Lover of Mine | Luke Hemmings

Capítulo 10

Depois de eu enrolar muito na cozinha tentando evitar o grupo animado de fãs e Mila quase chorando, Luke notou minha ausência e se levantou.

O pessoal continuou conversando animadamente, botando Hey Everybody pra tocar.

Para puxar o saco de Luke, aposto.

- Hum...eu amo essa música - ele brincou chegando perto de mim com uma bebida na mão.

- Metido.

Rimos.

Aparentemente, o clima não ficou estranho entre nós. Era tudo platônico, e sempre seria.

A meia luz da sala pra cozinha não apagava o brilho azul dos olhos de Luke.

Será que ele tinha a mínima noção de como era a aparência dele?

- Não vai voltar pra lá?

Ele indicou o grupo animadinho.

- Uhum.

- Vem, você pode sentar no meu colo - Luke deu um sorrisinho sugestivo.

Eu odeio ele.

- Eu não vou sentar no seu colo.

- Ok, eu sento no chão então.

- Ok.

- Ok.

Voltamos para a sala.

De fato, ele sentou no chão, mas encostando na minha poltrona e puxando minhas pernas por cima do seu ombro.

Ninguém estava totalmente sóbrio, a não ser Luke, então a cena parecia inofensiva.

Bebemos todos e conversamos durante umas boas duas horas. Eu até que estava gostando. A única coisa que me incomodava era Sam me olhando.

Se não fosse por Luke ali, talvez eu desse alguma condição pra ele.

A gente explicando que era amigo ou não, acredito que o grupo nos enxergava juntos ali. Menos Sam, é claro. Pra ele, as minhas opções estavam abertas.

Ele me interceptou enquanto fui na geladeira.

- É bom te ver assim.

- Assim como? - eu realmente não sabia do que Sam se referia.

- Bem consigo mesma.

Eu lembrei que ele tinha me conhecido numa época bem sombria da minha adolescência. Se não fosse o meu estado emocional naqueles anos, talvez eu e Sam tivéssemos nos tornado algo, mas eu nunca dei abertura.

- Obrigada. - disse honestamente, encostando contra a geladeira. - Você mudou bastante.

- Sim, eu mudei. Você continua linda, e eu não tô dizendo por dizer.

- Ok. - eu estava corando.

- Essa é a parte em que você me agradece.

Rimos.

Ele pegou a cerveja gelada na minha mão e abriu.

Sam estava realmente muito diferente do que eu lembrava. Era quase impossível uma garota dizer não para ele.

E enquanto ele se aproximava de mim, eu me senti parte da maioria.

Porque Sam era lindo, porque eu conhecia ele, porque eu estava meio bêbada e muito frustada, eu deixei acontecer.

Ele usou a mão livre para me puxar levemente pela cintura e colar os lábios nos meus. Eu envolvi meus braços em seu pescoço e permiti que aquele momento prometido há anos atrás, acontecesse.

Sam foi uma das três pessoas que tentou me tirar do buraco que eu enfiei há muito tempo. Eu nunca entendi o porquê de não ter mantido contato com ele depois da formatura.

É estranho como a gente deixa o tempo tomar decisões que deveriam ser nossas.

Eu deixei o tempo levar Sam. Agora o destino o trazia de volta.