escada. Por mais improvável que parecesse, tudo podia acontecer.

- Bom dia. Viva?

Luke estava com camisa e short pretos, encostado no balcão da cozinha com uma caneca de café na mão.

O sorrisinho no rosto dele era contido.

Engoli em seco.

- Bom...dia - tentei não olhar nos olhos dele.

Merda. Eu tava agindo estranho, ele ia perceber.

- Ok - ele me serviu café - por que essa cara?

Franzi a testa e pigarreei.

- Sei lá, talvez eu tenha exagerado no suco de laranja ontem - levantei os ombros.

Ele riu virando o rosto, mas era impossível não notar o divertimento dele.

- Só isso? - perguntou quando retornou com uma expressão mais séria.

Prendi a respiração. Ele queria mesmo falar disso na hora do café?

Não respondi.

- Jules...

- Oi - já senti meu rosto queimar.

- Olhe pra mim.

Eu encarava a cafeteira.

Luke se aproximou e eu colei as costas no mármore frio do balcão. A iminência do toque dele colocava todo o meu corpo em alerta.

O senti entre as minhas pernas, mas era só a lembrança.

Meus dedos do pé se contorceram dentro da meia e a minha respiração pesou.

Ele notou a minha reação e parou.

- Eu não sei o que isso quer dizer - ele disse.

- Isso o quê?

- A forma como você está reagindo - a voz dele era suave. Sedutora o suficiente pra fazer a minha mente voar.

Lover of Mine | Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora